Tradições.



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Que venha o frio e dos soutos do meu país, a bela e outonal rainha.
Juntem-se os confrades, iniciem-se os festejos… que doirado é o lastro, pr'a prova do vinho novo.

E no recinto da festa faz-se ouvir o pregão: Quentes e boas! Quentes e boas! Enquanto as moçoilas cantam: A castanha tem manha, vai para quem a apanha...

E no caminho aberto pelos gigantones, desce a rua a filarmónica.

Cybercobardia (!?…)


“Excepção feita ao correio electrónico e à consulta de «sites» informativos a Internet interessa-me zero.”

Sob o titulo “Cybercobardia”, assim inicia Miguel Sousa Tavares a sua crónica semanal no Expresso, em defesa da sua honra e do seu bem sucedido “Equador”.

Mesmo não concordando com a sua análise perversa, muito, mas mesmo muito geral da blogosfera, tenho de entender que neste caso o coração, ou melhor dizendo, a raiva, foi superior à razão. Também não é para menos. Nós, os latinos, vamos aos arames com certas filhas-de-putice.

De facto, existem casos que são casos, e outros, que não passam de ácidas e mal amanhadas acusações, porque: considerar plágio, um romance histórico, onde apenas o ilustramento episódico de quatro marajás da Índia são em algo idênticos, porque têem de ser, e tendo o autor descrito na bibliografia as fontes de consulta onde buscou informação, é uma atoarda de bradar aos céus.

Posso nem sempre concordar com as suas opiniões, posso detestar até, porque me irrita, o seu portismo ferrenho, posso até dar crédito a quem o apelida de megalómano, mas que me dê já aqui um treco, se não acho que o homem escreve e bem. É que, para além de ter lido as 171 páginas do “Não te deixarei morrer, David Crockett”, li cada uma das 521 do “Equador”, foi aliás, devido a este romance e à extraordinária viagem pelas excelentes descrições das suas gentes e costumes que ganhei gosto por terras de São Tomé, e vem agora, um aleivoso pseudo-arauto de virtudes, colocar sob a mais nauseabunda suspeita, quem tem demonstrado ao longo da sua vida pública uma verticalidade de fazer corar muita gentinha.

Mas, a impossibilidade de haver pior, tem conclusão hedionda no jornalismo, pela responsabilidade e pela profissão. MST nesta sua crónica, denuncia ter-lhe uma jornalista confessado não ter lido o “Equador”, nem tão pouco, o supostamente plagiado, e, mesmo assim, com ligeireza segundo ele, com malícia convulsiva e insultuosa segundo eu, escreveu preto no branco: “Há muitas ideias parecidas e frases praticamente iguais”.

De facto, a atitude achincalhante da cambada torpe e medíocre reinante neste Portugal pequenino, para quem, o sucesso e o talento sem amarras tem de estar agarrado à vigarice, é mais o retrato de quem insulta, do que, de quem é insultado.

Outros retratos de trabalho - V


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Num voo de menina encantado, em pontas, sobre alvos espigos invertidos, p'ra mim caminha na tranquilidade de um sorriso. Com rigorosa persistência, escondendo a dor, avança voltejante traçando os pés, e, de braços suplicantes, a harmoniosa bailarina de gestos precisos e sublime sensibilidade, em mágicos passes pantomímicos, conta-me histórias de sonho e alucinação.


Se me é permitido.

Falta-me a competência, o conhecimento e a capacidade intelectual, para avaliar mais esta fantástica fase da história portuguesa.
Mas, ainda assim, penso – nem sempre bem, mas já é uma mania –, e, logo pergunto: Se as ideologias são necessariamente formas de governar e, quando um governo, votado democraticamente por uma maioria sociológica de centro-esquerda, impõe tiranicamente a sua lei, mandando às malvas a ideologia e, num ambiente argumentativo acrimonioso amordaça opiniões divergentes, agravando sistematicamente o terrível e agonizante aperto com que se debatem os seus eleitores, será errado, ou serei injusto, se catalogar este atavismo, de óbvia e habilidosa lavagem cerebral que em vagas diárias nos ameaça com o inferno, tentando moralizar as suas medidas, como: uma timocracia tirânica?

