Demissão.

Freitas do Amaral pede demissão do cargo de ministro dos Negócios Estrangeiros.

Parece que Freitas do Amaral estava demasiado à esquerda deste governo, se bem que, a alegação para a demissão, tenha sido motivos de saúde.

O cargo será ocupado por Luís Amado, que deixa assim a pasta da Defesa para Nuno Severiano Teixeira.

Este sim (Luís Amado) está no mesmo quadrante político de Sócrates.
Lá vamos nós reforçar os laços de amizade com os norte-americanos.

Ainda bem que há futebol...

Leituras de Areia.

A época balnear está aí e por isso, é melhor começarmos a pensar nas leituras entre banhos e jornais, como combate ao aborrecimento da falta de Net para blogar. Assim, tomo a iniciativa de sugerir um livro e desafio-os a retribuir nos vossos blogues.
Este é um livro leve, autobiográfico, de histórias e aventuras, que o autor na altura do seu lançamento confessou tê-lo escrito "numa semana e meia hora" e acredito que vos proporcionará alguns momentos divertidos.

No Ar - Live on Paper, do José Ramos.
Editado pelo Círculo de Leitores e também pela Temas e Debates

Fica esta pequena passagem:

O Prestimoso Silva hoje está calmo na vida, dedicado a uma mulher que o ama e o faz feliz... mas não deixa de ser um verdadeiro “malindras de Campo de Ourique”, daqueles “pintas” que nunca estrebucha... muda de esquina.
– Oh Chefe, neste seu BMW, aqui atrás que nem uns nababos e com estes dois matulões (Luís Rodrigues e Fernando Tordo ambos com mais de 1.80) à frente até parecemos uns ministros... São os nossos seguranças.
– Ministros?
– Bem Ministro é só o Chefe. Eu sou sub-secretário de Estado...
Até parecíamos. Mas os seguranças não gostaram da rábula e não é que o Luís trava a fundo e em plena Ponte Vasco da Gama, o Tordo sai do carro e pôs o PRESTIMOSO fora da “voiture/limusine” dizendo-lhe:
- Caiu o Governo. Pr'á rua... Seu filho da puta!

Timor-Leste

“Presidente – não se demita. Demita-o!!“

É este o teor da mensagem que Ana Gomes enviou a Xanana Gusmão e que a própria revela no Causa Nossa, acrescentando:

"…preciso que em Portugal se entenda que Mari Alkatiri até hoje não juntou os milhares de manifestantes da FRETILIN, que diz estar a reter para não provocar mais perturbações, pura e simplesmente porque não os tem.”

Entretanto:

Hera, Timor-Leste, 27 Jun. (Lusa) – O líder da FRETILIN, Mari Alkatiri, convenceu hoje cerca de 10 mil apoiantes do partido reunidos a uma dezena de quilómetros de Díli a esperarem "um dia ou dois" antes de entrarem na capital de Timor-Leste.

E agora doutora Ana Gomes... a sua ânsia de protagonismo vai levá-la onde? Será que fala pelo Partido Socialista?
Bem... não me parece. Creio que só lhe resta uma solução, demita-se e deixe de envergonhar os portugueses.

No dia em que Alkatiri apresentou a demissão, gostei especialmente de ver os aussies rumar a casa, derrotados a dez segundos do fim, com um golpe de teatro à boa moda italiana.



GABINETE DO PRIMEIRO-MINISTRO

DECLARAÇÃO

Tendo reflectido com profundidade necessária sobre a situação vivida no país;
Considerando que acima de todos os interesses, estão os interesses da nossa nação;
Assumindo a minha parte das responsabilidades pela crise por que mergulhou o pais;
Recusando-me terminantemente contribuir para o aprofundamento da crise;
Reconhecendo que todo o povo merece viver um clima de paz e tranquilidade;
Esperando de todos os militantes e simpatizantes da FRETILIN toda a compreensão e apoio;

Declaro:

Pronto a resignar-me do meu cargo de Primeiro-Ministro e do Governo da RDTL para evitar eventual resignação do Presidente da República
Pronto a manter com Sua Excia o Senhor Presidente da República diálogos no sentido de contribuir, se necessário, para a formação do governo interino
Pronto em contribuir na apresentação do orçamento de Estado no Parlamento nacional.
Mais declaro que passo a assumir as minhas funções de deputado no Parlamento Nacional até ao fim do meu mandato.

