Sophia De Mello Breyner Andresen.
Continuando a falar de Timor-Leste (Loro Sae)
Palmas para António Costa ministro da Administração Interna, por ter anunciado hoje no Porto, que a totalidade dos 120 homens da GNR que vão em missão para Timor, deverão chegar até ao final desta semana ao terreno de operações e não dia 23 Junho como estava inicialmente previsto e não entendia.
Só não percebi, a questão de se estar a negociar com os operadores o transporte das tropas e equipamento. Sempre pensei que os aviões da Força Aérea serviam exactamente para isso, mas admito que neste particular, algo me esteja a escapar.
Admitindo o meu desconhecimento sobre esta questão de operacionalidade logística, dou palmas, porque finalmente o ministro abriu os olhos, ou alguém lhos abriu, já que e segundo a ministra de Estado, Ana Pessoa, as forças australianas no terreno não actuam e a situação piorou desde que eles entraram. “As tropas australianas apenas patrulham as estradas, e, quando entram nos bairros, assistem impávidos e serenos aos saques”.
Também e segundo as agências noticiosas, uma fonte anónima do governo de Díli, declarou que “bandos armados de catanas, espadas, arcos e flechas e também armas de fogo, atacam pessoas em frente às tropas australianas sem que estas reajam, limitando-se a assistir a toda esta violência”. Porque será? Bem... os populares nas ruas repetem as mesmas críticas “Os australianos só estão a ajudar os criminosos”.
E já agora mais uma interrogação; porque será que a ONU, pediu a Portugal que sejam os seus homens a garantir a segurança do seu chefe de missão, o que irá ser feito por dois elementos do Grupo de Operações Especiais da PSP?
E ainda outra interrogação; porque será que os australianos vão aumentar as forças no terreno de 1300 homens para 1800, sendo este número superior ao que enviaram para o teatro de operações no Iraque? E já agora uma última interrogação; porque será que os australianos pediram apoio logístico aos EUA?
Bem... as repostas a tantas interrogações, estão no que tenho vindo a dizer, ou seja, o “pessimismo” com que vejo as reais intenções dos australianos.
Só não percebi, a questão de se estar a negociar com os operadores o transporte das tropas e equipamento. Sempre pensei que os aviões da Força Aérea serviam exactamente para isso, mas admito que neste particular, algo me esteja a escapar.
Admitindo o meu desconhecimento sobre esta questão de operacionalidade logística, dou palmas, porque finalmente o ministro abriu os olhos, ou alguém lhos abriu, já que e segundo a ministra de Estado, Ana Pessoa, as forças australianas no terreno não actuam e a situação piorou desde que eles entraram. “As tropas australianas apenas patrulham as estradas, e, quando entram nos bairros, assistem impávidos e serenos aos saques”.
Também e segundo as agências noticiosas, uma fonte anónima do governo de Díli, declarou que “bandos armados de catanas, espadas, arcos e flechas e também armas de fogo, atacam pessoas em frente às tropas australianas sem que estas reajam, limitando-se a assistir a toda esta violência”. Porque será? Bem... os populares nas ruas repetem as mesmas críticas “Os australianos só estão a ajudar os criminosos”.
E já agora mais uma interrogação; porque será que a ONU, pediu a Portugal que sejam os seus homens a garantir a segurança do seu chefe de missão, o que irá ser feito por dois elementos do Grupo de Operações Especiais da PSP?
E ainda outra interrogação; porque será que os australianos vão aumentar as forças no terreno de 1300 homens para 1800, sendo este número superior ao que enviaram para o teatro de operações no Iraque? E já agora uma última interrogação; porque será que os australianos pediram apoio logístico aos EUA?
Bem... as repostas a tantas interrogações, estão no que tenho vindo a dizer, ou seja, o “pessimismo” com que vejo as reais intenções dos australianos.
Timor-Leste (Loro Sae). Desenvolvimentos.
Ontem dia 26 segundo o Diário de Noticias de hoje e tal como temíamos, a Austrália resolveu mostrar as garras e assumir a liderança e o comando das forças internacionais, contrariando as garantias dadas por Lisboa, quanto à autonomia da GNR, que supostamente iria restabelecer a ordem na capital timorense, tarefa que agora, será partilhada com Camberra.
No pedido de ajuda em que Dili solicitava a intervenção de Portugal, Malásia, Austrália e Nova Zelândia, as missões estavam definidas e até os locais de intervenção para cada país.
