Aborto já! Ou referendo?

– Ó Sr. Ferreira, estou muito zangada consigo.
– Então Alzirinha…, e porquê?
– Porque o Sr. lá no seu blog fala de tudo, tem opinião sobre tudo, mas ainda não escreveu nada sobre o aborto, e assim não, o Sr. ás vezes até fala de coisas que não têm interesse nenhum, e do aborto que devia falar, nada, nem uma palavrinha.
– Ó Alzirinha, não deves ter estado com atenção! Não sei a quem te referes, mas olha que já falei dos candidatos todos.
– Não é isso Sr. Ferreira, eu estou a falar do aborto mesmo, da interrupção voluntária da gravidez.
– Ah bom… tens razão, ainda não falei não senhora, mas tu sabes que eu sou a favor, não sabes?
– Sei agora, mas olhe que não sabia se não tivesse vindo aqui falar consigo. E então ó Sr. Ferreira, não acha que o Sócrates está outra vez a meter os pés pelas mãos?
– Só em parte Alzirinha, no que diz respeito a querer referendar a lei, não acho.
– Francamente ó Sr. Ferreira, então não vê que o homem mais uma vez fez tudo errado? Agora até parece que são todos a favor e ele é o único que anda a engonhar. Afinal ó Sr. Ferreira, porque é que acha, que o Sócrates faz bem em não levar ao parlamento esta legislação obsoleta e medieval?
– Olha Alzirinha, eu votei no Sócrates – já estou arrependido, mas votei – e no programa dele, estava lá bem escarrapachado o novo referendo, e sempre que o inquiriam sobre isso ele sempre explicou que, ética e democraticamente um referendo só deve ser alterado por outro referendo, e eu concordei na altura e concordo agora.
– Mas ó Sr. Ferreira, o Sr. não está a ver que assim nunca mais temos a lei do aborto aprovada! Até os italianos que têm o Vaticano dentro de casa resolveram o problema, e nós, agora que temos a maioria na assembleia, andamos a desperdiçar esta oportunidade que é transversal a toda a sociedade e que por falta dela, todos os anos duas mil mulheres vão a Espanha fazer os abortos que cá não são permitidos.
– Queres tu dizer, que os meios justificam os fins. Olha que essa é uma via de dois sentidos na qual não vislumbro nem ética nem direito ao pluralismo de ideias.
– Ó Sr. Ferreira, mas o Sr. não vê que esta lei é tremendamente injusta para as mulheres, é uma lei hipócrita e que devia ser alterada fosse como fosse?
– Que é injusta e hipócrita e que deve ser alterada não tenho dúvidas, parece-me até evidente ser um fundamentalismo de catecismo, agora não entro é nessa de alterar de qualquer maneira, acho que a politica tem de ser séria, a ética tem de estar sempre presente, nós podemos não concordar, mas os defensores do não têm as suas razões, e em democracia é assim, temos de respeitar a opinião dos outros. O mal foi a lei ter sido referendada em 98 e ter perdido. O mal foi só terem ido votar trinta por cento dos eleitores. Agora terá de o ser de novo, e nos termos anteriormente submetidos ao voto popular.
– Já vi que o Sr. Ferreira não sai dessa, mas eu continuo a pensar que devia ser votada de uma vez por todas no parlamento, e calar logo essa canalha hipócrita que andam para aí armados em grandes moralistas, que se formos a ver bem, as mulheres deles devem fazer parte das duas mil que todos os anos têm condições económicas para ir a Espanha abortar e depois querem armar-se em moralistas aqui no burgo.
– Está bem Alzirinha, provavelmente até tens razão, mas eu continuo a pensar que as ideias terão de ser sempre um fim e não um meio, nunca deverão ser o objecto mas sim o sujeito da dignidade das nossas acções. Sabes, como povo temos uma capacidade infinita para varrer o lixo para debaixo da alcatifa, demitirmo-nos das nossas responsabilidades em lugar de as enfrentar. Queremos é ficar de consciência tranquila.
– Está bem Sr. Ferreira, fique lá o Sr. com a sua, que eu fico com a minha.
Acontece que eu não acho que o aborto seja uma questão moral, mas sim social e de saúde pública.
Até amanhã e desculpe lá o tempo que lhe roubei.
– Não roubaste nada Alzirinha, eu dei-to, até amanhã.
Hmmmmm!... Mas que raio, ás vezes ainda fico com dúvidas daquilo que penso, bolas! …

O Manifesto II

Não queria falar do manifesto de Cavaco Silva, creio que já disse tudo o que tinha a dizer sobre o homem em posts anteriores, mas devido à dificuldade que tive em entender este manifesto, vou ter de falar mais uma vez, que espero e quero seja a última.

A dificuldade a que me refiro, advém do facto de este manifesto mais parecer um programa de governo que de um candidato à Presidência da República.

Depois, o homem diz querer ser cooperante com o governo, mas também me pareceu querer ser ele próprio o chefe do governo.

(Aqueles que arquearam a sobrancelha num gesto interrogativo, vão ler o programa e logo vêm. Podem encontrá-lo aqui em pdf.)

A dificuldade aumentou quando tentei identificar a área politica onde posicionar este manifesto, já que me pareceu mais um programa socialista do que neo-liberal como esperava, e isto porque vários trechos do manifesto pareciam retirados do programa do governo, principalmente o programa económico.

A estratégia parece-me montada: O distanciamento da direita liberal foi evidente, mas a intenção também o é.

Concluo, que finalmente percebi o refrão de uma cançoneta portuguesa que a minha Mãe trauteava, e que era assim:

A mim não me enganas tu, a panela ao lume, mas o arroz está cru.

