Na língua, nada é fixo mas fixado de tempos a tempos por uma questão prática de comunicação e, sabemos bem, que uma das coisas belas da comunicação, está precisamente no rompimento das regras.
Esta discussão do Acordo Ortográfico, que vai da estagnação ao progresso lento e concertado, leva-me a reflectir sobre o mal-estar dos defensores do “Não” em verem aprovado o actual Acordo, e, escrevo mal-estar e não mal estar, porque a ortografia desta palavra decorre de uma regra publicada em decreto-lei, portanto com o alcance jurídico, que permite aos defensores do “Não” exigir o seu cumprimento para um caso e em simultâneo o incumprimento para o outro, aliás, as palavras compostas com recurso ao hífen, são uma confusão e dão-nos alguns desgostos, chegando a ponto de as encontrarmos grafadas com e sem hífen em dicionários de referência. Correntemente, há quem use e quem não use o hífen, seja por erro, por ordem prática ou preferência dos que acham que as normas são convencionais e não mandam na Língua.
Um bom exemplo, para além das mutações populistas, são alguns escritores que, perante a capacidade expressiva de um hífen poder cumprir funções semânticas, literárias ou estilísticas, se estão nas tintas para o padrão de orientação geral e desenvolvem novas formas, que, a par de outras, principalmente de sintaxe -mais comum do que de ortografia, leva alguns defensores do “Não” a dizerem que é dos escritores a honra de fazer norma, o que, a meu ver, e a par dos falantes que somos todos -porque não se trata de falar, mas de escrever com correspondência à fala, empurram a língua devido à sua padronização para a norma e daí a necessidade de tocar a reunir de tempos a tempos. Ora, como para além da norma, há quem proponha a norma, posteriormente, dicionaristas, gramáticos e linguistas, decidem ser esta ou aquela grafia, esta ou aquela construção sintáctica. Daqui se pode inferir, que ninguém em particular faz a norma, aparecendo esta, feita por toda a comunidade de forma retrospectiva e pelo reconhecimento oficial de um uso generalizado, quando não é por necessidade semântica.
Temos assim, que a norma é necessária para não nos apoiar-mos em balbúrdias e evitarmos afastamentos extremos que dificultariam a comunicação e, da mesma forma e pelos mesmos motivos, esta deve acompanhar os tempos.
Esta discussão do Acordo Ortográfico, que vai da estagnação ao progresso lento e concertado, leva-me a reflectir sobre o mal-estar dos defensores do “Não” em verem aprovado o actual Acordo, e, escrevo mal-estar e não mal estar, porque a ortografia desta palavra decorre de uma regra publicada em decreto-lei, portanto com o alcance jurídico, que permite aos defensores do “Não” exigir o seu cumprimento para um caso e em simultâneo o incumprimento para o outro, aliás, as palavras compostas com recurso ao hífen, são uma confusão e dão-nos alguns desgostos, chegando a ponto de as encontrarmos grafadas com e sem hífen em dicionários de referência. Correntemente, há quem use e quem não use o hífen, seja por erro, por ordem prática ou preferência dos que acham que as normas são convencionais e não mandam na Língua.
Um bom exemplo, para além das mutações populistas, são alguns escritores que, perante a capacidade expressiva de um hífen poder cumprir funções semânticas, literárias ou estilísticas, se estão nas tintas para o padrão de orientação geral e desenvolvem novas formas, que, a par de outras, principalmente de sintaxe -mais comum do que de ortografia, leva alguns defensores do “Não” a dizerem que é dos escritores a honra de fazer norma, o que, a meu ver, e a par dos falantes que somos todos -porque não se trata de falar, mas de escrever com correspondência à fala, empurram a língua devido à sua padronização para a norma e daí a necessidade de tocar a reunir de tempos a tempos. Ora, como para além da norma, há quem proponha a norma, posteriormente, dicionaristas, gramáticos e linguistas, decidem ser esta ou aquela grafia, esta ou aquela construção sintáctica. Daqui se pode inferir, que ninguém em particular faz a norma, aparecendo esta, feita por toda a comunidade de forma retrospectiva e pelo reconhecimento oficial de um uso generalizado, quando não é por necessidade semântica.