Dili, 26 de Junho de 2006
Mari Alkatiri
Primeiro-Ministro



A dignidade de Alkatiri, em contraste com o populismo burlesco deste novo Xanana.


Este é o tempo
Este é o tempo
Da selva mais obscura

Até o ar azul se tornou grades
E a luz do sol se tornou impura

Esta é a noite
Densa de chacais
Pesada de amargura

Este é o tempo em que os homens renunciam.

Sophia de Mello Breyner Andresen, in Mar Novo



Haja Coração!...



Portugal heróico defronta a Inglaterra.

Portugal eliminou a Holanda e alcançou os quartos-de-final do Mundial 2006.

Num jogo memorável, o único golo da partida foi marcado por Maniche, aos 23 minutos.

Foto daqui.



Agora… força Brasil rumo aos quartos-de-final!

Sísifo

Recomeça...
Se puderes,
Sem angústia e sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro,
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.

E, nunca saciado,
Vai colhendo
Ilusões sucessivas no pomar.
Sempre a sonhar
E vendo,
Acordado,
O logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças.

Miguel Torga
O passado de Kay Rala Xanana Gusmão não o torna impoluto e não me pode impedir de o criticar pelo presente, e, por isso faço-o, convicto de que mal aconselhado está a levar Timor-Leste para o abismo.

"Falhámos em garantir a vossa estabilidade, mas com a vossa esperteza ganhámos esta guerra", afirmou Xanana Gusmão, perante o entusiasmo dos manifestantes, que exigem a demissão do primeiro-ministro, Mari Alkatiri.
Fonte - LUSA.

Foi assim de forma burlesca que Xanana se dirigiu aos manifestantes, aliás, todo o discurso começando pelas pessoas presentes no improvisado palco, foi burlesco e provinciano, mas o pior é que foi divisionista e de desrespeito pela constituição e poderes instituídos, sendo a manifestação em si, uma provocação à FRETILIN, para que esta tenha de alguma forma, uma reacção que proporcione a Xanana os motivos para a constituição de um Governo de iniciativa presidencial, tão do agrado dos australianos que já estão a construir uma base para aquartelar 3000 homens nos próximos dois anos, sem que o Governo Timorense o tenha autorizado.

De que forma podemos entender, que os desertores tenham passado a uma Frente Nacional para a Justiça e Paz (FNJP), encerrando simbolicamente o Parlamento Nacional e tomando conta da cidade com o argumento; “Se o Parlamento representa o povo, então o povo decide fechá-lo” com o sorriso e as palmadinhas cúmplices de Xanana?

Felizmente, a FRETILIN mostra ter quadros bem preparados e, para já, não embarcaram nesta estratégia. Continuam por agora, com a sua passividade a ser o garante, agora o único, da democracia, da constituição e dos poderes instituídos.

Depois disto e tendo em consideração o passado de Xanana, temos de considerar que ele foi longe demais e mesmo a desbocada Ana Gomes, sua amiga pessoal, tenta, tenta, mas tem evidentes dificuldades em defendê-lo.

Mas para uma melhor compreensão do actual estado de coisas em Timor-Leste, transcrevo aqui, uma excelente entrevista de Nicole Guardiola a Ana Pessoa, Ministra de Estado e da Administração Pública de Timor que o Expresso pública.

Acrescento, que esta mulher poderá vir a ser a nova chefe de Governo de Timor-Leste, isto se, o problema de Xanana for mesmo Alkatiri e não a FRETILIN, e, se assim for, o Governo de Timor-Leste ficará muito bem entregue.