Privilégios dos Magistrados

– Bom dia ó Ferreira! Então que me dizes desta greve dos magistrados?
– Sou contra, como é evidente.
– Mas olha que eles estão a fazer uma barulheira danada!
– Já se estava à espera. Ninguém gosta de perder privilégios, e os deles vou-te contar...
– Mas são assim tantos?
– Vou-te só dar um exemplo ó ZéManel: sabias que os Srs. Juízes recebem 700 Euros mensais de subsídio de renda de casa?
– Já tinha ouvido dizer qualquer coisa.
– E sabias que se houver dois magistrados, um casal, recebem 1400 Euros, mesmo que habitem em casa própria, comprada ou herdada?
– Essa não sabia.
– E sabias que as reformas dos magistrados aposentados ou jubilados, incorporam esse subsídio?
– O subsídio da renda de casa conta para a reforma?
– Conta, conta, e mais, esse subsídio está isento de IRS, é portanto limpinho.
– Ó Ferreira, mas quem é que fez isso? Alguém aprovou!
– Claro que sim, faz parte de um acórdão do STA, o mesmo que dizer, dos magistrados. E como já te disse não entra nos descontos do IRS, mas entra nas reformas.
– Ó Ferreira, eu cá não me importava nada de ter esse subsidiozito.
– Acho que ninguém se importava de ter esse privilégio, esse e outros que os gajos têm.
– Pois é, a malta é que não sabia destas coisas.
– Olha, já agora dou-te outro exemplo: Sabias que os magistrados do Supremo Tribunal Administrativo, do Tribunal de Justiça e do Tribunal Constitucional que morem fora de Lisboa ou Grande Lisboa recebem também ajudas de custo por cada dia de sessão nos respectivos tribunais?
– Mas isso também os membros do Governo recebem.
– Pois recebem, acontece é que os magistrados têm viagens totalmente gratuitas em todos os transportes públicos terrestres e fluviais, incluindo os comboios Alfa.
– Ah! Mas assim é incompreensível.
– Pois é ZéManel, por isso é que eu estou contra. Custa muito perder privilégios, mas ele há privilégios tão incompreensíveis que não lembram a ninguém.
– Ó Ferreira, mas como é que tu sabes essas merdas todas?
– Porque leio pá, e se tu lesses os artigos do António Marinho no Expresso, também sabias.

O Manifesto.

– Sente-se, sente-se Sr. António, então como vai ser?
– O Costume!
– Muito bem.
...cinco minutos depois.
– Então Ferreira, que me diz?
– Do quê?
– Do Soares, homem de Deus!
– Que é que quer que lhe diga?
– Bolas que você hoje está a fazer-se esquerdo. Gostou ou não gostou?
– Eu bem me parecia ao que você tinha vindo, mas olhe que não tem razões para estar aí de peito inchado.
– Então não?
– Não?
– Então diga lá homem, desembuche!
– Que é que quer que lhe diga? O homem está velho e nós não devemos dizer mal dos velhinhos.
– Quer o Ferreira dizer, que o manifesto não presta?
– Não senhor, nada disso. O manifesto é bom, está bem escrito, foi só mal lido é o que foi.
– De facto ele enganou-se algumas vezes, mas o que interessa é o que está no manifesto. Ó Ferreira, viu quando o homem se atirou aos jornalistas? Um autêntico animal político, não há como ele.
– Vi sim senhor, até vi que para responder a duas perguntas do Jornal público, tiveram que lhas fazer quatro vezes.
– Quatro, como assim?
– Então: primeiro por insistência dele, em vez de duas perguntas numa, a miúda fez as duas, depois o gajo perguntou qual era a primeira, a seguir à resposta da primeira, perguntou qual era a segunda e a meio da resposta, voltou a perguntar dizendo que não tinha percebido. Contou Sr. António?
– No que você repara..., mas tirando essas pequenas coisas foi impecável.
– Lá isso foi, tirando isso e mais umas pequeninas coisas.
– Então?
– Olhe, não percebi aquela do Supremo Tribunal Constitucional.
– Então? O homem concerteza que juntar o Tribunal Constitucional e o Supremo Tribunal da Justiça, que esses gajos não querem é fazer nenhum.
– Concerteza quer, mas não lhe parece que isso é Bushismo à portuguesa?
– Bolas homem, lá está você com essas coisas da estranja só para me desarmar.
– Pronto, pronto Sr. António, já está. Quer que passe por água?
– Não, quero é ir-me embora. Quanto é que lhe devo?
– É só o cortezinho simples. Próximo!

O Sindicato dos Putos

Vai ser criado um Sindicato das Crianças, onde grupo de pessoas irão assumir a voz destas. A ideia é representar um grupo de pessoas que são alvos de várias medidas, mas que nunca têm ninguém que as represente.

TSF Online.

O H5N1, em Diálogo.