Bem... tudo isso passou. Os matreiros australianos chegaram e resolveram assumir o controlo de tudo como já esperava. Facto, só possível, devido à nossa lenta e titubeante intervenção, como então disse.
Atentemos agora, nas declarações também do mesmo dia do governante australiano John Howard à rádio australiana ABC, segundo o Diário Digital:
“Há um problema significativo de governação em Timor-leste, não vale a pena andarmos a enganar-nos. O país não tem sido bem governado e espero que a experiência, para os que estão em cargos eleitos, de terem necessidade de pedir ajuda do exterior, induza o comportamento apropriado no país”.
Freitas do Amaral, confrontado com estas declarações, reagiu: «Considero uma ingerência nos assuntos internos de Timor-Leste e, pela nossa parte, discordamos desse tipo de declarações por parte de países estrangeiros».
Pois claro. Discordamos. Mas agora, só resta a esperança de que o enviado especial da ONU, Ian Martin, que chega a Díli na segunda-feira, leve na mala a vontade de assumir por parte dos “capacetes azuis” a coordenação dos militares e polícias internacionais no terreno.
Para Loro Sae, as palavras do poeta.
As mãos
No pedido de ajuda em que Dili solicitava a intervenção de Portugal, Malásia, Austrália e Nova Zelândia, as missões estavam definidas e até os locais de intervenção para cada país.
Bem... tudo isso passou. Os matreiros australianos chegaram e resolveram assumir o controlo de tudo como já esperava. Facto, só possível, devido à nossa lenta e titubeante intervenção, como então disse.
Atentemos agora, nas declarações também do mesmo dia do governante australiano John Howard à rádio australiana ABC, segundo o Diário Digital:
“Há um problema significativo de governação em Timor-leste, não vale a pena andarmos a enganar-nos. O país não tem sido bem governado e espero que a experiência, para os que estão em cargos eleitos, de terem necessidade de pedir ajuda do exterior, induza o comportamento apropriado no país”.
Freitas do Amaral, confrontado com estas declarações, reagiu: «Considero uma ingerência nos assuntos internos de Timor-Leste e, pela nossa parte, discordamos desse tipo de declarações por parte de países estrangeiros».
Pois claro. Discordamos. Mas agora, só resta a esperança de que o enviado especial da ONU, Ian Martin, que chega a Díli na segunda-feira, leve na mala a vontade de assumir por parte dos “capacetes azuis” a coordenação dos militares e polícias internacionais no terreno.
Para Loro Sae, as palavras do poeta.
As mãos
Com mãos se faz a paz se faz a guerra.
Com mãos tudo se faz e se desfaz.
Com mãos se faz o poema – e são de terra.
Com mãos se faz a guerra – e são a paz.
Com mãos se rasga o mar. Com mãos se lavra.
Não são de pedras estas casas mas
de mãos. E estão no fruto e na palavra
as mãos que são o canto e são as armas.
E cravam-se no Tempo como farpas
as mãos que vês nas coisas transformadas.
Folhas que vão no vento: verdes harpas.
De mãos é cada flor cada cidade.
Ninguém pode vencer estas espadas:
nas tuas mãos começa a liberdade.
Manuel Alegre.
Manuel Alegre.
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Timor-Leste (Loro Sae)
Ana Gomes, ex embaixadora de Portugal em Jacarta, afirma que o pedido de Timor-Leste “é uma admissão de falhanço na manutenção da ordem”. Pode até, Ana Gomes ter razão e o primeiro-ministro Alkatiri ter falhado, mas não sei se ponderou outras razões que estão na origem deste conflito e que têem a ver; claro, com a resolução do problema dos militares desmobilizados, mas também com a defesa dos interesses de Timor, incluídos no dossier petróleo e que desagradam à Austrália?
Se terá ponderado, o interesse australiano na desestabilização politica do País, conforme a investigadora australiana Helen Hill dá a entender na sua critica pública, e que podemos ler no DN de Sábado passado e, daí, a intimidação militar como um processo matreiro dos australianos se apoderarem de Timor-Leste?
Este conflito, que envolve forças militares a combater ex forças militares, fez as primeiras vítimas ontem, quando 50 militares revoltosos chefiados pelo major Alfredo Reinaldo, atacaram o quartel-general das Forças Armadas timorenses. Vitimas, que talvez se tivessem evitado com uma pronta resposta ao pedido de Ramos Horta no dia 10 deste mes e agora reiterada com novo pedido de ajuda e apoio militar internacional, aos governos de Portugal, Austrália, Malásia e Nova Zelândia com o conhecimento de Kofi Annan, secretário-geral das Nações Unidas.