Temos assim, que a norma é necessária para não nos apoiar-mos em balbúrdias e evitarmos afastamentos extremos que dificultariam a comunicação e, da mesma forma e pelos mesmos motivos, esta deve acompanhar os tempos.
A norma que nos regula data de 1945, e, também por isso, muitos defensores do “Não”, não são contrários a acordos ortográficos, sabem que a língua é como um organismo vivo que vai perdendo umas células, os arcaísmos por exemplo, e ganhando outras como os neologismos, são sim contra este Acordo, pela simples razão de o pensarem de forma diferente e independente de dizerem ‘stande’ ou escreverem ‘fevras’, outros, preferem a prosa redonda da integridade da Língua e divagações sobre soberania, outros preferiam uma poda como a de décadas atrás quando se limparam umas quantas palavras e outros ainda, acusam o Acordo de pertença do eixo Lisboa-Coimbra. Todos estes argumentos correm em paralelo e não importa que uns tentem falar mais alto que outros, o problema é que, os acordos não são ciências exactas, fazem-se pela urgência de resolver problemas de desfasamento correndo sempre o risco de provocar reacções contrárias, mas isso será sempre assim e esta discussão dura há 20 anos. É tempo, portanto, de aplicarmos este acordo por forma a controlarmos a dispersão que já se verifica (erva e desumano sem a consoante muda ‘h’, por ex. que estão consagradas no uso faz anos sem ter sido levada em conta a etimologia) e daqui a algum tempo recomeçar de novo.
-/-
O MIL: Movimento Internacional Lusófono, decidiu promover uma Petição à Assembleia da República, em prol de uma mais rápida implementação do Acordo Ortográfico. A Petição, está aqui: http://www.gopetition.com/online/17740.html, se concorda, pedimos-lhe que a subscreva e também que a publicite.
Nota de apresentação: O MIL: MOVIMENTO INTERNACIONAL LUSÓFONO , é um movimento cultural e cívico recentemente criado, em associação com a NOVA ÁGUIA: REVISTA DE CULTURA PARA O SÉCULO XXI, projecto que conta já com cerca de meio milhar de adesões, de todos os países lusófonos.
Nota de apresentação: O MIL: MOVIMENTO INTERNACIONAL LUSÓFONO , é um movimento cultural e cívico recentemente criado, em associação com a NOVA ÁGUIA: REVISTA DE CULTURA PARA O SÉCULO XXI, projecto que conta já com cerca de meio milhar de adesões, de todos os países lusófonos.
14 comentários:
Defendo o "sim" serenamente, sem raivinhas de dentes nem onanismos ou gostinhos especiais por brincar com o cotão umbilical, ao contrário da muita caspa intelectualóide que grassa infelizmente no "não". Mas há bom senso e trepidação ética nos dois lados...
Bom post e boa iniciativa, Lord!
E a celeuma continua.
E a gente segue escrevendo!
Abraços, meu caro.
Germano
Aparece...
Caro PiresF,
creio que o post a que se refere será o de uma coexistência (nada) pacífica. Geralmente não costumo entrar em polémicas daquele nível, mas identifiquei-me consigo concordar com o que disse e por achar que existem limites para a cupidez. Agradeço-lhe a visita e aprecio que haja quem esteja atento e não se limite a cambalear pela blogosfera.
Abraços d´A SEIVA
PIRESF
Concordo globalmente com a tua posição.
Tenho-a reforçado nos espaços que visito.
Acho o post excelente para sensibilizar os visitantes para uma temática que não pode ser encarada de ânimo leve.
Abraço
Caro PiresF,
está uma cadeira vazia no "euserimperfeito" à sua espera.
Considerações essas das quais sabes que sou totalmente de acordo.
Tenho lido falar tanto desse acordo, como se fosse o fim do mundo, uma mudança drástica, como se os países da cplp fossem parar para poder trocar as palavras/regras e nada mais seria igual depois disso.
Pouco se acha de conciso, normalmente se agarram com unhas e dentes na opinião de que a mudança ira colocar o Brasil em destaque deixando Portugal de lado perante o resto do mundo.
Penso que não entenderam que o bonde passou e que para o melhor dos países (cplp) é se aproximar o máximo possível, para que assim a língua portuguesa tenha mais força no mundo, não é a questão de quem vai ser o que...