– Olha que é ele… o Ferreira! Não me digas que andas nos arranjos lá em casa.
– Nada disso. O que eu queria era falar contigo.
– Espera aí um bocadinho. Pronto Senhor António, aqui tem os parafusinhos, dê lá cumprimentos à D. Isaura, e as melhoras, adeus. Espere aí que eu abro a porta, adeusinho, até amanhã.
– Pronto ó Ferreira, diz lá.
– Ó Zé Manel, já ouviste falar da gripe aviária?
– Não ouço eu outra coisa pá, então não sabes que o meu cunhado vende pintos nas feiras? O gajo não se cala. Querem proibir a venda e aquilo é o ganha-pão da família, não sei como vai ser?
– Escuta…, não sei se é verdade, mas ouvi dizer que uns Gansos Patolas e umas Gaivotas apareceram mortas em Peniche?
– Ó Ferreira, os únicos de que ouvi falar, foi do tal papagaio em Inglaterra e de um pato na Suécia, parece que falaram também de um Cisne, mas era lá para a Croácia ou o raio que parta.
– Pois…, mas parece que é verdade.
– Ó Ferreira, não vais também tu ficar alarmado, vais? Olha que o Sócrates já disse, que tinha comprado um porradão de vacinas.
– O Sócrates, o Sócrates, nem sei como é que vocês ainda acreditam nesse gajo?
– Ó Ferreira, com estas coisas não se brinca pá, é um caso de saúde pública.
– Pois não Zé Manel, mas aquela grande carola não pára. A vacina ainda não foi inventada, e o gajo já comprou um porradão delas.
– Não foi inventada?
– Pois não pá, o gajo confundiu o Tamiflu não-sei-das-quantas com a vacina, e aquilo não é vacina nenhuma, que eu ouvi um Médico na TVI, a dizer que aquilo só se toma depois de um gajo apanhar essa tal gripe.
– Deves estar no gozo, então o Primeiro-ministro ia dizer uma bacorada dessas.
– Não ia, já disse.
– É pá, e agora?
– Foi por isso que eu cá vim. Tu ainda andas com a Isaurinha da Farmácia?
– Ás vezes, já não é nada como era, mas porquê?
– Era para ver se ela me arranjava umas caixitas do tal Tamiflu. Dá-lhe lá uma palavrinha.
– Até calha bem, assim tenho uma desculpa para lá ir.
– Ok Zé Manel, depois bate-me ali no vidro. Até logo.
– Até logo ó Ferreira.

Conversas de Amigos

Há posts que os leitores se limitam a entrar e dizer boa-noite, outros são simplesmente informativos, e há os que proporcionam não raras vezes a discussão de ideias, por vezes até um pouco acaloradas. Esta conversa ficcionada que agora publico, foi provocada pela “discussão” que teve lugar nos comentários do post "A Candidatura Zero Ideias" do dia 21, aproveitei parte do que ali se disse, para montar esta conversa, que podia muito bem ser uma conversa de amigos.

Esclareço, que alterei partes do que se disse, pelo que este post não corresponde à troca de ideias que ali teve lugar. O post lá continua com os comentários que então foram feitos.

