Pois… agora nem preciso fazer o pedido.

Tenho constatado, e cada vez com mais frequência que, os empregados dos nossos cafés (excepto o Sr. Manuel que me cumprimenta com um “bacalhau” sempre que lá entro) cultivam esse velho charme europeu de que, servir é um verbo indigno que os impede de serem gentis.
Dei-me ao trabalho, e à despesa, e à despesa, e à despesa, de fazer uma experiência com um desses matrecos empregados que invariavelmente tratam toda a gente ao pontapé e, para os quais, não encontro uma palavra capaz de substantivar uma qualidade: comecei a deixar-lhe uma boa gorjeta e, sem espanto meu, não foi preciso muito tempo para o velho rapport feudal, digamos assim, ir pelo cano abaixo e o tal empregado passar a servir-me com um ar mais feliz que Mr. Scrooge ao descobrir que está vivo e é Natal.

Dispensando o supérfluo, o enfeite das palavras vistosas e a vontade de ter vontade de estender isto a outras profissões com desempenhos igualmente infames, estou tentado a concluir que: o secularismo de algumas atitudes está nos pormenores, e um bom serviço depende da forma de pagamento e do hábito do corrupto, determinado, claro está, pela formação a que este está ligado.

…e mais não digo.

3 comentários:

Luís disse...

Não conhecia o teu blog. Obrigado por teres espreitado. Um abraço.

Anónimo disse...

E veja que é como domar um animal selvagem, alimentando por vezes, até se acostumar a não morder e sim comer na mão...

Fiquei aqui imaginando a cara do gajo quando lhe vê chegando, deve coçar a mão e pensar "Oba!" hehhe

Abraço amigo.

[s]s

Outsider disse...

Infelizmente, isto não se passa apenas nos cafés, mas em praticamente todas as profissões da nossa sociedade. Esta pequena corrupção está tão enraizada que é tomada por "perfeitamente normal"...

Um grande Abraço.