O Carnaval está na rua!

Este povo, português, fadista, e de memória curta, adora baixar-se e pôr-se na posição de prostrado. A memória dos ícones do Cavaquismo, como por exemplo: as cargas policiais, a greve nacional dos médicos, o bloqueio da fronteira de Vilar Formoso pelos camionistas, a paralisação dos juízes e tribunais, a greve conjunta das duas centrais sindicais, os tabus, ou o buzinão, para já não falar, nas maravilhosas obras da era moderna Cavaquista que são o IP4 e o IP5, foram apagadas, ou deitadas para o caixote do lixo.

Agora é Cavaco e o carnaval da dinâmica de vitória, que os portugueses órfãos de líderes e devido à teimosia de D. Sebastião em nunca mais chegar, encontram no professor finanças da Silva, chegando ao ponto de ouvirmos o pivõ de serviço na tv, dizer: “Cavaco encheu o Coliseu com milhares de pessoas”, sabendo nós, que este tem uma capacidade máxima de duas mil pessoas.

Soares queixa-se de ter passado de Pai da Pátria a inimigo dela, enquanto Cavaco, antes antipático, arrogante e duro lhe toma o lugar nas palavras do General Ramalho Eanes que o qualifica como um homem do 25 de Abril, mesmo não se lhe conhecendo qualquer historial de combate ao estado novo, está dito e agora este homem que não tem devaneios ideológicos é também um homem da revolução.

Diz o Miguel Esteves Cardoso na Única “Quanto mais uma pessoa se abaixa mais se lhe vê o cu” titulo sugestivo da sua crónica, o seguinte: “ O que nos vale é que ser-se submisso não é bem visto por um povo que se diz mais de quebrar do que de torcer” e era bom que assim fosse, e não fora o Miguel antes ter escrito outros dois provérbios populares, tais como: “Chamo-me João: faço o que me mandam e como o que me dão” ou este outro “Quem se faz verme quer muito é que o pisem” que convenhamos, estão mais de acordo com as circunstâncias, e não lhe perdoaria a graça.

22 comentários:

Desambientado disse...

Na minha Terra, somos muito críticos, talvez por isso tenhamos sido sempre Portugal, mesmo quando este foi de Espanha.
Fazemos críticas como as deste post. Achamos que a democracia também se faz desta forma.

Um abraço.

Lord of Erewhon disse...

Uma verdadeira tristeza nacional! Ser monárquico é cada vez mais um acto de suprema inteligência!

José Pires F. disse...

Beatriz e Desambientado!

Eu até faço um esforço para não falar em politica, mas que fazer... o que vejo, é circo a mais para o meu gosto e por vezes perco a serenidade necessária.
Achei revoltante ver o Eanes fazer uma afirmação daquelas, como artifício de colocar o homem num pedestal impoluto, quando de impoluto ele não tem nada. Então, achei por bem, voltar a relembrar alguns pecados do “finanças da silva” que parecem estar esquecidos pela maioria dos apoiantes, que agora as sondagens revelam.
De qualquer forma, e por muito que as sondagens e o circo à vota do Cavaco me tentem desmobilizar, dia 22 lá estarei com a minha “arma” a votar no Manuel Alegre.
Eu não me prostrarei, e como diz o MEC “Quem se abaixa faz corcunda, e mesmo que nos endireitemos pouco depois, o mal está feito porque já mostrámos o rabo.”
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Lord of Erewhon! (o que eu gosto deste nome…)

Não fossem os fadistas que lá estão (os manos Gonçalos) e que por via do sangue são os legítimos representantes da monarquia, até que, embora com um sorriso, te daria razão.
Mas é exactamente por causa destas linhagens, que sou republicano.

Um abraço aos três.

Intervencionista disse...

Ainda bem que como presidente o homem não poderá fazer o que fez há uns anos... ou lá iriamos entrar de novo na era do Cavaquistão...
Espero que estejamos todos enganados e o homem represente e dignifique bem este pais e o seu povo...

LM disse...

O Carnaval é quando um Homem quiser e neste país, tem sido amiúde!
Desgraçadamente.

José Pires F. disse...

Nuno!

A questão é que não podemos esperar, temos de ir ás urnas e esperar que ele não ganhe na primeira volta.
Abração.
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Lucília!

O Carnaval é quando eles querem, por isso tem sido como diz.
Um abraço.

José Pires F. disse...

Um abraço António. E bom fim-de-semana também para si.

Anónimo disse...

eu sei pouco de tudo que voce falou....(eu sou brasileiro e estou exitando em usar regionalismos) mas gostei de algumas frases,
como a do "cu "....ri muito disso,
e umas outras,
passa la no meu blogg, estou presisando de amigos com o hobby de escrever....
(eu não sou tão bom com o uso da lingua como você.... mas passa lá.)

RS disse...

Não é só em casa da Beatriz que as pessoas se recordam dos "grandes feitos" do Cavaquismo. O problema é que, depois, vieram os "grandes feitos" do Guterrismo, do Barrosismo e, last but not the least, os "wanna bees" do Santanismo... E tanto fizeram que já não é o primeiro que encontro a dizer que "no tempo do Cavaco, ao menos...". Pois é.
Ainda tenho bem presente a história da "boa moeda" e foi um dos primeiros passos bem calculados para aqui chegar, alimentando a ideia que descrevi acima. "Volta, Cavaco!" Foi tão simples que até dói. Mas dói mesmo.