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– Ó Ferreira, afinal não percebeste nada!
– Percebi, percebi, não percebi foi no sentido que tu querias que eu percebesse.
– Não percebeste não! O homem só fez a apresentação da candidatura, não apresentou programa nenhum pôrra, percebeste agora?
– Pois foi Aniceto. Então quer dizer, e seguindo o teu raciocínio, que as apresentações são para mandar recados para o interior dos partidos e não para apresentar ideias? Se é assim, acho uma perda de tempo, parar um país inteiro à hora do jantar.
– Perda de tempo? Perda de tempo é este teu post pá, todo ele muito fraquinho, escreves uma série de linhas mas vai-se ver... não dizes nada, nem isto, nicles.
– Ó Aniceto pá, não digas isso, eu faço o que posso, mas só sai o que sei, é como no poema do Nemésio, aquele do Pilriteiro.
– Digo, digo, e digo mais: foi uma canalhice tua teres baseado o teu post em ofensas físicas para falares mal do gajo.
– Canalha? Canalhice? O que aí vai ó Aniceto, vê lá mas é se fazes um bocado de recuo, que me estás a provocar.
– Não recuo coisa nenhuma, o que está dito, está dito.
– Sendo assim, digo-te que eu só quis demonstrar, que o homem que quer ser nosso presidente e que portanto vai ter uma imagem pública aquém e além fronteiras, não pode espumar da boca. Fica feio, é desagradável para quem vê, percebes? Estás a ver o gajo a falar com a Rainha Sofia e ela a virar a cara para o lado enojada!?
– Percebo! Mas ó Ferreira, a competência não se mede pelo excesso de saliva.
– Claro que não, mas para isso era preciso que o homem fosse competente.
– Ok. Ferreira, podes não concordar com as ideias do homem, escusavas era de ser tão brejeiro.
– Brejeiro eu!? Quais ideias? Ó Aniceto, ainda estamos a falar do mesmo homem, não estamos?
– Claro que estamos, parece que o sol te fez mal.
– Bem, Aniceto, a única ideia que ele deixou, é que não faz ideia nenhuma, tem talvez uma vaga ideia. Pelo menos foi o que percebi como resposta à pergunta do jornalista sobre a interrupção voluntária da gravidez.
– Está bem, até posso concordar que o discurso foi fraco, mas aguarda mais algum tempo para o homem apresentar o programa e depois logo falas.
– Ó Aniceto, estás-te a passar, até parece que eu tenho estado no estrangeiro e não conheço o homem. Ó pá, eu estive cá durante os dois mandatos do gajo, estava era à espera, que depois de tanto tempo a pensar, o gajo apresenta-se qualquer coisa, qualquer ideia nova, como o gajo está na mesma, fiquei desiludido.
– Lá estás tu, já que sabes tanto, porque não dás tu as ideias.
– Porque não sou candidato, essa é boa ó Aniceto. Quem se candidata é que tem de mostrar que tem ideias, para conquistar e ficar com o nosso voto.
– Tens razão, na verdade também não tens de ser tu a apresentar ideias.
– Pois.
– E o Sampaio ó Ferreira, votaste nele, achas que governou bem, achas? Eu cá não acho, porque não fazem o meu género as jogadas politicas.
– Mhhhh!... Deves estar a falar do Lopes, mas não te vou dar troco que isso não era uma conversa, eram logo duas. Olha, eu gostei do Sampaio, não com tudo o que ele fez, mas no somatório final dos dois mandatos, até acho que foi um bom presidente.
– Eu também acho que o Cavaco não é um herói salvador, não estou à espera que ele resolva tudo, pelo menos em dois tempos, mas olha: achei muito nobre, ele ter suspendido a sua filiação do partido, porque não nos devemos esquecer que o cargo de presidente devia ser apartidário.
– Pois devia, dizes bem, pois devia.
– Mas ó Ferreira, afinal, porque é que não gostas do homem?
– Porque tenho memória pá, e lembro-me que foi ele que conseguiu a efeméride de juntar as duas centrais sindicais numa greve, que foi ele, que conseguiu, que milhares de camionistas fechassem a fronteira de Vilar Formoso, que conseguiu que a classe médica estivesse em greve durante quatro dias, que foi ele, que fez aprovar a Lei de Bases que acabou com a reforma agrária, que provocou o buzinão na ponte, queria dar-nos cabo dos feriados, Já chega ou queres mais?
– Olha, vem ali a Isilda.
– Olá… então, andas por aqui a fazer tempo, ou à espera do namorado?
– Nem uma coisa, nem outra, estava ali a ouvir a conversa, porque vocês falam alto pra carago e olha que também não gosto do gajo, nem dele, nem do meu chefe, nem de me levantar cedo.
– E estás no teu direito, ou não estivéssemos numa democracia.
– Olha, eu até acho o Soares um senhor, mas não sei se será um bom presidente.
– Pois eu sei. Sei que também não será.
– Devia era haver sangue novo, estes gajos já cheiram a mofo e a naftalina.
– Eu acho que cheiram a mais, cheiram à merda que já fizeram, mas não sei... esta minha rinite alérgica ás vezes incomoda-me um bocado.
– Ó Ferreira, eu não posso obrigar ninguém a pensar como eu, mas também não admito que me queiram obrigar a mudar de opinião.
– Comigo estás descansada que estás muito bem assim, desde que não votes Cavaco.
– Nesse nem pensar! Bem, tenho de ir, até amanhã.
– Até amanhã Isilda! Vai pela esquerda, que na direita chove. Boa moça esta Isilda, não achas ó Aniceto? Olha este olha, onde vais tão apressado ó Raimundo?
– A lado nenhum, só agora é que ouvi de que tratava a vossa conversa.
– E então?
– Eu estou contigo. Mourinho para Presidente.
– É pá, isto é um ninho da esquerda, a Isilda até diz que o Soares é um senhor, só se for dos diamantes.
– Espera aí um bocadinho ó Aniceto, que já te atendo, não te vás embora. Ó Raimundo, essa coisa do Mourinho à presidência não me cheira lá muito bem, o homem sabe de futebol, lá isso sabe, é poliglota, é inteligente, dá nos cornos aos ingleses como ninguém, mas daí a presidente… Nã, o gajo é muito cagão, olha, só se fosse para presidente do nosso Sporting, com a massa que o gajo tem e com aquela carola para o futebol, estás a ver…
– Já vais?
– Melhor dizendo, já fui.
– Desculpa lá ó Aniceto, estavas a dizer o quê do Soares?
– Do Soares já disse, mas quem deve ter muito a dizer é o policia que é obrigado a estar 24 horas por dia à porta dele e nem uma cadeira tem para se sentar, já para não falar dos outros dois que ele mandou à merda. Mas não é disso que eu quero falar: eu já percebi que não gostas do Cavaco e eu não sou de todo de esquerda, mas respeito todas as ideias e acho que o debate é fundamental.
– Finalmente estamos a ficar esclarecidos
– Claro, porque eu acho que existe muita hipocrisia em torno da esquerda, para eles ideias diferentes ou são fascistas, ou são de asquerosos e perigosos capitalistas. É a assimetria deste país, admite-se com facilidade que existam partidos terroristas como o MRPP e depois as manifestações dos terroristas da Frente Nacional, são recebidas à pedrada, onde é que está a liberdade? Eu posso não gostar, mas respeito.
– Ó Aniceto, eu sou defensor do direito à opinião e do pluralismo de ideias, mas em relação ás ideologias extremistas, alto e pára o baile, que com esses não sou pôrra de democrata nenhum.
– Ok ó Ferreira, ainda havemos de acabar esta conversa, mas agora não dá para continuar porque estou com pressa. Está aí o Ricardo, fica à conversa com ele.
– Comigo? Eu acho que vocês já discutiram tudo.
– Vá lá Ricardo, não te acanhes, diz lá o que pensas.
– Então, sendo assim, cá vai: Eu acho que este governo precisa de rédeas urgentemente, está a estender-se como um polvo a todos os sectores da administração pública, altos cargos do Estado, Sector empresarial, enfim... um despotismo partidário que pouco esclarece os cidadãos e não raras vezes os confunde, merece um factor de equilíbrio, que neste momento apenas perspectivo num órgão de Estado como é o PR.
– Acho que tens razão, concordo contigo.
– Por isso acho que o Cavaco é acima de tudo um voto útil na e para a democracia e um não ao absolutismo burocrático-partidário que o PS a pouco e pouco instala no nosso país...
– Pronto, pronto Ricardo, ias tão bem e agora estragas-te tudo, lá vem outro com o Cavaco. Ó pá, eu já disse que não gosto do gajo.
– Mas porquê? Vá diz-me, que essa coisa do não gosto, não gosto e pronto, é para meninos.
– Já que insistes, e aqui que ninguém nos ouve, cá vai: Ricardo, eu tenho receio daquele homem, o Cavaco na minha opinião tem tiques Salazaristas, é um tecnocrata puro e sem ideologia, e gajos que como ele e à boa maneira portuga que dizem “a minha politica é o trabalho” e pouco dados a ter dúvidas e a enganarem-se, cheiram-me mal à distância. Depois é um homem arrogante nos modos, e ao contrário do Salazar, foi até um pouco promissor Ministro das Finanças no tempo do Sá Carneiro, lembras-te? Só foi líder do PSD en passant, revela sistematicamente não dar crédito aos partidos, que são a base da nossa democracia, quer se goste ou não, logo, não posso concordar que seja ele o nosso voto útil, mais, qualquer um que na segunda volta se perfile contra ele, esse sim, será voto útil, pelos motivos atrás invocados.
– Pôrra Ferreira, falas que te desunhas, fiquei até sem tempo para te responder. Tenho que ir ali à loja da Arlinda antes feche, noutra altura continuamos a conversa.
– Então apressa-te pá, que ela deve estar quase a fechar.
– Até amanhã.