A Googleland.

Um motor de busca, ou um temível Big Brother?

Quando os “nerds” Serguei Brin e Larry Page, um e outro considerados génios da matemática, se conheceram, nada fazia prever a ascensão meteórica destes maluquinhos dos computadores e o crepúsculo de um novo mundo.
Depois da tal garagem onde começaram em 1998, ao Googleplex onde se desenvolveu um motor de busca de potência digital planetária, foi um sopro de audácia.

Após oito anos, do lançamento da versão beta de uma austera página de entrada, muito mudou, e hoje, rivaliza em dimensão com a MacDonald’s ou a toda poderosa Microsoft, devido ao seu volume de negócios que ascende a 4,863 mil milhões de euros e lucros de 1,196 mil milhões, sendo hoje o seu valor, superior à soma dos gigantes Daimler-Chrysler, Volkswagen e BMW (dados da imprensa especializada), só para terem uma ideia, que isto de números com muitos zeros provoca curtos-circuitos.

Ficaram impressionados? Então, sigam-me nesta navegação mental pelas brumas da teoria da conspiração, ou, se preferirem, pela análise técnica da possibilidade, onde, como diria José Gil, a não inscrição induz um tempo social particular, em que só o presente existe, tendo no entanto de assumirmos, mesmo com o vocábulo em desuso, que as tentaculares tenazes dos sistemas indirectos de controlo do pensamento, nos podem amarfanhar quando padecermos de ilusão soporífera.

Desde o seu projecto de entrada na Bolsa em meados de 2004, que a Google tem um compromisso de integridade moral impresso nas suas páginas, e que advém do seu lema: Don’t be evil, a que alguns webmasters já sorriem com desdém e não é coisa de somenos, se tivermos consciência que para lá do bem e do mal, desde o advento da sua fundação e, oito anos volvidos nesta democracia de informação - agora vem a parte do arrepio na espinha -, a Google, registou todas as nossas pesquisas através de cookies. Exactamente. Todas. Isto não é uma opinião.

Todos os links clicados e anúncios vistos, são literalmente registados com o nosso IP, como se fossem janelas abertas nas nossas casas, os e-mails enviados e recebidos com o Gmail, as pesquisas no Google Maps, o Froogle, o Book Search, etc, etc, etc, tudo, mas tudo, é rasteado, e na posse deste sismógrafo detector das movimentações do ambiente societário, nada impede, que a Google venha um dia a compilar todo este lastro para fins contrários aos que originaram a sua recolha, ou seja: toda a informação, o IP e dados pessoais de oito mil milhões de sites, repito, oito mil milhões de sites, estão registados nos servidores do Google, e, se conhecimento é poder, esta mastodôntica centralização de conhecimento, única na História da humanidade, constitui um excelente objecto, por enquanto laboratorial, que nos leva a uma última questão: Quem serão, no futuro, os efectivos donos do poder? Isto, claro, se nos quisermos dar ao trabalho de o prever e, se antes, não assistirmos ao vivo e em directo à sua morte por indigestão.


Não! O texto (*) não é de Fernando Pessoa.


Subtítulo: A Brigada do Realejo.

A internet, soberana e autónoma, de escrita desejavelmente viva, tem – devido à comezinha coabitação das suas virtudes e dos seus defeitos – a importância de uma Maria deslavada e sem pudor, se não nos precavermos das suas bengaladas.

No passado sábado, já de madrugada, sou confrontado pelo meu amigo Bill – logo eu, que tenho mais alma de aluno que de professor –, questionando-me do lado de lá do atlântico sobre a possibilidade de um determinado texto, que anda por aí a passeio como sendo de Fernando Pessoa, não o ser.
Ele não acreditava que fosse, mas, ainda assim, um pequeno resíduo de dúvida persistia, assim, era necessário descobrir o seu autor ou ter a certeza por intermédio de fonte idónea, não ser de Pessoa.