Diz o PM José Sócrates após um telefonema de Kofi Annan; que estão reunidas as condições para o envio de um contingente da GNR no quadro de uma missão internacional, com o objectivo de auxiliar Timor a travar a rebelião.
Ficámos portanto à espera da ONU, ou seja; ficámos à espera que a ONU pagasse a nossa responsabilidade histórica de auxilio ao Povo Maubere e por isso a nossa resposta lenta, titubeante e economicista como se impõe, já que, e segundo o Público de hoje, o Chefe do Estádio Maior da Armada, Almirante Melo Gomes repetiu ontem aos jornalistas em Lisboa, que a Marinha está pronta em 48 horas para partir.
Acontece que vamos mandar a GNR, que para além de ser uma força policial, precisa de um mês para partir.
Se terá ponderado, o interesse australiano na desestabilização politica do País, conforme a investigadora australiana Helen Hill dá a entender na sua critica pública, e que podemos ler no DN de Sábado passado e, daí, a intimidação militar como um processo matreiro dos australianos se apoderarem de Timor-Leste?
Este conflito, que envolve forças militares a combater ex forças militares, fez as primeiras vítimas ontem, quando 50 militares revoltosos chefiados pelo major Alfredo Reinaldo, atacaram o quartel-general das Forças Armadas timorenses. Vitimas, que talvez se tivessem evitado com uma pronta resposta ao pedido de Ramos Horta no dia 10 deste mes e agora reiterada com novo pedido de ajuda e apoio militar internacional, aos governos de Portugal, Austrália, Malásia e Nova Zelândia com o conhecimento de Kofi Annan, secretário-geral das Nações Unidas.
Diz o PM José Sócrates após um telefonema de Kofi Annan; que estão reunidas as condições para o envio de um contingente da GNR no quadro de uma missão internacional, com o objectivo de auxiliar Timor a travar a rebelião.
Ficámos portanto à espera da ONU, ou seja; ficámos à espera que a ONU pagasse a nossa responsabilidade histórica de auxilio ao Povo Maubere e por isso a nossa resposta lenta, titubeante e economicista como se impõe, já que, e segundo o Público de hoje, o Chefe do Estádio Maior da Armada, Almirante Melo Gomes repetiu ontem aos jornalistas em Lisboa, que a Marinha está pronta em 48 horas para partir.
Acontece que vamos mandar a GNR, que para além de ser uma força policial, precisa de um mês para partir.
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Under21 – Championship
Portugal 2006
Equipas prováveis
Portugal
Bandeira na janela e força Portugal.
Hoje às 17:15 em Barcelos, o jogo de abertura do Europeu de sub-21.
Sérvia e Montenegro vs. Alemanha é o jogo inaugural e logo de seguida no Estádio Municipal de Braga pelas 19:45, com transmissão na TVI, a estreia da nossa selecção com a França.
Sérvia e Montenegro vs. Alemanha é o jogo inaugural e logo de seguida no Estádio Municipal de Braga pelas 19:45, com transmissão na TVI, a estreia da nossa selecção com a França.
Equipas prováveis
Árbitro: Howard Webb [Inglaterra]
Assistentes: Roger East [Inglaterra] e Fermín Ibañez [Espanha]
Portugal
1 Bruno Vale - 2 Nélson - 6 Zé Castro - 13 Rolando - 15 Nuno Morais - 8 Manuel Fernandes - 3 Raul Meireles - 7 Quaresma - 10 João Moutinho - 17 Varela - 9 Hugo Almeida
Treinador: Agostinho Oliveira
França
França
16 Steve Mandanda - 6 François Clerc - 5 Grégory Bourillon - 2 Lucien Aubey - 4 Jérémy Berthod - 14 Rio Mavuba - 15 Jérémy Toulalan - 17 Bryan Bergougnoux - 11 Julien Faubert - 21 Sinama-Pongolle - 18 Jimmy Briand
Treinador: René Girard
Países participantes:
Portugal – Alemanha – Dinamarca – França – Holanda – Itália – Sérvia e Montenegro – Ucrânia.
Países participantes:
Portugal – Alemanha – Dinamarca – França – Holanda – Itália – Sérvia e Montenegro – Ucrânia.
Bandeira na janela e força Portugal.
Com o Mundial à porta...