Mas isso é o optimismo a falar por mim, porque o que penso, é que a FNJP (leia-se: Testas-de-Ferro dos interesses de Camberra) e Xanana, tudo farão para demitir o Governo e constituir um outro de iniciativa presidencial, com intenção de preparar terreno propicio a eleições antecipadas, não fosse assim e Xanana teria pedido à população para regressar às suas casas, mas não, convém que o estado de sítio que se vive em Díli permaneça, porque lhe convém.


«Há uma estratégia por detrás de tudo isto»

Ana Pessoa, ministra de Estado e da Administração Pública de Timor-Leste e membro do Comité Central da FRELIMO, é uma mulher de convicções fortes e sem papas na língua. Jurista de formação, acha «inacreditável» que o Presidente Xanana Gusmão tenha exigido a demissão do primeiro-ministro Mari Alkatiri numa carta apensa a gravação de uma reportagem de televisão australiana, mas acha que a crise institucional ainda pode resolver-se pela negociação e no respeito da legalidade e das normas constitucionais.

Convicta, como Alkatiri e Lu-Olo (presidente do Parlamento) de que há forças empenhadas em fazer de Timor-Leste «um Estado falhado», que deve ser posto sob tutela pelo menos até às eleições de 2007, veio a Lisboa pedir o apoio da CPLP.

A ONU é acusada de não ter evitado a politização e instrumentalização das Forças Armadas e de Segurança timorense, que estaria na origem da crise institucional actual...

O principal aspecto positivo das intervenções da ONU é a multilateralidade, que acarreta também consequências negativas, mas não se pode, de maneira nenhuma culpar a ONU de tudo o que acontece agora. Para a constituição das forças policiais, a UNTAET teve assessores de 40 nacionalidades diferentes e isto cria necessariamente confusão. Não há um modelo, uma doutrina, uma estratégia clara, o que é grave para a formação de um exército e de polícias num país como Timor-Leste, sem tradições institucionais e com referências negativas, herdadas da ocupação militar estrangeira.

Os critérios de avaliação para o recrutamento de funcionários, polícia, militares, não foram logo um factor de tensão? Há pessoas que foram excluídas porque não falavam português...

É absolutamente falso, aconteceu mesmo o contrário. Quando eu era ministra da Administração Interna do governo de transição, a UNTAET lamentava-se de não encontrar timorenses qualificados para ocupar lugares na administração pública e fui assistir às entrevistas de selecção. Verifiquei que eram feitas em inglês ou em bahasa indonésio. Explicaram-me que o inglês era a língua de trabalho da ONU. Respondi: 'então contratem intérpretes. Não estão a recrutar funcionários para a ONU mas sim para o Estado timorense, cujas línguas oficiais são o tétum e o português. Saber inglês pode ser uma habilitação suplementar, nunca um critério de selecção. A maioria dos timorenses não fala inglês e muitos não dominam português, porque durante a ocupação indonésia falar português era ser conotado com a guerrilha, dava direito a ser preso, torturado, morto. Até hoje, só se exige o tétum e só recentemente começou a exigir-se provas de português. No meu ministério, só aceito documentos em tétum ou em português. Se vierem em inglês ou em bahasa, voltam para trás.

O facto de haver oficiais da polícia oriundos da polícia indonésia não criou problemas?

O recrutamento da Policia Nacional de Timor-Leste (PNTL) foi inteiramente feito pela UNTAET. Incorporaram mais de 100 agentes e oficiais indonésios, alguns dos quais tinham uma folha de serviços muito má, referenciados como torcionários. Foi o que provocou a primeira divisão entre os chamados «nacionalistas» e o grupo dos «autonomistas», ex-agentes da polícia indonésia que foram incorporados na PNTL em nome da reconciliação nacional. Costumava dizer que a policia foi estruturada para se desestruturar na altura da primeira crise. Foi o que aconteceu.