O problema desde logo mereceu a minha melhor mas não inocente atenção, e começou a azucrinar-me a cabeça. Acontece, que não era dia das mentiras e a minha indissociável memória pulsava com a lembrança de há cerca de um ano por altura do Natal, ter tomado contacto com o referido texto e piamente acreditado ser de Pessoa, mais, com a santa ingenuidade empurrada pela senhora ignorância, até o tinha divulgado.
Assim, assumindo a instrumentalização – inocente sem dúvida – de que fora alvo e a minha parte de culpa na sua divulgação, domingo de manhã, lancei-me com genica na voraz tarefa de o descobrir, pondo à prova a minha pequena biblioteca de Pessoa que conta com uma dúzia de títulos, e népias, nem cheiro ou vestígio por menor que fosse do texto.

Muito bem... pensei, temos de descobrir qualquer coisa, a resposta terá de nos cair no regaço

Com a missão definida, qual Indiana Jones, sem cinto e em trânsito pelas estradas da informação, lá vamos descortinando de boteco em boteco, que a legião de ingénuos vai engrossando, este, o tal texto, consta por aí em dezenas de blogs, inclusive, num caso, como FrontPage de uma firma on-line. Do mal, o menos, afinal e como costumo dizer, um tolo nunca está só e a paliativa solidariedade destas coisas, sabe bem à brava.

Bem… nesta aliança luso-brasileira, iniciámos uma bem intencionada cruzada e, ao mesmo tempo, que com despudor recorríamos a amigos, enviámos e-mail para o blog “mundopessoa” da “Casa Fernando Pessoa” a pedir ajuda. No dia seguinte, pela nossa leitura da pronta resposta recebida e que logo agradecemos, sabíamos que este era desconhecido por responsáveis daquela nobre e distinta Casa. Estávamos portanto, perante um texto apócrifo com todas as letras e uma condenável injustiça póstuma.

Entretanto, o Bill continuava as investigações e, qual Sherlock de sede infrene, viria a descobrir a autoria da última frase do texto, que posteriormente teria sido apensa ao texto inicial, e também, a suposta autoria do resto do texto tresmalhado, que será de Augusto Cury, autor de Dez Leis para Ser Feliz, editado no Brasil.

A coisa ganhava contornos de uma hilariante overdose informativa, o autor da última frase estava descoberto: era “Nemo Nox” autor do blog "Por um Punhado de Pixels". O próprio, tinha sido inquirido sobre a autoria do texto, e afirmava explicitamente que não era dele, confirmando no entanto, ser o autor da última frase que tinha publicado no seu blog a 2 de Janeiro de 2003, o que, confirmámos.
Na posse destes dados, atacamos as comunidades do Orkut, tanto de Fernando Pessoa, como de Augusto Cury, para autenticarem o texto e, dos muitos contactos feitos, recebemos até agora, sete respostas: quatro afirmam que o texto é de Augusto Cury, uma que desconhece o autor, uma que desconhece ser de Fernando Pessoa e finalmente, uma que diz ser de Fernando Pessoa.

Esta última, que provoca a troca de várias mensagens, não esclareceu em definitivo o busílis, visto que, o seu autor que na primeira resposta garantia que o texto era de Pessoa e que, até o tinha lido em LIVROS, não se manteve posteriormente tão categórico, quando confrontado com o desconhecimento que responsáveis idóneos da Casa Fernando Pessoa, tinham do texto.

Perante esta última resposta, tornava-se imprescindível – para além dos testemunhos que já tínhamos e da certeza de não ser de Pessoa –, visualizar o texto: Sherlock Bill, entra em contacto com um seu amigo livreiro que promete ter o livro de Cury na manhã seguinte. E, lá está, preto no branco, mas não se trata de um texto, trata-se de uma compilação de várias frases dispostas no final do livro, em que, a principal, como o Bill me informou, é a que inicia o texto e está na página 115 – 2º parágrafo.

Compreender não é aceitar e, por isso, retiramos daqui conclusões nada abonatórias sobre o funcionamento e a liberdade de publicação em geral, mas também, a desafiadora convicção que esperamos não seja efémera, de termos que correr atrás do prejuízo, tendo o cuidado de validar de forma mais agressiva o que publicamos e não aceitar-mos com a desmedida tolerância dos cábulas tudo o que nos chega, já que, pelo meio, podem vir as bengaladas.