Depois de um suculento bife na Cervejaria Lusitânia, com o fantástico molho “café paris” (o melhor de todos) e uma caneca de Pils, tudo indicava que nada me estragaria a digestão, mas, para mal dos meus pecados, a coisa começou logo ali:
Falava-se numa mesa à minha retaguarda de futebol, bem... não se falava propriamente de futebol, dizia-se mal do espectáculo e de todos os que gostam. A tentação de intervir esteve presente, mas a educação em finta magistral não o permitiu.
Ora, eu GOSTO de futebol. Ponto.
Claro que também eu detesto muito daquilo que o rodeia, mas para mim o futebol não é uma questão têxtil de camisolas para aqui e camisolas para acolá, para mim o futebol é espectáculo e é assim que o vejo, talvez por isso, este ano, o meu lugar de época no Alvalade XXI, ficou muitas vezes vazio.
Gosto do futebol espectáculo à Frank Rijkaard; hino de criatividade e imaginação, ou do futebol táctico à José Mourinho; hino de rigor e concentração, não consigo é gostar do futebol dos que jogam para não perder, como o Koeman; um hino aos medrosos e um erro de casting. Esses, não contam comigo porque os abomino por puro preconceito, como abomino as novelas da TVI, o mesmo preconceito que me previne de não comer ostras e que, nem a sociologia ou a psicologia explicam e, por isso, como disse (mais ou menos isto) um dia o jornalista Ferreira Fernandes, o vejo com a arte de um romance moderno, como Charles Dickens via os bairros pobres de Londres.
Bem... não é difícil antecipar que riram desta última frase, mas que dizer da envolvência que o mestre Scolari criou à volta de selecção nacional no europeu, que dizer do reencontro dos portugueses com a sua bandeira e com o seu país e finalmente, que dizer de meio mundo aplaudir maravilhado a arte do negro Ronaldinho?
É por estas e por outras, que mesmo não concordando com tudo o que o futebol contém, eu GOSTO de futebol. Ponto.
Falava-se numa mesa à minha retaguarda de futebol, bem... não se falava propriamente de futebol, dizia-se mal do espectáculo e de todos os que gostam. A tentação de intervir esteve presente, mas a educação em finta magistral não o permitiu.
Ora, eu GOSTO de futebol. Ponto.
Claro que também eu detesto muito daquilo que o rodeia, mas para mim o futebol não é uma questão têxtil de camisolas para aqui e camisolas para acolá, para mim o futebol é espectáculo e é assim que o vejo, talvez por isso, este ano, o meu lugar de época no Alvalade XXI, ficou muitas vezes vazio.
Gosto do futebol espectáculo à Frank Rijkaard; hino de criatividade e imaginação, ou do futebol táctico à José Mourinho; hino de rigor e concentração, não consigo é gostar do futebol dos que jogam para não perder, como o Koeman; um hino aos medrosos e um erro de casting. Esses, não contam comigo porque os abomino por puro preconceito, como abomino as novelas da TVI, o mesmo preconceito que me previne de não comer ostras e que, nem a sociologia ou a psicologia explicam e, por isso, como disse (mais ou menos isto) um dia o jornalista Ferreira Fernandes, o vejo com a arte de um romance moderno, como Charles Dickens via os bairros pobres de Londres.
Bem... não é difícil antecipar que riram desta última frase, mas que dizer da envolvência que o mestre Scolari criou à volta de selecção nacional no europeu, que dizer do reencontro dos portugueses com a sua bandeira e com o seu país e finalmente, que dizer de meio mundo aplaudir maravilhado a arte do negro Ronaldinho?
É por estas e por outras, que mesmo não concordando com tudo o que o futebol contém, eu GOSTO de futebol. Ponto.
Que venha o Mundial!
Frase do Dia
"Tudo aquilo que algum filho da puta diz que é urgente, é algo que esse imbecil não fez em tempo útil e quer que tu te fodas para fazer em tempo recorde!!!"
Autor: Não sei nem me interessa.
Autor: Não sei nem me interessa.
O Momento...
Não tinha sido premeditado, surgira num repente quando inconsciente abriu a gaveta das facas. É desta, pensou enquanto mordia o lábio inferior.
Ouviu vinda do quarto, a voz do Manuel que gritava; Então Marilú, é p’ra hoje? E pensou com os seus botões: ai não que não é, e é já.
A sua mão direita, num gesto repentino, agarrou as facas em molho, enquanto a esquerda, num movimento único, se apoderou do molho de chaves.