Aqueles que como eu, estiverem interessados em saber mais sobre a arte de bem fotografar, encontram aqui no Viagens em terra alheia, algumas dicas que o Zedtee resolveu, e à borla, oferecer.

Sabedoria.

Começo a ficar preocupado. Acabei de ouvir o Jerónimo de Sousa, na generalidade, dizer na SIC-noticias algumas das coisas que eu disse de Cavaco Silva no anterior post.
Será que estou a falar como o Partido Comunista, ou aquilo que eu disse é pensamento corrente na esquerda portuguesa?

A Candidatura Zero Ideias

Finalmente! O Desejado, O Homem dos Tabus, falou. E o país descansou. Era o mesmo que já conhecíamos e que foi derrotado pelo Sampaio

Nervoso como sempre perante as câmaras, a preocupação latente com as partidas que a saliva lhe prega nos cantos da boca, a falta de fôlego para falar durante uns míseros 7-8 minutos e finalmente o Oásis do copo de água salvador.

Quem pensava que o retiro sebástico a que a figura se votou nos últimos tempos, trouxesse à liça ideias novas, deve ter ficado com um grandessíssimo melão.

O discurso que levou meses a preparar, era todo ele, um lugar comum, o mesmo que os portugueses fazem diariamente encostados no balcão de qualquer tasca, entre copos de três.

Ideias, nicles.

À noitinha na SIC-noticias, a roda de analistas políticos. Lá estava entre estes o Luís Delgado, na mesma…

Sporting – A Sucessão

Nada tenho contra o Paulo Bento, excepto ele ser benfiquista, o que não é pouco.
Sou, talvez por conhecer aquele puto - que se sentava a fazer os tpc no restaurante do pai, no qual eu era presença diária -, um seguidor da sua carreira.

Acompanhei a sua entrada no futebol profissional aos 19 anos, no Estrela da Amadora, vindo do Futebol Benfica que militava nos distritais, tendo como primeiro treinador profissional o João Alves de quem parece ser amigo até hoje.

Depois foi o Guimarães, o Benfica clube do seu coração, o Oviedo e finalmente o Sporting na época 2000/2001 de Lazslo Boloni, até à época 2003/2004 em que se despediu devido a ser pouco utilizado pelo Fernando Santos, tendo em boa hora, acabado por ficar no Sporting como treinador dos miúdos, e logo no primeiro ano sagra-se Campeão Nacional de Juniores.

Excelente pessoa, trabalhador, educado, inteligente, homem do futebol, e a quem os sócios e adeptos sportinguistas nada apontam de negativo desde que decidiu vestir profissionalmente a nossa camisola.
Excelente carreira como jogador e promissor inicio da carreira de treinador.

Mas tirar daqui a ilação, de que está preparado para treinar o futebol sénior do Sporting, é no mínimo uma inconsciência dos actuais dirigentes e uma amostra da capacidade de gestão de Filipe Soares Franco, e é, exactamente por isso, urgente anteciparmos as eleições para que apareçam listas de dirigentes com gente que não seja do reinado de Roquete & Cia.

Esta artimanha da sucessão, já usada com Dias da Cunha não nos convence mais, pelo menos aos pluralistas. A monarquia vigente que nos últimos anos tomou conta do destino do meu clube está acabada e é altura de encerrar o ciclo.
Estamos fartos de ver os poucos dirigentes que percebem de futebol, afastarem-se destas direcções, estamos fartos de em nome das finanças do clube, vermos os nossos jovens jogadores vendidos apressadamente para mais tarde serem contratados pelos nossos rivais.
É tempo de por um ponto final nisto.
Queremos que o Bettencourt avance! Queremos que o Ribeiro Telles avance!
Enfim, queremos que aqueles que gostam de futebol e do Sporting, e que já mostraram capacidade de gestão no futebol, avancem para a direcção do meu clube.

Nós, os sócios descontentes deste nosso, e grande Sporting, certamente estaremos lá com os nossos votos, para os apoiar.

Lendo o Correio II


A redacção que se segue foi escrita por um candidato numa selecção de pessoal na Volkswagen.
A pessoa foi aceite e o seu texto está a fazer furor na Internet, pela sua criatividade e sensibilidade.

Eu limitei-me a corrigir algum português, e aqui fica tal como me chegou ao correio pela mão do amigo Aníbal de Sousa:


Já fiz cócegas à minha irmã só para que deixasse de chorar, já me queimei a brincar com uma vela, já fiz um balão com a pastilha que se me colou na cara toda, já falei com o espelho, já fingi ser bruxo.