O texto em questão é este:
(*)

“Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo. E que posso evitar que ela vá à falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma.
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um “não”. É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.”

Augusto Cury
Dez leis para ser feliz da Editora Sextante.
Ano 2003


E esta, a frase que lhe foi apensa posteriormente:

“Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo...”

Nemo Nox
Por um Punhado de Pixels.


Nota final: Agora, todos os que gostam de Pessoa e os outros também, que estão tão bem informados como nós acerca da origem do texto, bem podem agradecer ao Bill ter iniciado e finalizado, esta demanda.Pela minha parte fica um grandessíssimo obrigado, pelo interesse que este demonstra em relação ao Poeta e, à verdade, garantindo-lhe, que foi um enorme prazer fazer parte desta “brigada”.

Vale a pena?

A sede infrene de blogar, não será uma espécie de onanismo intelectual?

Outros retratos de trabalho - IV




A incompetência e preguiça genética!

Não é a primeira vez e o mais provável é não ser a última, que falo aqui, na incompetência e preguiça genética das hordas de gestores que gostam muito de falar e mais de se ouvir, mas que não têm dimensão para aumentar a produtividade das suas empresas.
Segundo dados da OIT sobre os trabalhadores da UE, “os portugueses trabalham muito mas produzem pouco e, ganham menos ainda”, sendo este, um sério problema estrutural, e é, porque o busílis disto andar assim, não são os trabalhadores, mas sim e sobretudo, os ineptos e incompetentes gestores deste carnaval.

Da eficiência trabalho-capital, resulta a produtividade, onde, a organização e qualidade de gestão se reflectem e que, muito deixa a desejar na maioria das empresas, sendo o podium das PME.

A globalização dos mercados, a rápida transformação da economia e a evolução tecnológica, determinam hoje em dia a relação cliente-fornecedor nos mercados e, é este desafio, complexo e sofisticado que determina a sustentabilidade das empresas e o seu sucesso ou insucesso no assegurar ganhos de produtividade, só que, isto implica gerir com excelência, com estratégia de longo prazo, desenvolvendo vantagem competitiva, explorando toda uma gama de factores para aumentar o crescimento endógeno que através das novas tecnologias é auto-alimentado e, aproveitando para competir nos sectores expostos à concorrência internacional numa economia de escala, em detrimento do turvo sucesso competitivo à custa do pão que o Zé leva para casa.

A palavra de ordem típica, que não segue os prestimosos conselhos do bom senso e não admite inteligência opinativa, é: redução despudorada de custos e assunto arrumado como sardinha em lata, sem grandes expressões matemáticas ou azeite virgem para escorregar melhor. Como? Com medidas arbitrárias e perigosas, porque acéfalas e falhas de sensibilidade, que contribuem para o lamaçal de desânimo e estão no âmago de muitos problemas: a redução de pessoal, corte dos benefícios - seguros de saúde por exemplo -, controlo excessivo dos gastos, embalados soberbamente pela economia de cordel onde lhes escapa uma ideia - conheço um caso de unívoca inteligência, em que se luta para acabar com a chatice das fotocopias a cores, de documentos, que são uma importante e incisiva ajuda nas vendas -, aumentos salariais abaixo da inflação e todo um espectro de futilidades do ponto de vista de uma gestão inteligente que assim fica submergida. Mas tudo isto só no que toca ao Zé, porque, regra geral, a avifauna dos quadros não sofre dessa malapata e não é atingida, querendo depois, que os que ficam, trabalhem muito, que é o que já fazem, mas passam a fazê-lo com consequências mais negativas porque mais desorganizados e desinspirados, prestes a perderem a faculdade de boiar.

Canto de Contos

Guia dos Membros do Canto de Contos.