Quando franqueava a porta, gritou na direcção do quarto: Manel… venho já, vou ver s'ainda agarro o amolador.
Ouviu vinda do quarto, a voz do Manuel que gritava; Então Marilú, é p’ra hoje? E pensou com os seus botões: ai não que não é, e é já.
A sua mão direita, num gesto repentino, agarrou as facas em molho, enquanto a esquerda, num movimento único, se apoderou do molho de chaves.
Quando franqueava a porta, gritou na direcção do quarto: Manel… venho já, vou ver s'ainda agarro o amolador.
Desafio!
Hoje às 21 horas, terá lugar a 4ª edição dos desafios de criação sob um mote comum.
A publicação dos Contos, será feita em simultâneo e os participantes são:
Ashfixia, Beatriz, Bill, Clarissa, Conteúdo Latente, Do Lado do Mar, Espreitador, Ipslon, Maite, Parrot, Pedro Pinto, Rui Semblano e Vanessa.
Até lá.
O silêncio.
Quando a ternura
parece já do seu ofício fatigada,
e o sono, a mais incerta barca,
inda demora,
quando azuis
irrompem os teus olhos
e procuram nos meus
navegação segura,
é que eu te falo das palavras
desamparadas e desertas,
pelo silêncio fascinadas.
Eugénio de Andrade, Obscuro Domínio.
parece já do seu ofício fatigada,
e o sono, a mais incerta barca,
inda demora,
quando azuis
irrompem os teus olhos
e procuram nos meus
navegação segura,
é que eu te falo das palavras
desamparadas e desertas,
pelo silêncio fascinadas.
Eugénio de Andrade, Obscuro Domínio.
Desenvolvimentos da postagem anterior.
O ministro da saúde, Dr. Correia de Campos voltou atrás com o encerramento imediato da maternidade do Hospital Distrital de Lamego, aceitando para já, a proposta de Fernando Lopes Presidente da Câmara lamecense de contratar obstetras e concordando também, que as acessibilidades ao Centro Hospitalar de Vila Real não reúnem por enquanto condições de uma rápida deslocação. Não desistindo no entanto, da intenção de cumprir o objectivo do seu plano, ou seja; fechar o bloco de partos na altura prevista anteriormente.
A reacção a este pontual recuo, além de reveladora é de certa forma positiva porque demonstrativa do real problema e, espera-se que o ministro reconsidere, com base no estudo caso a caso, ouvindo as forças vivas das regiões, de forma a inteirar-se da importância desta e de outras maternidades no nosso interior.
Que tenha em conta por exemplo, a extraordinária manifestação de cidadania que o povo de Barcelos promoveu, ao fazer deslocar a Lisboa, 10.000 barcelenses.
Como refere o Rui Martins em comentário na postagem anterior, “o enfoque está errado e não devia ser no número de partos e sim de obstetras”, porque, se a medida não é economicista como diz o ministro e o primeiro-ministro e o relatório técnico aponta sim para a falta de médicos, no caso particular de Lamego, obstetras, então há que os contratar nem que seja em Espanha.
Refere também o Manoel Carlos em comentário na postagem anterior, “os custos da concentração dos cidadãos nas metrópoles é extraordinariamente mais elevada que no interior” e os custos da desertificação, poderemos vê-los uma vez mais, com o crescente número de incêndios que assolam todos os verões o País.
Sr. Ministro. Não seria o caso de parar para pensar, e ver, que países desenvolvidos estão a optar por pequenas unidades hospitalares, em detrimento das grandes. Não será esta uma boa medida para o interior em vez da concentração em grandes unidades hospitalares?
Sugiro-lhe alguma reflexão, mas sabendo que o seu tempo é precioso, deixo-lhe aqui uma passagem de António Vieira, para que beba um pouco da sua sabedoria e quiçá, por osmose, se faça luz.
A reacção a este pontual recuo, além de reveladora é de certa forma positiva porque demonstrativa do real problema e, espera-se que o ministro reconsidere, com base no estudo caso a caso, ouvindo as forças vivas das regiões, de forma a inteirar-se da importância desta e de outras maternidades no nosso interior.
Que tenha em conta por exemplo, a extraordinária manifestação de cidadania que o povo de Barcelos promoveu, ao fazer deslocar a Lisboa, 10.000 barcelenses.