Já quis ser astronauta, violinista, mago, caçador e trapezista; já me escondi atrás da cortina e deixei esquecidos os pés de fora; já estive sob o chuveiro até fazer chichi.

Já roubei um beijo, confundi os sentimentos, tomei um caminho errado e ainda sigo caminhando pelo desconhecido.

Já raspei o fundo da panela onde se cozinhou o creme, já me cortei ao barbear-me muito apressado e chorei ao escutar determinada música no autocarro.

Já tentei esquecer algumas pessoas e descobri que são as mais difíceis de esquecer.

Já subi às escondidas até ao terraço para agarrar estrelas, já subi a uma árvore para roubar fruta, já caí por uma escada.

Já fiz juramentos eternos, escrevi no muro da escola e chorei sozinho na casa de banho por algo que me aconteceu; já fugi de minha casa para sempre e voltei no instante seguinte.

Já corri para não deixar alguém a chorar, já fiquei só no meio de mil pessoas sentindo a falta de uma única.

Já vi o pôr-do-sol mudar do rosado ao alaranjado, já mergulhei na piscina e não quis sair mais, já tomei whisky até sentir meus lábios dormentes, já olhei a cidade de cima e nem mesmo assim encontrei o meu lugar.

Já senti medo da escuridão, já tremi de nervos, já quase morri de amor e renasci novamente para ver o sorriso de alguém especial, já acordei no meio da noite e senti medo de me levantar.

Já apostei a correr descalço pela rua, gritei de felicidade, roubei rosas num enorme jardim, já me apaixonei e pensei que era para sempre, mas era um"para sempre" pela metade.

Já me deitei na relva até de madrugada e vi o sol substituir a lua; já chorei por ver amigos partir e depois descobri que chegaram outros novos e que a vida é um ir e vir permanente.

Foram tantas as coisas que fiz, tantos os momentos fotografados pela lente da emoção e guardados nesse baú chamado coração...

Agora, um questionário pergunta-me, grita-me desde o papel: " - Qual é a sua experiência?"

Essa pergunta fez eco no meu cérebro. "Experiência.... "Experiência... " Será que cultivar sorrisos é experiência?
Agora... agradar-me-ia perguntar a quem redigiu o questionário:" - Experiência?! Quem a tem, se a cada momento tudo se renova???"

Lendo o Correio I

Esta é uma redacção feita por uma aluna do curso de Letras, da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco - Recife) e que obteve a vitória num concurso interno promovido pelo professor titular da cadeira de Gramática Portuguesa.


"Era a terceira vez que aquele substantivo e aquele artigo se encontravam no elevador. Um substantivo masculino, com um aspecto plural, com alguns anos bem vividos pelas preposições da vida. E o artigo era bem definido, feminino, singular: era ainda novinha, mas com um maravilhoso predicado nominal. Era ingénua, silábica, um pouco à tona, até ao contrário dele: um sujeito oculto, com todos os vícios de linguagem, fanáticos por leituras e filmes ortográficos.

O substantivo gostou dessa situação: os dois sozinhos, num lugar sem ninguém ver e ouvir. E sem perder essa oportunidade, começou a insinuar-se, a perguntar, a conversar. O artigo feminino deixou as reticências de lado, e permitiu esse pequeno índice.

De repente, o elevador pára, só com os dois lá dentro: óptimo, pensou o substantivo, mais um bom motivo para provocar alguns sinónimos.

Pouco tempo depois, já estavam bem entre parênteses, quando o elevador recomeça a movimentar-se: só que em vez de descer, sobe e pára justamente no andar do substantivo.

Ele usou de toda a sua flexão verbal, e entrou com ela em seu aposto.

Ligou o fonema, e ficaram alguns instantes em silêncio, ouvindo uma fonética clássica, bem suave e gostosa. Prepararam uma sintaxe dupla para ele e um hiato com gelo para ela. Ficaram conversando, sentados num vocativo, quando ele começou outra vez a insinuar-se. Ela foi deixando, ele foi usando seu forte adjunto adverbial, e rapidamente chegaram a um imperativo, todos os vocábulos diziam que iriam terminar num transitivo directo. Começaram a aproximar-se, ela tremendo de vocabulário, e ele sentindo seu ditongo crescente. Abraçaram-se, numa pontuação tão minúscula, que nem um período simples passaria entre os dois.

Estavam nessa ênclise quando ela confessou que ainda era vírgula. Ele não perdeu o ritmo e sugeriu uma ou outra soletrada em seu apóstrofo.

É claro que ela se deixou levar por essas palavras, estava totalmente oxítona às vontades dele, e foram para o comum de dois géneros. Ela totalmente voz passiva, ele voz activa. Entre beijos, carícias, parónimos e substantivos, ele foi avançando cada vez mais: ficaram uns minutos nessa próclise, e ele, com todo o seu predicativo do objecto, ia tomando conta. Estavam na posição de primeira e segunda pessoas do singular: ela era um perfeito agente da passiva, ele todo paroxítono, sentindo o pronome do seu grande travessão forçando aquele hífen ainda singular. Nisso a porta abriu repentinamente. Era o verbo auxiliar do edifício.Ele tinha percebido tudo, e entrou dando conjunções e adjectivos nos dois, que se encolheram gramaticalmente, cheios de preposições, locuções e exclamativas. Mas, ao ver aquele corpo jovem, numa acentuação tónica, ou melhor, subtónica, o verbo auxiliar diminuiu seus advérbios e declarou o seu particípio na história.

Os dois olharam-se, e viram que isso era melhor do que uma metáfora por todo o edifício. Que loucura, minha gente. Aquilo não era nem comparativo: era um superlativo absoluto.