A criação de forças especiais também criou mal-estar e aparece agora relacionada com grupos paramilitares de autodefesa.
Em Janeiro de 2003, milicianos infiltrados através da fronteira com Timor Ocidental atacaram aldeias, mataram populações indefesas, na região de Atsabe. A nossa polícia, que só tinha uns 15 homens na zona armados com pistolas, não foi capaz de reagir. Fizemos intervir os militares das Forças de Defesa e Segurança (FDSTL) e fomos acusados de violações dos direitos humanos.

Foi nesta altura que se decidiu criar a Reserva Especial da polícia, para actuar fora das zonas urbanas, segundo o modelo da «Jungle Police» da Malásia. Os seus membros foram recrutados no seio da PNTL, deviam ter pelo menos seis meses de serviço e nenhum antecedente disciplinar. Receberam um treino mais puxado, tipo rangers, equipamentos adequados e armas automáticas.

Como aparecem armas nas mãos de civis?

Há armas nas mãos de civis porque o comando da polícia falhou. Os paióis foram roubados, há armas em circulação na posse de pessoas que não sabemos ao certo se são civis ou polícias que despiram as fardas. Não creio que entrou clandestinamente mais armamento em Timor. Há muitas especulações que são aproveitadas, sobretudo pelos australianos, para provar que há descontrolo por parte do governo. Está a fazer-se o levantamento das armas existentes e das que faltam ao inventário. As FDSTL fizeram-no imediatamente, porque estava tudo bem organizado. Na policia não.

As FDSTL não têm problemas?

Têm um comando e quando há comando há disciplina, felizmente.

Quem são os grupos armados que o Rogério Lobato admitiu ter autorizado?

Não sei. Só tenho uma certeza: não são da Fretilin. Como disse o Lu-Olo (presidente da Fretilin e do Parlamento), a Fretilin não tem milícias armadas, não é nem nunca foi um partido terrorista como uma certa imprensa quer fazer crer. Também não conheço o Railos, mas recebi uma mensagem dele, no meu telemóvel, a 12 de Junho. No SMS que recebi por engano (era dirigido a Lu-Olo) Railos autoproclamava-se chefe do «Grupo de Salvaguarda Povo e Nação» e dizia, em tétum, que sabia que a Fretilin não distribuiu armas, mas que quem o fez foi Alkatiri. Julgo que estão a tentar dividir a Fretilin para fazer cair o Governo.

Num artigo de opinião, o seu filho, Loro Ramos Horta, acusa Mari Alkatiri e Xanana Gusmão, de serem responsáveis da actual situação. (ver «Os senhores da Guerra» - Expresso, edição de 10.06.2006)

O meu filho ficou furioso e preocupadíssimo com o que nos poderia acontecer, a mim e ao meu filho pequeno, e telefonou-me para dizer que devia pedir asilo numa embaixada. Depois publicou um artigo horrível e fui eu que lhe telefonei para lhe dizer 'Julgava que tu eras um académico, mas um académico não escreve assim. Podemos ter divergências, mas não baixar até ao insulto. Por outro lado tens obrigação de saber do que estas a falar. Mesmo que quando se discorda tem que haver respeito pelas instituições do país, que custaram tanto sangue e sofrimento'. Sente a necessidade de defender o pai, eu compreendo, mas quem o ler vai pensar «tal pai tal filho».

Foi a Genebra para falar na sessão inaugural da Comissão dos Direitos Humanos da ONU. Pediu apoio para investigar os recentes acontecimentos de Timor?

O apoio internacional já foi pedido pelas autoridades timorenses competentes.

Mari Alkatiri declarou que as casas incendiadas, saqueadas, foram «operações cirúrgicas»...

Isto é outra história. É bom que se saiba que os incêndios, as casas saqueadas, as ameaças contra pessoas, aconteceram maciçamente depois da chegada das tropas australianas e depois de nós termos ordenado aos militares timorenses para recolher aos quartéis. Toda a gente pedia ao Governo para chamar as FDSTL. Mas depois de terem voltado para os quartéis, já não podiam sair sob pena de serem desarmados pelos australianos.