Tanta discussão por isso, se essa mesma vontade fosse voltada para outros casos, teriamos uma vida bem melhor.
Abraços
[s]s
Felizmente foi aprovado!
Outro dia, li que português é a terceira língua ocidental mais falada, após o inglês e o espanhol.
E que a ocorrência de ter duas ortografias díspares atrapalha a divulgação do idioma e a sua prática em eventos internacionais. Sua unificação, no entanto, facilitará a definição de critérios para exames e certificados para estrangeiros.
Simples assim.
Segundo este artigo, a mudança afetará 1,6% do vocabulário de Portugal, e 0,45% do Brasil.
É certo que levarei algum tempo para me acostumar a escrever voo, em vez de vôo; ideia, no lugar de idéia; posoperatório em vez pós-operatório.
Um abraço!
P.S.: "Uma primeira parte muito british"
Ora, amigo PiresF, em um conto inspirado na cultura "Jack, o estripador", necessariamente, teria que inserir um pouco do "fog londrino" nos trópicos :) Além de uma pitada da fleuma inglesa no "Sherlock". Foi proposital :)
Caro PiresF, não o sabia sportinguista apesar de desconfiar. O bom gosto nem merece discussão. Aplausos!
Prezado amigo PiresF, obrigado pela suas palavras de estímulo.
Retirei algumas postagens há 30 dias. Firmei acordo com uma grande editora brasileira, com representação em outros países, inclusive Portugal.
Tudo começou quando a escritora Zélia Gattai, viúva de Jorge Amado e moradora da minha cidade, por sinal, falecida esta semana aos 92 anos, leu os originais de um romance que escrevi, enviado por um amigo comum. Ela gostou e recomendou-me à editora. É quase um romance histórico, pois misturo personagens reais com fictícias. É uma trama de mistério, suspense, teorias conspiratórias, e um lado obscuro do nazismo, ainda desconhecido do grande público. Para absorver uma gama maior de leitores, ou seja, dos mais intelectualizados até os medianos, dei-lhe uma linha policial, o que de maneira geral agrada a todos. Desse modo, tentei atrair o leitor exigente, assim como, o mais comum.
É um projeto caro, pois trata-se de uma trilogia, e cada livro tem em média 400 páginas. O primeiro volume será lançado no segundo semestre de 2010. E, uma curiosidade, o personagem principal é o antropólogo Arthur Ninck, o mesmo do meu último conto. Ninck é um dos sobrenomes da minha mãe.
Assim, como sou um ilustre desconhecido, a editora optou por lançar um livro de contos (um projeto mais barato) no segundo semestre do próximo ano, com o objetivo de me tornar mais ou menos conhecido nos meios literários. Os caras são profissionais, e já trabalham no planejamento de capas, lançamento, noites de autógrafos em todas as capitais, palestras, entrevistas na mídia, e outras iniciativas de marketing.
Agradeço pelo seu interesse, e, aviso-lhe que o seu exemplar será enviado com dedicatória, além do mais, grátis. Pois, como diz o meu tio Walmir: "de graça, até injeção na testa". :)
Um abraço!
Caro amigo, fiquei sem palavras (momentaneamente, claro). Ao contrário do dito, embora acertado, do Sr. Walmir, é uma honra ser merecedor de tal oferta. Nunca o disse, porque sei ser lugar comum entre bloggers: “para quando o livro?”, mas a imaginação, estilo e estética, e também o conhecimento evidenciado no que escreves, que revela muito e sério trabalho, denunciavam-no para mais tarde ou mais cedo.
Percebo que está tudo a ser feito com profissionalismo. Isso é um excelente principio para uma duradoira caminhada que, se deseja profícua nas suas diversas valências.
Grande abraço, Oliver.
não deixo de concordar que muitos dos argumentos que questionam (ou recusam) o acordo são muito falíveis (como deixa entender um desses é a recusa de se legislar sobre a língua, verdadeira patacoada) - mas similar em vazio da ideia de que a ortografia é mera convenção, que alguns defensores também afirmam (a língua é uma convenção, pronto, e daí? Pelo que também o é a ortografia)
Mas parece-me que reduz a grosso os arguemntos que questionam o conteúdo e a premência do Acordo. Uma caricatura. Assim também me parece que não avança a discussão (se é que ela ainda é possível)
cumprimenots
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