Bill - Realidade Torta
Clarissa - Instantes Clarissa
Conteúdo Latente - Conteúdo Manifesto
Ipslon - Tetros
Isa - Piano
Maite - A quilómetros de mim
Parrot - Incomplete
Pedro Pinto - Sexta Feira-Thales
PiresF - A Rua dos Contos
Raquel - (…)
Rui Semblano - A Sombra
Vanessa - Voz Calada




As palavras

Ao escrever sobre o que sentimos acabamos por vezes a sentir o que escrevemos porque o escrevemos. Explico-me. Às vezes, escrevem-se coisas porque vão umas com as outras, porque rimam significados ou simplesmente ficam bem. Porque as palavras procuram outras de uma certa maneira irrecusável. E depois já está. As palavras possuem esse poder de moldar o que a mão ao escrevê-las queria dizer. Escrever não é um acto de um sentido só, uma espécie de rua de sentido único entre o que temos dentro e o que aparece de fora, escrito. Este «de fora» que parece ser a escrita, se molda o que depois ao ler sentimos, é porque está ainda «de dentro». Mas às vezes o cansaço apodera-se de nós, e temos vontade de parar. Não sei se de escrever, se de sentir, possivelmente de estar sempre a pensar nisso. Parar: vontade de fechar os olhos e ver.

Dylan Thomas - A mão ao assinar este papel.


Logos da autoria do Rui Semblano

O Piano sílaba por sílaba




O Piano sílaba por sílaba
Viaja através do silêncio
Transpõe um por um
Os múltiplos murais do silêncio
Entre luz e penumbra joga
E de terra em terra persegue
A nostalgia até ao seu último reduto


Sophia de Mello Breyner Andresen




Um post boa Onda.

Sem fulanizar, mas correndo o risco, da malícia catalogar os meus limitadíssimos níveis de compreensão, como grosseiros, ou extraordinariamente ingénuos (o que às vezes até dá jeito), digo, que o que chateia à brava e acaba por ser a discordância principal, é sempre que se fala de tomar medidas punitivas e coisas assim, sobre as acções de tiranos, porque é disso que se trata, lá vem a conversa recorrente do não vale a pena por isto e mais aquilo, ou, a tendencialmente elitista de colocar sobre os ombros dos norte-americanos a responsabilidade mastodôntica de tudo o que acontece, devido, à imposta por nós umas vezes e, assumida por eles outras, suprema responsabilidade de resolver todos os problemas que afectam o mundo, quando, e desde a Segunda Guerra Mundial (e durante também), vozes “esclarecidas” se perfilam na intenção de fazer crer que o grande perigo para o mundo são os norte-americanos.

Desenganem-se os de raciocínio límpido, que julgam não precisar de uns cursos de coach que os ajude a pensar e descobrir novos caminhos, desenganem-se os que piamente acreditam que os malfeitores foram no passado os nazis, ou que são agora os tiranos fundamentalistas. Não e não. A coisa é simples e pouco engendrada como os caldos de galinha: os gajos perigosos, são, sem remissão, por causa e consequência e sem o mínimo preconceito ideológico, os selvagens dos americanos.

O problema para mim, que não tenho sonhos recorrentes com os norte-americanos, é saber, com a irrelevância das meninges que por aí campeiam, como se articula esta merda toda, e, por isso, o que os norte-americanos deviam fazer, era obrigar o congresso a aprovar uma lei que tornasse claro, que não são “reserva moral do mundo” porra nenhuma e também, que não lhes compete intervir em todo o lado onde grassa a tirania, porque não têm o dever de zelar pelos interesses da humanidade.

A Europa enfarpelada e de discurso fácil que faça pela vida e se o fizesse, talvez os norte-americanos não pensassem que podem fazer o que querem.
Estou-me nas tintas para os EUA, quero é que a Europa e os seus intelectuais burgueses, tirem as mãos dos bolsos e cumpram a sua obrigação, não estando sempre à espera, que seja o “amigo” americano a fazê-lo, para depois e no uso do seu voluntarismo cívico e das suas complexas capacidades estratégicas o criticar, mesmo tendo razão.
É que, a merda da guerra nada tem a ver com o orgasmo da Meg Ryan no coffee shop, a merda de guerra não é de borla nem grátis, custa uma pipa de massa e é a sério.

A Bomba e o desvario norte-coreano.

Um dia depois da reunião, entre o Presidente da China Hu Jintau e o Primeiro ministro japonês Shinzo Abe, a Coreia do Norte, num acto desafiador e irresponsável faz o esperado e condenável teste do seu poderio atómico, entretanto, já condenado pelos seus vizinhos asiáticos e também pela comunidade internacional.