Como refere o Rui Martins em comentário na postagem anterior, “o enfoque está errado e não devia ser no número de partos e sim de obstetras”, porque, se a medida não é economicista como diz o ministro e o primeiro-ministro e o relatório técnico aponta sim para a falta de médicos, no caso particular de Lamego, obstetras, então há que os contratar nem que seja em Espanha.
Refere também o Manoel Carlos em comentário na postagem anterior, “os custos da concentração dos cidadãos nas metrópoles é extraordinariamente mais elevada que no interior” e os custos da desertificação, poderemos vê-los uma vez mais, com o crescente número de incêndios que assolam todos os verões o País.
Sr. Ministro. Não seria o caso de parar para pensar, e ver, que países desenvolvidos estão a optar por pequenas unidades hospitalares, em detrimento das grandes. Não será esta uma boa medida para o interior em vez da concentração em grandes unidades hospitalares?
Sugiro-lhe alguma reflexão, mas sabendo que o seu tempo é precioso, deixo-lhe aqui uma passagem de António Vieira, para que beba um pouco da sua sabedoria e quiçá, por osmose, se faça luz.
”Perguntou o Senhor, para que os senhores que mandam o Mundo se não desprezem de perguntar. Se pergunta a sabedoria divina, porque não perguntará a ignorância humana? Mas esse é o maior argumento de ser ignorância. Quem não pergunta, não quer saber; quem não quer saber, quer errar. Há porém ignorantes tão altivos, que se desprezam de perguntar, ou porque presumem que tudo sabem, ou porque se não presuma que lhes falta alguma cousa por saber. Deus guie a nau onde estes forem os pilotos.”
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Saúde
Governar de calculadora em punho.
O caso do encerramento de maternidades, segundo um critério técnico no qual o ministro da saúde se escuda, tem feito grande alarido nos media e não é para menos.
Esse critério técnico, determina como risco inaceitável, manter abertas as maternidades onde o número de partos/ano seja inferior a 1500, mesmo que, e isto é factual, algumas sejam maternidades com 0% de acidentes há pelo menos dois anos.
Passava mais uma vez a noticia na televisão e talvez por não conseguir conviver lá muito bem com a burocracia, ou por não me iludir, com essa coisa de uma entidade central definir o que é o risco aceitável, só me vinha à cabeça a questão da descentralização, da desertificação do interior e do que se faz, para criar uma contracorrente, ou seja; NADA!
Depois de acabarem com comboios regulares no interior, com determinadas carreiras regulares de camionagem, ou com escolas, para não falar de alguns Centros de Saúde, chegou a vez das maternidades. E depois, o ministro não quer nem ouvir falar de que este é um caso de contornos economicistas e quer-nos fazer acreditar que esta é uma excelente medida na via da vida acéptica e sem riscos.
Por favor Sr. Ministro...
V.Exa. bem pode tentar convencer-nos do contrário, e tentar criar consensos de que a medida é correcta, mas nós, que observamos e temos a mania de pensar, não podemos concordar. Esta coisa, dos ministros viverem obcecados com as médias e tomarem decisões de calculadora na mão, está a ganhar contornos ridículos e a cada medida que tomam, viver no interior é cada vez mais difícil.
Essa é que é essa... e o que custa, é ver um governo dito socialista, a tomar constantemente medidas atentatórias ao bem-estar dos seus cidadãos.
PS: Desculpem todos a quem não respondi ou visitei, na sequência dos comentários de alguns posts anteriores, mas a falta de tempo é lixada, e infelizmente, abunda cá por estes lados.
Esse critério técnico, determina como risco inaceitável, manter abertas as maternidades onde o número de partos/ano seja inferior a 1500, mesmo que, e isto é factual, algumas sejam maternidades com 0% de acidentes há pelo menos dois anos.
Passava mais uma vez a noticia na televisão e talvez por não conseguir conviver lá muito bem com a burocracia, ou por não me iludir, com essa coisa de uma entidade central definir o que é o risco aceitável, só me vinha à cabeça a questão da descentralização, da desertificação do interior e do que se faz, para criar uma contracorrente, ou seja; NADA!
Depois de acabarem com comboios regulares no interior, com determinadas carreiras regulares de camionagem, ou com escolas, para não falar de alguns Centros de Saúde, chegou a vez das maternidades. E depois, o ministro não quer nem ouvir falar de que este é um caso de contornos economicistas e quer-nos fazer acreditar que esta é uma excelente medida na via da vida acéptica e sem riscos.
Por favor Sr. Ministro...
