O silêncio.

Quando a ternura
parece já do seu ofício fatigada,

e o sono, a mais incerta barca,
inda demora,

quando azuis
irrompem os teus olhos

e procuram nos meus
navegação segura,

é que eu te falo das palavras
desamparadas e desertas,

pelo silêncio fascinadas.

Eugénio de Andrade, Obscuro Domínio.

10 comentários:

Anónimo disse...

Salve salve amigo Pires.

Ha quanto tempo não leio nada de Eugénio de Andrade, palavras soltas e firmes, adoro, smepre me lembro do "As Palavras Interditas"

(...)Os navios existem e existe o teu rosto
encostado ao rosto dos navios.
Sem nenhum destino flutuam nas cidades,
partem no vento, regressam nos rios. (...)

Esse que postou "o Silêncio" é lindo, perfeito.

[s]s

teresa.com disse...

sempre bom de ler!

Anónimo disse...

As palavras pelo silêncio fascinadas...lindo de ler, lindo mesmo!
Abração amigo Pires!

Anónimo disse...

Belíssimo poema de um dos nossos grandes Poetas.

Obrigada

:)

Bjinho

Unknown disse...

Belas palavras.

Bom fim de semana

marinheiroaguadoce a navegar

Rui Martins disse...

eis um oportuno texto de um dos maiores poetas portugueses de sempre! obrigado!

Esther disse...

Conhecia o poema e o adoro! Bj!

Anónimo disse...

Dizer por dizer é melhor nem dizer. O melhor é o sentir. E foi o que "senti" lendo o poema Silêncio. Certas coisas foram feias apenas pra sentir.
Abraços.

Anónimo disse...

Bem... Acho que matou!

Perfeito!

=]~

Teresa Durães disse...

Adoro Eugénio de Andrade!!

O poema "Adeus" (apesar de ser tão... adeus...) é... lindo!

Como os restantes!