Intervencionista disse...

Mas é claro que irei votar, mas aqui só para nós... ainda acreditas que o homem não vai ser eleito ?

Bom fim de semana.

Nina disse...

Pra mim fica um pouco difícil de comentar, não entendo muito a política aí, pelo jeito as coisas são bem complicadas, mas vejo que povo é povo e infelizmente parece que todos tem uma memória muito fraca pra certas "traquinagens" de nossos políticos, né? Sinto que a coisa melhora um pouquinho daqui, muuito pouco pra ser sincera mas mesmo assim há mudanças. Eu espero que as coisas aconteçam da mesma maneira aí.
Lindo domingo pra ti!

Parrot disse...

PireF,

Vou falar com o meu "amigo" Saraiva para fazeres companhia ao meu outro amigo Sousa Tavares nas crónicas semanais.
:)))
Muito bom.

Também gostei da crónica do Miguel Esteves Cardoso. Com o passar dos anos cada vez está melhor.

Bom domingo
Abraço

José Pires F. disse...

Rui Semblano!

Pois é Rui, o velho ditado popular do “atrás de mim virá quem bom de mim fará”, não nos devia fazer perder a memória.
Até dói é um facto, da mesma forma que dói ainda hoje ouvimos dizer que Salazar é que era bom, que mantinha o país nos eixos e esquecendo tanto do mal que esse homem fez a este país.
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Nuno!

A esperança é a última a morrer e muitos querem que se pense assim, essa, e não estou a dizer que é o teu caso, é uma das formas de desmobilizar os adversários. E olha que funciona com muito boa gente.
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Nina!

Espero que as mudanças por aí se confirmem, mas olha que eu não tenho grandes esperanças.
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Parrot!

Talvez há um ano que não comprava o Expresso, no entanto esta nova politica de contratações, como por exemplo a dos nomes que referes e de quem também gosto, levaram-me já na semana passada a ser de novo cliente.
Não há como ler, quem tem alguma coisa para dizer. Mesmo por vezes não concordando.
………………………

In-Culto!

Essa dos males necessários tem muito que se lhe diga, tanto, que nem pego por aí.
Em relação ao 13º mês, que eu não posso dizer ser imerecido pelos reformados evidentemente, devia ter sido naquela altura de vacas gordas em que o dinheiro nos escorria entre os dedos, acompanhado de medidas eficazes de forma a não tornar a Segurança Social naquilo que é hoje.
Posso dar-te hoje uma moeda, mas se ela fizer com que amanhã tenha de retirar uma outra a todos os membros da tua família, melhor fora não ta dar, e um primeiro ministro que tem como cartão de visita e primeiríssima qualidade a economia, não ter acautelado o futuro, já aí com graves sinais de doença, não é lá muito abonatório.

Cristina disse...

pois é...o homem do 25 de abril, essa é de gargalhar... a memória é curtíssima (deviam ler o pravda loool)
mas o que me irrita é aquilo que ele promete fazer, como se fosse possível um presidente fazer tanta coisa,ao contrário do que não promete (porque não pode) em relação às verdadeiras funções do PR, nomeadamente em relação à política internacional.e no entanto...

é o povo.

beijocas

TheOldMan disse...

Esteves Cardoso escreve o que lhe pedem e o que lhe pagam. Por tal pode ser considerado um legítimo representante (pela abjecção) do povo português...

(O facto de debitar provérbios não o torna imune a eles)

Abraço.

paper life disse...

“Quem se faz verme quer muito é que o pisem”

Grande e oportuna frase. ah esta sabedoria popular!

O problema é mesmo a emotividade mais à flor que a memória...

Rui Martins disse...

Cavaco vai ganhar. Infelizmente, tenho cada vez mais a certeza disso. E essa certeza aumenta à medida que observo a campanha e vejo a curta memória e a reduzida cultura cívica dos portugueses.

Daqui a uns anos, irão lamentar-se da "escolha" e dos "políticos". Esquecendo de novo que os políticos são eleitos...

Lord of Erewhon disse...

Os Gonçalos deveriam ter ficado pelo Fado e os touros que de Monarquia nada sabem! Nem da que há, nem da que um dia será!
Ser monárquico é acreditar que um Rei é a superior expressão da Bondade de um Povo, do seu sentido de Justiça e do seu Valor... e não a manutenção de privilégios de umaelite de inúteis e retrógados pançudos.. cujo conhecimento de teoria política é feijoada transmontana e tinto da talha!

PortoCroft disse...

Foi no tempo dele, como Primeiro Ministro, que tivemos uma Ministra chamada Leonor Beleza, irmã dum tal Lélé, que desapareceu com passaporte falso, não foi? E a tal História do Hospital Francisco Xavier? Depois isso, até a Fátima Felgueiras é uma santinha dos cromos. ;)

Anónimo disse...

Assunto sério, mas não posso deixar de rir com a pérola “Quanto mais uma pessoa se abaixa mais se lhe vê o cu”. Abraço.

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