Reflexões.

Os nossos políticos são descaradamente mentirosos. Vivem o dia-a-dia na máxima de Goebbels: uma mentira várias vezes repetida transforma-se numa verdade.

A mentira em si, pode até não ser patológica, pode até ser racional, útil e eficaz em certas ocasiões, mas é patológico, o desejo que temos de sermos enganados ou a nossa infinita capacidade para fingir que a mentira é verdade. Só que, ninguém leva a mal porque já estamos habituados, aliás, em Portugal é-se penalizado por falar verdade, mesmo que seja por boas razões.

Aristóteles dizia que quando vamos ao teatro, vamos com o desejo e a predisposição, para sermos enganados e isso é normal, talvez por isso, porque teimamos em viver num pequeno teatro, Portugal é um mentiroso compulsivo, porque mente a si próprio e mente ao mundo e isso significa, que em Portugal não existem boas razões para falar verdade.

Mas será que não existem mesmo?

Será que, encerrámos o ciclo do mar e nos reduzimos a nós próprios e à nossa dimensão como país?

Será que, o movimento dos cravos, que no dia 25 de Abril saiu à rua para os plantar nos canos das espingardas, foi mentira?

Será que, a mobilização impar e esplendorosa naqueles dias de Setembro, de um povo que mobilizou o mundo em torno de uma causa humanista como foi Timor, é mentira?

Será que, a unanimidade de pensamento e objectivo, que pôs todo um povo de acordo, num gesto redentor de todos os erros, é de somenos?

CLARO QUE NÃO! Portugal a espaços mostra a fibra das suas gentes, a fibra dos que venceram o Adamastor, e faz-nos acreditar, e faz-nos ter orgulho de sermos portugueses.

18 comentários:

Luma Rosa disse...

Todos os blogues que leio, seja em qualquer idioma e que fale de política, a reclamção é sempre a mesma. Essa falta de ética diante da população é com certeza uma patologia ou melhor, uma epidemia que está se alastrando dia a dia.
Qual o melhor antidoto para isso?
Bom fim de semana! Beijus

Unknown disse...

O problema é que só mesmo a espaços é que mostramos de que material somos feitos, e muitas vezes é também só para "inglês ver".

marinheiroaguadoce a navegar

Anónimo disse...

excelente post a lembrar o que nos atormenta e também aquilo que nos alenta - Uma vontade e uma esperança que ninguém ou nada consegue vergar.
Abraço,

Sá Morais

Lord of Erewhon disse...

Este seu texto está excelente, bem argumentado e consequente em termos políticos. Eu acho, de facto, que Portugal é um teatro. Um teatro que continua a viver de velhas glórias, de velhos privilégios e de velhas vassalagens... E digo-lhe mais... o principal problema do 25 de Abril... foi não ter sido uma Revolução: nas Revoluções é preciso matar gente, e quanto mais gente se matar mais duradouros e modernizadores serão os efeitos de uma Revolução. Veja a nossa irmã Espanha... passaram por uma Guerra Civil... tiveram a ditadura franquista... e veja o sucesso da democracia espanhola!
Suportaria este País uma nova Revolução?... De momento não. Não há contexto europeu que a possa permitir, mas os contextos mudam... e mudarão. E, aí, veremos... Pode ter a certeza que este País tem vários ajustes de contas por fazer... e todo o nascimento é acompanhado de sangue.
Abraço.
P. S. Que não lhe pareça estranho ler isto de um Monárquico.

RS disse...

É bem assim.
Mas certo é que atiramos todos os despertadores para o lixo, encolhemos os ombros e regressamos ao torpor do sono, talvez na esperança do sonho que nunca chega, abafado que está nos pesadelos que nos dominam.
Agora é o despertador checo que toca. Parece que o estou a ver, a voara pela jenela fora. Sim, que esta gente quer é dormir!
Uma lástima, esta réstea de país...
E temo que, democraticamente, a canção de embalar se intensifique, fazendo por o não parecer, como todas as boas canções que embalam quem, supostamente, não quer dormir.