V.Exa. bem pode tentar convencer-nos do contrário, e tentar criar consensos de que a medida é correcta, mas nós, que observamos e temos a mania de pensar, não podemos concordar. Esta coisa, dos ministros viverem obcecados com as médias e tomarem decisões de calculadora na mão, está a ganhar contornos ridículos e a cada medida que tomam, viver no interior é cada vez mais difícil.
Essa é que é essa... e o que custa, é ver um governo dito socialista, a tomar constantemente medidas atentatórias ao bem-estar dos seus cidadãos.
PS: Desculpem todos a quem não respondi ou visitei, na sequência dos comentários de alguns posts anteriores, mas a falta de tempo é lixada, e infelizmente, abunda cá por estes lados.
Sporting na Champions!
Todo o estádio a cantar, todo o estádio a dançar
lá lá lá lá lá
Só eu sei, porque não fico em casa...
lá lá lá lá lá
Só eu sei, porque não fico em casa...
Desta vez e em momento chave, o Sporting não falhou e o fim-de-semana não podia terminar melhor.
Ganhou, confirmando o apuramento directo, para a fase de grupos da Liga dos Campeões Europeus e a família festejou com uns belos bifes na República da Cerveja, juntando assim, o dia da Mãe ao apuramento em comunhão perfeita, já que, cá em casa é toda a gente deste grande e magnifico clube.
Allez Sporting allez, allez Sporting allez...
Reflexões de fim-de-semana.
Estava eu na casa de banho quando a coisa me surgiu, – sim, eu sei que é de mau gosto dizer ou escrever, que alguma coisa ou pensamento, surge quando se está na casa de banho, mas é verdade e a isso não há volta a dar – ora, a tal coisa, digamos antes; a reflexão, é singela, mas porque ao fim-de-semana não me ocorrem outras mais profundas, trabalha-se com o que se tem.
Então vejamos: Sabemos todos, que quando o Presidente da República toma posse, tem lugar uma cerimónia em que ele jura defender e cumprir a Constituição de República, também sabemos, que a Constituição pode ser alterada pelos deputados da Nação durante o seu mandato, e a pergunta que faço é: o Presidente, depois da Constituição alterada continua ajuramentado, sabendo-se que o motivo desapareceu?
Bem… parece que temos aqui um imbróglio e talvez por isso, tenha sido importante manter a verdade sobre o local onde me surgem determinadas reflexões. Quem sabe, não virá a ser, uma ajuda interessante e significativa no estudo da filosofia geográfica.
Então vejamos: Sabemos todos, que quando o Presidente da República toma posse, tem lugar uma cerimónia em que ele jura defender e cumprir a Constituição de República, também sabemos, que a Constituição pode ser alterada pelos deputados da Nação durante o seu mandato, e a pergunta que faço é: o Presidente, depois da Constituição alterada continua ajuramentado, sabendo-se que o motivo desapareceu?
Bem… parece que temos aqui um imbróglio e talvez por isso, tenha sido importante manter a verdade sobre o local onde me surgem determinadas reflexões. Quem sabe, não virá a ser, uma ajuda interessante e significativa no estudo da filosofia geográfica.
O Belo e o Bom
Quem é belo
é belo aos olhos
- e basta.
Mas quem é bom
é subitamente belo
Safo, Líricas em Fragmentos, Vega, 1991.
é belo aos olhos
- e basta.
Mas quem é bom
é subitamente belo
Safo, Líricas em Fragmentos, Vega, 1991.
A palavra ao Mestre.
Enquanto acertamos as coisas ali em baixo, deixo-vos com as sábias palavras de Agostinho da Silva.
Nenhum político pode tomar medidas que não estejam na consciência do geral, porque, se tomar medidas que não estejam na consciência do geral, ele vai ser, quando muito, não um político, mas um ditador.
Nenhum político pode tomar medidas que não estejam na consciência do geral, porque, se tomar medidas que não estejam na consciência do geral, ele vai ser, quando muito, não um político, mas um ditador.
Desafio!
Chegou a hora de mais um desafio. A Beatriz, a meu pedido e da Clarissa, lançou o mote que é a foto que ilustra o post. Propomos que os Contos sejam publicados em simultâneo como vem sendo hábito, no dia
Estes desafios, para quem não sabe, são desafios de criação em que o ponto de partida é um mote comum e o prémio é a leitura de novos contos e a constatação das diferentes leituras possíveis, sobre o que se vê ou lê.