Dizia na RTP António Vitorino, que agora o Irão está de olho nas sanções que serão aplicadas aos norte-coreanos, vendo aí o se próprio futuro.

Pois que esteja e, que as sanções económicas e diplomáticas ao regime de Kim Jong-il, sejam exemplares e implacáveis, é o que desejamos, e, para já, aplaudimos a nomeação do sul-coreano Ban Ki Moon, para secretário-geral do Conselho de Segurança da ONU.

Direitos autorais na blogosfera.


Considerando ser este, um problema do interesse de todos nós, não pude deixar de aderir e agora, chamar a vossa atenção, para a recolha indevida de informação que é feita via Web e que, no caso em curso, afecta o blog Caderno de Corda do Davi Reis.

Está neste momento a decorrer, o envio de uma mensagem critica ao Provedor do Telespectador da RTP.

Os proponentes desta acção, que tem enfoque no plagio como sinopse do documentário Loose Change 2 pelo site da RTP, são o próprio Davi Reis do “Caderno de Corda” e o Rui Semblano do “A Sombra”.

Em qualquer dos blogs acima referidos e com o respectivo link, encontrarão toda a descrição do “incidente”, assim como, a forma de participarem nesta luta em prol da justiça, que passa, pela afirmação dos direitos autorais da blogosfera.

Estufa Fria com horário de Inverno (!?)

16:35 chego à Estufa Fria com “Goor – A Crónica de Feaglar” debaixo do braço.

- Boa tarde.
- Já fechámos.
- Como?
- Já estamos com horário de inverno.
- Essa é boa… nem dei pela chegada.
- …………….
- Do inverno, claro. Já ninguém se entende com o tempo.
- …………….
- Então, boa tarde.
- Boa tarde.

Ficou assim gorada a intenção, de num qualquer banco e rodeado por um ambiente sugeneris, ler mais umas páginas do livro de Pedro Ventura enquanto a família se entretinha na visita às plantas.
Ok, a contrariedade apanhou-me desprevenido mas o dia estava bonito, parecendo até um belo e radioso sábado de outono e assim, decidimos rumar ao Lumiar, mais propriamente ao Palácio do Monteiro-Mor onde se encontra o Museu Nacional do Teatro e também o do Traje, sabendo, que já não teríamos tempo para apreciar tudo devidamente e muito menos os jardins (Parque do Monteiro Mor), mas lá fomos.

No caminho e junto ao Alvaláxia, reparamos todos num plackard publicitário do Mac Donald's que informava: “Aberto até às 6 horas da manhã”.

Pois é… abri de imediato as janelas do carro. O verão tinha chegado.
Que "raio" de tempo este…

Outros retratos de trabalho - I

Foto da net, sem identificação do autor.

Comemorando o 5 de Outubro


Já falei aqui (aqui mesmo) do 5 de Outubro de 1910, fazendo ou ficando pela intenção, o filme dos acontecimentos que levaram ao fim da monarquia e à implantação da República.
Por isso não me repetirei, preferindo dirigir o foco para a bandeira nacional.

A bandeira nacional da autoria de Columbano, João Chagas e Abel Botelho, é adoptada pelo regime revolucionário do 5 de Outubro. Esta e de acordo com o Decreto-lei de 19 de Junho de 1911, tem as cores verde (dois quintos) e vermelha (três quintos) e o escudo de armas na linha divisória.

As cores verde e vermelho, significam respectivamente, a esperança e, o sangue e coragem dos mortos em combate. A esfera armilar, simboliza os Descobrimentos nos séculos XV e XVI. Os sete castelos, representam as localidades fortificadas, conquistadas por D. Afonso Henriques aos mouros. As cinco quinas, significam os cinco reis mouros vencidos por este na batalha de Ourique. Finalmente, os cinco pontos dentro das quinas, representam as cinco chagas de Cristo, que segundo se diz, terá aparecido a D. Afonso Henriques na batalha de Ourique dizendo: “Com este sinal, vencerás!”.

Entrada posterior (18 hs):

Eleições no Brasil.