Eis Portugal:
A brincar desperto.
A sonhar dormindo...
(repito-me:)
"Lá vamos, cantando e rindo..."

Um abraço,
RS

RS disse...

Leia-se:
"a voar pela janela fora"

(!) - raio de teclado/dedos!

Lord of Erewhon disse...

Os políticos têm de facto a culpa! Directa, indirecta e moral! Se o meu descontentamento for ao ponto de querer dar um tiro nos cornos de alguém... vou escolher quem? O meu carteiro? O padeiro? O homem do talho? O taxista que me transporta? O simples polícia na rua? etc, etc, etc... Ou um filho-da-puta de um político???????
Em Roma cortavam a cabeça aos tribunos!... que sinal de Grande Civilização! Porque nunca se sai impune... e a alma de uma Nação encontra formas de Justiça que não passa pelos Tribunais!

Anónimo disse...

Eita corja que só muda de endereço...
Tinhamos que cortar a cabeça de todos...
Mais ia ser cabeça demais né...

Salve salve meu grande amigo...

E que alguem nos salve.

[s]s

Anónimo disse...

Fez-me bem ver um português a escrever isto.

Ufa! estou farta de ver e ouvir dizer: tenho vergonha de ser português.

Vamos lá acordar que somos gente boa e de fibra e sabemos sê-lo.

Parabéns.

:)

teresa.com disse...

so' vos digo, quanto mais ca' fora, mais sou ai' de dentro!

José Pires F. disse...

Acompanhei os comentários que foram aparecendo, concordando com uns e não tanto com outros. A reflexão estava feita, era a minha, e pensei não interferir nas outras que se foram fazendo, por acreditar, que por vezes se aprende mais na discordância que na comunhão.

No entanto, alguns comentários suscitaram um pequeno esclarecimento:

Para quem não sabe, quando me refiro à fibra dos que venceram o Adamastor, refiro-me evidentemente à figura mitológica que Camões tão bem criou.
Esta figura, representa os naufrágios, as tempestades e todos os perigos, designados por perdições de toda sorte, que são os elementos: água, fogo, terra e ar, que os portugueses enfrentaram e venceram.

Permito-me ainda dizer, que não falo da revolução, falo sim do movimento dos cravos que aconteceu dentro do movimento do 25 de Abril, e que, representou também e então, a unanimidade de pensamento e objectivo, que pôs “todo” um povo de acordo.

Feito este pequeno esclarecimento, saio de novo de cena, agradecendo a todos que até agora decidiram contribuir com a sua opinião.

Rui Martins disse...

nad no nosso passado foi mentira. e o futuro haverá de provar aquilo que digo.

você vai ver...

lembra-se de Agostinho?

Era uma vez um Girassol disse...

Ouvi agora que já estamos atrás dos checos e dos eslovenos...
Pobres portugueses, comem e calam...Para onde vamos???
Tudo certo, Pires, mas não vejo horizontes...São sempre os mesmos a pagar a crise!
Cambada de Pinóquios!!!!
Bjs

Anónimo disse...

Hum... agora entendo as partes que não me era familiar.

=]

José Pires F. disse...

Girassol!

Tens razão amiga, mas a esperança não deve nunca deixar-nos, a esperança trará a força e o alento necessário para continuarmos a acreditar que não somos medíocres como nos querem fazer parecer.
Um povo só andará em frente se acreditar ser capaz, se acreditar em si, e nós, que já demos provas de termos qualidades impares, temos de ser os primeiros a acreditar.

Um abraço

Era uma vez um Girassol disse...

Meu amigo Pires, queres alguém que acredite mais nas pessoas do que eu? Sou crédula e ingénua por defeito e não me arrependo...A minha experiência diz-me que, quando aposto que alguém vai conseguir, mesmo suportando os risos cépticos de outros, isso acontece!
Por isso, sei que somos capazes, indepentemente de haver uma classe ( política) que nos quer fazer ver o contrário e atirar as culpas de todo este insucesso em termos económicos para quem se esforça e porfia...
Estou é a ficar farta...
Bjs

Anónimo disse...

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Anónimo disse...

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