O facto do embaixador de Timor na ONU, José Luís Guterres, ter sido candidato à presidência da Fretilin e ter criticado publicamente o PM e o Governo não cria uma certa confusão?

Um cidadão não deixa de o ser por ter sido nomeado embaixador. Tem o direito de participar em actividades políticas. Acho que se deveria coibir de certas manifestações públicas, para que a sua lealdade não suscite dúvidas. Ramos Horta fez uma observação neste sentido no Congresso da Fretilin.

A Justiça está em condições de funcionar em Timor-leste?

Depois de tomar o controlo das forças de defesa e segurança, a Austrália e a Nova Zelândia vão querer controlar a Justiça. É aliás um problema antigo. Quando eu era ministra da Justiça, era a Nova Zelândia que tomava conta das cadeias. A uma dada altura, mandei fazer uma inspecção, porque me chegaram rumores de irregularidades. Brindaram-me com um motim de reclusos, que se verificou depois ter sido orquestrado para comprometer o Governo. Os neozelandeses retiraram-se e depois de muita guerra e muita intriga, Portugal ficou encarregue deste sector e da Justiça. Quando deixei a pasta, já tínhamos assinado todos os protocolos de cooperação, para a formação dos magistrados, etc. Mas há quem não veja com bons olhos esta presença portuguesa e faça tudo para obstruir a aprovação das leis, do Código Penal. Agora, os australianos desembarcaram com polícias, investigadores, magistrados. Vão querer tomar conta da Justiça e depois da Administração Pública. Se isto acontecer, será o fim da independência e da soberania de Timor. Não se enganem: há uma estratégia por detrás disso. Fizeram exactamente a mesma coisa nas ilhas Salomão. A pretexto da luta contra os bandos, jogaram a polícia contra os militares e conseguiram por no poder o Governo que queriam. O problema é o tempo, que é curto, e temos menos de um ano até as eleições.

Nicole Guardiola

Nenhum problema tem solução. Nenhum de nós desata o nó górdio; todos nós ou desistimos ou o cortamos. Resolvemos bruscamente, com o sentimento, os problemas da inteligência, e fazemo-lo ou por cansaço de pensar, ou por timidez de tirar conclusões, ou pela necessidade absurda de encontrar um apoio, ou pelo impulso gregário de regressar aos outros e à vida.
Como nunca podemos conhecer todos os elementos de uma questão, nunca a podemos resolver.
Para atingir a verdade faltam-nos dados que bastem, e processos intelectuais que esgotem a interpretação desses dados.

Fernando Pessoa, in "Livro do Desassossego"

Enquanto e muito bem, festejamos a vitória de Portugal sobre o México, não nos esquecemos do que se passa por esse mundo.

Muito, mas mesmo muito, haveria para dizer sobre Timor-Leste.

Hoje, especialmente, apetecia-me desancar no Presidente Xanana Gusmão, por emprenhar de propaganda australiana, e, só não o faço, pelo respeito que o passado daquele homem me merece, mas não posso deixar de linkar aqui a voz dos timorenses; que de lá, fazem um blog que acompanha a situação minuto a minuto.


Parlamento Europeu

Uma vez por mês e durante alguns dias, o Parlamento Europeu transfere-se de Bruxelas para Strasbourg por inteiro, com todos os seus colaboradores e toda a sua documentação. A única razão para este desperdício de 200 milhões de euros por ano deve-se à vontade da França. Todos os países da União pagam a conta! Nós também!

Presentemente, um determinado número de membros do Parlamento Europeu, pertencentes a diferentes partidos e países, iniciaram uma acção que visa acabar com este desperdício ridículo. É necessário recolher um milhão de assinaturas para que este assunto possa ser inserido na agenda da Comissão Europeia.

Já se recolheram mais de 380 000 assinaturas, mas é preciso um milhão!