No universo de 104.820.145 votos apurados, Lula da Silva consegue 46.662.365 (48,61%) e Geraldo Alckmin 39.968.369 (41,64%).

Contra todas as sondagens, aquele que é o chefe carismático do PT, não foi para já reeleito Presidente do Brasil. Para isso, terão contado os muitos escândalos de corrupção, com destaque para: o “mensalão”, o “sanguessugas" e o novíssimo “dossiêgate”, mesmo existindo uma margem de dúvida, pequena é certo, de que este não terá responsabilidades pessoais nos casos que envolvem os trabalhistas brasileiros.

A corrupção politica no Brasil, faz de há muito parte do quotidiano brasileiro, que por isso, se habituou a desvalorizar o crime. Não fosse existir uma parte da sociedade esclarecida e por isso mais exigente, o pernambucano Lula teria limpo a eleição ao primeiro round, o que não quer dizer de forma alguma que esteja arrumado, mas sim, que está para já avisado de que não lhe basta ser de origem proletária e ter sido um sindicalista crítico e temido pelo grande capital.

O ex-governador Geraldo Alckmin, consegue assim uma segunda volta inesperada, sem ter percebido o caminho da inovação, que impunha uma revisão das metas e competências com visão prospectiva da História, apresentando-se com um discurso inócuo na linha do forró em conquistas nordestinas para repetir mais do mesmo e, sendo assim, quem pode condenar os que votam Lula, sabendo que a alternativa é esta?

Não se pode dizer que o primeiro mandato de Lula tenha sido um fiasco, Lula na sua luta contra a heterogeneidade brasileira, conseguiu aumentar o poder de compra dos mais pobres em 14,1 por cento (muito por causa do aumento do acesso aos programas sociais), enquanto que as camadas sociais mais ricas só viram um crescimento de 3,5 por cento, pagou a divida ao Fundo Monetário Internacional, resolvendo assim um problema de credibilidade internacional e teve o mérito de não amedrontar o capital nem afugentar o investimento, pese embora, o paradoxal crescimento económico modesto.

Agora, sabendo Lula que errou ao não debater, deixando no ar acusações sem resposta que construíram um imaginário ambíguo e lhe custou a reeleição à primeira volta, já se prontificou a debater. Resta saber, se os brasileiros assistirão a um debate sério e construtivo que não passe por se ver Geraldo escudado nas críticas dos jornais brasileiros aos programas de subsídios de Lula, e Lula, escudado nas citações de organismos internacionais que os consideram exemplos.

Para já, assistimos à luta pela conquista de apoios, sabendo que, quem conquistar o maior número de aliados passa a ser o favorito e, quem sabe, se não garante o próximo mandato.

Este Brasil emergente merece muito mais.

Amalia Bautista


A Partida

Duas mulheres jogavam as cartas.
Eram as duas formosas e perversas.
As duas faziam batota. A partida
prolongava-se mais do que o costume,
a julgar pelos gestos de impaciência
que nenhuma ocultava. Vida e Morte
se chamavam. E tinham apostado
o coração de um homem, como sempre.

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Fios de Seda

Sempre acreditei que eram as palavras
que saíam da minha boca, e que só elas
podiam apaziguar a minha morte.
Hoje sei que da minha boca sai um fio
transparente e tenaz como uma insónia
que te amarrou à minha vida para sempre.


Amalia Bautista nasceu em Madrid em 1962. Jornalista de formação, trabalha como redactora no gabinete de Imprensa do Conselho Superior de Invetigações Científicas.

Marmelada Duerr's


Junta laranjas de Sevilha, whisky de 62 anos envelhecido na destilaria americana Dalmore, champanhe vintage das caves francesas Pol Roger e folhas de ouro comestíveis e obténs depois de depositares a mistura numa peça de cristal trabalhada à mão, a compota mais cara do mundo.

Esta é a maravilha criada pelo britânico Richard Duerr para comemorar os 125 anos da marca “Duerr’s” de Manchester e, como podem perceber pela exclusividade luxuosa do produto, escusam de babar e mantenham a boca fechada, a não ser, que estejam dispostos a uma pequena extravagância e nesse caso, saibam que o litro deste prazer guloso custa a módica quantia de €7.500,00.