Foi-se aproximando dos dois, com aquela coisa maiúscula, com aquele predicativo do sujeito apontado para seus objectos. Foi chegando cada vez mais perto, comparando o ditongo do substantivo ao seu tritongo, propondo claramente uma mesóclise-a-trois. Só que, as condições eram estas: enquanto abusava de um ditongo nasal, penetraria ao gerúndio do substantivo, e culminaria com um complemento verbal no artigo feminino.

O substantivo, vendo que poderia transformar-se num artigo indefinido depois dessa, pensando em seu infinitivo, resolveu colocar um ponto final na história: agarrou o verbo auxiliar pelo seu conectivo, jogou-o pela janela e voltou ao seu trema, cada vez mais fiel à língua portuguesa, com o artigo feminino colocado em conjunção coordenativa conclusiva."

O Malucos da minha Cidade

Aqui à uns anos na zona de Alvalade em Lisboa, mesmo no fim da Av. de Roma, existia o Hospital Júlio de Matos, – parece que ainda existe, mas agora é um Hospital mais abrangente nas especialidades – apelidado por nós de Hospital dos Malucos, e lembro-me hoje à distância, com saudades talvez um pouco mórbidas, de que alguns dos seus hóspedes, os “pacíficos”, andavam pelas imediações a cravar moedas, que, salvo raras excepções do copito de tinto, se destinavam quase todas a ser gastas em café, segundo se constava com o fim de neutralizar as doses de medicamentos que estes eram obrigados a ingerir no Hospital.

As histórias engraçadas que estes protagonizavam, corriam de boca em boca e eram invariavelmente motivo de incontidas gargalhadas. Eu pessoalmente lembro-me de algumas que hoje ao recordá-las ainda me fazem sorrir, e algumas que eu presenciei, não serão nunca esquecidas, como aquela, daquele maduro, que mesmo em frente à empresa onde eu trabalhava, e na altura de chuvas, aproveitava as poças de água proporcionadas pelo afundamento dos nossos passeios de calçada portuguesa, para se lavar por baixo, independentemente de quem passava, baixava as calças e tchap, tchap, tchap, já está. Calças acima e lá ia ele. Ou daquele outro, que passeava Av. da Igreja abaixo e acima, ali em frente ao Nova Lisboa, e que de repente embicava direito a algum incauto menos prevenido e lhe pregava um valente estalo, ou aquela, que numa linda manhã de sol, parou todo o trânsito na segunda circular, teimando em passear de um lado para o outro naquela via rápida, vestida só com uma malinha de mão e um chapéu de palha.

Mas não pensem que era só naquela zona que coisas destas aconteciam, desde que me lembro, se contam histórias dos malucos da nossa da nossa cidade e cada uma mais engraçada que outra. Ontem, ao folhear um livro do António Alçada Baptista, deparei-me com estas duas histórias, que, de tão bem contadas aqui transcrevo, para que as apreciem com o mesmo gozo com que eu as apreciei.

O Primo de Rivera

Uma vez, aí pelas seis da tarde, hora em que o Chiado pululava de gente, entrei na Brasileira e estava o Pedra e um tipo numa mesa. Mal me viu chamou-me, mandou-me sentar e apresentou-me o companheiro:
- António, conheces aqui o meu amigo Maurício?
- Muito prazer, disse eu estendendo-lhe a mão.
- Agora diz com franqueza: não é igual ao primo de Rivera?
Eu, o que havia de dizer: - De facto, dá uns ares...
- E é aqui sentado. Agora havias de o ver marchar.
Voltou-se para o Maurício e disse-lhe:
- Ó Maurício tem paciência, dá só ali uma volta à estátua do Chiado.
O Maurício levantou-se, aprumou-se e, entre aquela gente toda, marchou impecável da Brasileira à estátua deu a volta e regressou. Sentou-se à nossa mesa e o Pedra, para mim:
- Então, não é igual ao Primo de Rivera?

Outra não menos engraçada.

O Miraculado

[...] Quando voltava vi à porta da Brasileira, o Pedra e mais duas pessoas. Antes de atravessar a rua, estava em frente ao Ramiro Leão e ele, quando me viu, esfrega as mãos e diz-me satisfeito:
- Tem sido um sábado...
Cheguei ao pé deles. Um era o Maurício Primo de Rivera e o outro era um advogado, já de certa idade, que me apresentou:
- Conheces aqui o Dr. Alípio?
E eu: - Não. Muito prazer.
Continua o Pedra:
- Aqui onde o vez, miraculado. Ó Doutor, conte-lhe lá o milagre.
Ele não se fez rogado:
- O Colega não soube? Uma vez, estava na Praia de Santa Cruz com o Adelino Palma Carlos. Veio uma onda e levou-me. O Adelino, que queria que eu saísse do redemoinho, berrou-me: - Ó Alípio, faz-te ao mar! Nisto, apareceu-me Nosso Senhor Jesus Cristo...
O Pedra interrompeu: - Em fato de banho?
- Não homem, em vestes sagradas!
Continuou a história: - Depois, Nosso Senhor disse-me: - Ó Alípio faz-te à terra! Eu então fiz-me à terra e salvei-me.

Gestão

Gerar recursos

Ao seguirem o que acreditam ser ordens de topo, muitos tendem a concentrar-se em trabalhar dentro das restrições orçamentais e de recursos – interiorizando a ideia de que “não se pode fazer”.Já os gestores eficazes desenvolvem estratégias inventivas para ultrapassar limitações reais ou imaginadas. Traçam formas para contornar as restrições ao desenvolverem e agirem de acordo com estratégias de longo prazo, ao fazerem trade-offs e quebrar ocasionalmente regras para atingirem os seus objectivos.