Ninguém sabe, excepto a Beatriz, o que lhe sugeriu tal mote, eu no primeiro contacto, lembrei-me de James Joyce nesta sua frase: “Constipei-me no parque. Tinham deixado a cancela aberta”. Outros terão outra leitura e, é também essa diversidade que procuramos.
Os participantes são, e por ordem alfabética:
Ashfixia, Beatriz, Bill, Clarissa, Conteúdo Latente, Espreitador, Harpa, Ipslon, Maite, Parrot, Pedro Pinto, Pois Claro, Rui Semblano e Vanessa.
Todos os nomes estão com o respectivo link onde publicam, e como diz a Beatriz, se mais alguém se quiser juntar, já que este não é um grupo fechado, só terá de anunciar a sua intenção.
Fica desde já um grande obrigado, aos que e a convite, aceitaram integrar o grupo nesta sua 4ª edição e que são; Bill, Harpa, Parrot, Pedro Pinto, Pois Claro, Rui Semblano e Vanessa.
“Uma parte do tempo é-nos tomada, outra parte vai-se sem darmos por isso, outra deixamo-la escapar. Mas o pior de tudo é o tempo desperdiçado por negligência”·
Lúcio Aneu Séneca, Cartas a Lucílio.
Nota posterior.
Amigos! Acontece que alguns dos participantes do desafio, se encontram com dificuldades para postar no dia 8. Infelizmente, nem sempre é possível ter uma data que encaixe com a actividade de todos, no entanto, creio estarmos ainda a tempo de o tentar.
Assim, com o nosso pedido de desculpas, e caso não haja mais inconvenientes, somos forçados a pedir a vossa compreensão e sugerir o dia 11 de Maio como data alternativa.
Nota posterior 2.
Amigos! Desculpem mas o dia 11 de Maio encontrou algumas dificuldades para se impor e estamos neste momento a trabalhar outra data.
Assim que tiver informação mais consistente, informá-los-ei.
Somos poucos, para nos permitirmos deixar alguém de fora e os poucos que somos, são, salvo melhor opinião, demasiado importantes.
Nota posterior 3.
Começo por vos pedir desculpa pela demora e agradeço a paciência demonstrada, enquanto se tenta encontrar uma data de publicação que encaixe com os afazeres de cada um, tanto profissionais como escolares.
Cheguei à conclusão, que o melhor seria dilatar um pouco o prazo de publicação, para que todos, pudessem ter tempo de fazer os ajustes necessários, devido à necessidade de publicarmos em simultâneo.
Assim, avançamos com uma nova data: Dia 14 às 21 horas. As razões desta escolha, prendem-se com a impossibilidade de alguns para com as datas antes sugeridas, depois, porque é um domingo e normalmente neste dia não temos afazeres profissionais, nem escolares, que nos impeçam de estar perto de um PC às 21horas, nem se interrompe o fim-de-semana a ninguém.
Espero que esta data seja do vosso inteiro agrado, e mais uma vez, o meu obrigado pela paciência demonstrada.
Bem-hajam.
I Encontro de blogues de Vila Viçosa!
A pedido do “O Restaurador” aqui fica com muito gosto a divulgação sugerida:
Dia 22 de Julho venha até Vila Viçosa conviver com os seus amigos, traga a sua família, tenha a oportunidade de se maravilhar com a beleza de Vila Viçosa, passe um dia diferente no I Encontro de Blogues de Vila Viçosa!
Divulgue também o I Encontro de Blogues de Vila Viçosa, falando do mesmo no seu blogue, criando também um link. Pode criar um link personalizado, copiando o código do selo do I Encontro de Blogues de Vila Viçosa e colando-o no seu blogue.
Poderá obter mais informações em:
http://www.encontrodeblogues.pt.vu/
http://orestaurador.googlepages.com/home
http://orestauradordaindependencia.blogspot.com/
http://empregoalentejo.blogspot.com/
http://www.tabernainconformados.blogspot.com/
http://cidadela-dos-incultos.blogspot.com/
http://abata-afefe.blogspot.com/
http://quintoimperiodigital.blogspot.com/
Já somos 12 inscritos no I Encontro de Blogues de Vila Viçosa. Porque espera? Vamos descentralizar a blogosfera! Até Julho, em Vila Viçosa!
Dia 22 de Julho venha até Vila Viçosa conviver com os seus amigos, traga a sua família, tenha a oportunidade de se maravilhar com a beleza de Vila Viçosa, passe um dia diferente no I Encontro de Blogues de Vila Viçosa!
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Poderá obter mais informações em:
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