Visite o site http://tinyurl.com/rjyfg e assine para se poder acabar com este abuso ridículo.

Façam copy deste post e divulguem nos vossos blogs ou por e-mail.

Entrada posterior: Já lá estão 623.358 assinaturas. Está quase.

3 + 3 = oitavos-de-final



Com dois golos sem resposta, a selecção portuguesa venceu o Irão.

Deco (63') faz um grande golo a passe de Figo e Cristiano Ronaldo (80') de grande penalidade arruma a questão, materializando em golos a superioridade portuguesa que teve pela frente uma formação iraniana que pouco mostrou.

Já estamos nos oitavos-de-final e com antecipação, agora, resta ajudar Angola e para isso, é necessário ganhar ao México.

Mundial à Borla.

Todos os que gostam de futebol e não querem, ou não podem, pagar as exorbitâncias que a Sportv nos quer cobrar para ver o mundial, têem agora a oportunidade de ver todos os jogos à borla.

A qualidade não é muito boa, mas é aceitável mesmo em full-screen.

Clique AQUI e descarregue o programa zipado para o seu disco, depois é só instalar para ter acesso ao seu TVUPlayer.

Os jogos são transmitidos normalmente no canal ESPN2, onde deve fazer duplo clique, mas também no CCTV-5 ou até no ABC como hoje, que transmite os dois jogos que faltam.

Não se alarmem com os problemas de imagem no inicio, que acontecem enquanto o buffer carrega, porque passados os primeiros minutos tudo fica estabilizado.

Bons jogos.

Dos meus folheios...


O Rei da Ítaca

A civilização em que estamos é tão errada que
Nela o pensamento se desligou da mão

Ulisses rei da Ítaca carpinteirou seu barco
E gabava-se também de saber conduzir
Num campo a direito o sulco do arado

Sophia de Mello Breyner Andresen



Mundial 2006




Angola já está.
…e vão três pontos.


A Importância da GNR em Timor-Leste

O objectivo imediato dos australianos, é derrubar Francisco Lu’olo e Mari Alkatiri, que são os principais líderes nacionais reafirmados em Congresso da FRETILIN, realizado entre 17 e 20 de Maio e, foi após esta reafirmação de Presidente e Secretário-Geral com 97% dos votos, que dias depois a situação se agravou, com a Austrália a pressionar e a oferecer militares que já estavam preparados, evidenciando um apurado e muito a propósito, espírito vidente.

Mas quais os motivos que estão por detrás de tudo isto?
Serão os que alguma imprensa se presta a passar, como sendo um conflito de origem étnica entre os loromonu (naturais dos dez distritos ocidentais de Timor-Leste) e os lorosae ( naturais dos três distritos orientais), que estarão na origem da deserção de 600 militares, ou será simplesmente o petróleo no mar de Timor?

Vejamos:
Sabemos que a italiana ENI, ganhou o concurso internacional de exploração, que terminou a 19 de Abril, de cinco dos seis blocos para exploração petrolífera no mar de Timor-Leste, tendo a sexta sido ganha pela indiana Reliance Industries e tendo os resultados da comissão de avaliação sido ratificados pelo primeiro-ministro Mari Alkatiri. Perante estes dados, não restava outra solução à Austrália que derrubá-los. E numa tentativa aventureira e golpista criar uma crise para que as coisas não evoluam no sentido que o processo de avaliação indica, já que, Alkatiri está de pedra e cal como Secretário-Geral do Partido do Governo.

Em todo este processo e devido à fragilidade da democracia timorense, estou convencido que Alkatiri, não teve visão estratégica e cometeu um erro político, porque interessaria o investimento diversificado pela Austrália, Indonésia, Malásia, China e Portugal entre outros, proporcionando assim, os meios para o reforço das relações bilaterais através do volume de negócios com esses países. Assim não foi e o resultado está à vista.

Acontece, que a GNR, está presente com a intenção de ajudar os timorenses, os timorenses sabem-no e por isso os diferenciam dos australianos depositando neles e a meu ver bem, as suas esperanças, o que, não é muito bem visto por estes, que correm o risco, devido à esperada eficiência da GNR, verem esvaziada a necessidade da sua permanência em Díli e portanto do centro de decisões. Por isso, não é de estranhar o primeiro diferendo entre a GNR e as tropas australianas, resolvido para já, com um acordo técnico conforme comunicado de Ramos Horta que define no imediato como zona exclusiva de operações da GNR, a zona da ponte e ribeira de Cômoro, a mais problemática de Díli.

Não compreendo são as declarações de Ramos Horta hoje à RTP, manifestando-se disponível para substitui Alkatiri se tiver o apoio da FRETILIN, sabendo que o partido do governo nunca lhe dará apoio, visto ele não ser militante e sabendo também que o presidente da FRETILIN, já afirmou, que eleições só no primeiro semestre de 2007, como está determinado.
REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE TIMOR-LESTE
MINISTÉRIO DA DEFESA
E
MINISTÉRIO DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS E COOPERAÇÃO

08 Junho 2006 Para difusão imediata

COMUNICADO DO MINISTRO RAMOS-HORTA

Em virtude de alguma contínua deturpação veículada em certa imprensa sobre o papel e missão da GNR em Timor-Leste, o Ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação e Ministro da Defesa, Dr José Ramos-Horta, disse:

“Nunca esteve em causa o acordo celebrado entre Timor-Leste e Portugal ou entre Timor-Leste e Austrália e Nova Zelândia. Timor-Leste ainda não tem qualquer acordo formal com a Malásia mas as autoridades Malasianas e o Comandante do contingente daquele país decidiram de imediato aceitar a cooperação no plano operacional com as outras duas forças, Australiana e Neo Zelandesa.

“Em momento algum as partes Australiana, Neo Zelandesa ou Malasiana questionaram a autonomia operacional de cada força. Desde o início que o Brigadeiro-General Mick Slater, comandante das forças Australianas, afirmou que cada uma das forças convidadas pelo governo de Timor-Leste para ajudar a restabelecer ordem e segurança internas mantêm e manterão sempre a sua autonomia operacional.

“O que foi acordado hoje numa reunião presidida por mim e com a presença dos Embaixadores e Comandantes das quatro forças incluindo GNR, foi:

o objectivo a longo prazo (e aqui a longo prazo significa dias ou semanas) é que a GNR opera como uma força de intervenção táctica em toda a cidade de Díli; de imediato, respondendo a um apelo feito pelo Presidente da República e Governo Timorenses, a GNR operará numa zona exclusiva de operações que cobre a zona da ponte e ribeira de Comoro;Para maximizar a capacidade de intervenção de cada uma das quatro forças e evitarem-se incidentes, haverá de imediato um processo de conhecimento mútuo no plano táctico-operacional entre as quarto forças.

“Agradeço a todos os envolvidos nestas discussões – Austrália, Malásia, Nova Zelândia e Portugal – a sua solidariedade e determinação em assegurar ordem e segurança para o povo Timorense acima de tudo o mais.”

De que lado estão os australianos?


Como se explica que Alfredo Reinaldo, ex-major e ex-comandante da componente naval das Falintil, Forças de Defesa de Timor-Leste, que abandonou as forças armadas a 4 de Maio e desde essa altura com os seus homens já participou em diversos confrontos que causaram vários mortos, que coloca em causa o Estado de direito do país, que quase todos os dias faz conferências e dá entrevistas, que se assume como comandante de todas as forças militares timorenses nas montanhas, enquanto não obtiver a demissão do primeiro-ministro Mari Alkatiri, que está aquartelado na pousada de Maubisse que fica a 70 quilómetros de Díli, se dá ao luxo de posar para os repórteres fotográficos ladeado por dois soldados australianos?
Que conclusão retirar, da presença dos australianos no aquartelamento dos revoltosos, quando estes estão em Timor-Leste para apoiar o Estado timorense?