Gerir as exigências

A maioria dos gestores sente-se esmagada pelas exigências. Pensam que os negócios não se fazem sem eles, permitindo que as exigências reais ou imaginadas do trabalho diário toldem o seu discernimento.Os gestores eficazes controlam as suas tarefas e as expectativas dos principais stakeholders de forma proactiva, o que lhes permite atingir objectivos estratégicos em vez de terem de apagar fogos.
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Extractos da Economia Pura.

Presunção e água benta…

Morais Sarmento, depois da não concordância e critica veemente da dissolução do Governo PSD/PP de que fazia parte, vem agora, com a arrogância e presunção que se lhe conhece, convencido já da vitória de Cavaco Silva, cozinhar a vingança.

Em entrevista (que pode ler na integra aqui) a André Macedo e Miguel Pacheco do Diário Económico, diz que não lhe basta um Presidente decorativo, exige que ele dissolva o Governo se o primeiro-ministro se desviar das balizas impostas por Belém, defendendo um sistema em que o Presidente assume quase tanto protagonismo como o primeiro-ministro.

Defende um programa presidencial que se sobreponha à acção do governo, balizando-o. Propõe que o mandato presidencial passe de 5 para 10 anos, legitimado já nas próximas eleições presidenciais, e defende a actuação da dissolução imediata do governo, no caso deste não cumprir com as referências predeterminadas.

É caso para dizer: Quem mas faz paga-mas que a politica é a arte do possível, e é caso para pedir ao Sr. Morais Sarmento que tenha contenção, que não transforme a politica numa conversa de mesa de café entre bagaços e chalaças.

A aristocracia de comportamentos

Uma aristocracia de comportamentos, com padrões de referência de valores ético-politicos e deontológicos.
Assim se pode definir a democracia, e estes são valores intrínsecos.

Quem me conhece, sabe que sempre me identifiquei com a esquerda politica, mas também sabe, que não renego o elogio a quem o merece, esteja em que área politica estiver.

Por isso, Marques Mendes ao tomar a atitude de afastar os candidatos, Isaltino e Valentim, é merecedor do elogio de quem acompanha com apreensão a degradação do panorama político português.
Executou um dos nobres valores da democracia: A ética politica. Passando do mero discurso retórico à prática, com grande coragem diga-se.
Assim se dignifica a politica.

Parabéns por isso.

Os Candidatos

No Ultimatum de Fernando Pessoa, para além de outras verdades que se poderiam transpor para a actualidade, tem esta “reflexão” que vem a propósito das presidenciais:

“Proclamem bem alto que ninguém combate pela liberdade ou pelo direito.
Todos combatem por medo dos outros! Não tem mais metros que estes milímetros a estatura das suas direcções!”


Se nós olharmos para os nossos candidatos presidenciais, veremos que nem um, – um só – se candidatou pelos motivos correctos, quer dizer: nenhum deles se candidata para. Todos se candidatam contra.

Mário Soares – Por Sócrates achar ser o melhor candidato para combater Cavaco, e também por querer repetir dez anos depois a proeza de o derrotar.

Jerónimo de Sousa – Para não deixar o manhoso Soares avançar sozinho, e todos sabemos que desistirá a favor do candidato da esquerda que passar à segunda volta.

Manuel Alegre – Porque o Soares foi filhodaputa para ele.

Francisco Louçã – Candidata-se contra todos, porque o bloco é a oposição em movimento.

Cavaco Silva – Porque a direita após a derrota nas legislativas, precisa desta vitória sobre a esquerda, custe o que custar.

Todos eles se candidatam contra alguém, logo, candidatam-se pela negativa, e Portugal precisa urgentemente de um candidato, que se candidate para, por algo, pelas ideias, pela esperança, pelo futuro.

Por isto, a actualidade do que Pessoa disse em 1917.

Histórias de vidas...

Havia uma "gaja" que era tão assobiada lá na rua, que as amigas com inveja, até lhe chamavam Peseiro.

Os juízes acham que não pode haver requisição civil de um órgão de soberania, mas também acham que os órgãos de soberania podem fazer greve.

Alguém me diz para que lado fica a lógica dos Srs. Juízes?
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Fuzileiros Portugueses



A vida dura da nossa tropa, com patrocínio da Sagres.

Reflexões


Alguns amigos da onça gostam de me lembrar amiúde e a propósito do Ricardo, que jogador que vai para o Sporting desaprende de jogar por muito bom que seja.

Não creio que assim seja, mas como isto do futebol é uma coisa complicada e de nuances, decidi pensar um pouco sobre o assunto e facilmente cheguei a algumas conclusões, que não sendo contrárias ás dos que me gostam de brindar com esses dislates, são no entanto substancialmente diferentes.

Se lhes quisesse responder, e não quero, poderia começar com o que é factual e portanto indesmentível, como por exemplo:

1 – As escolas de futebol do Sporting são do melhor que há no mundo.

2 – Os melhores jogadores portugueses da actualidade, são formados do Sporting.

3 – Exceptuando a exibição dos últimos 3 a 4 jogos do Sporting, puramente circunstanciais, tem sido o Sporting a equipa que melhor futebol pratica em Portugal à 3 ou 4 anos.

Mas não sei se valeria a pena retribuir a estes amigos da onça que sistematicamente nos brindam com tais dislates, estas conclusões, até porque, sendo os jogadores de formação Sportinguista, do melhor que joga na Europa, – casos do Figo, Cristiano Ronaldo, Miguel, Simão, João Moutinho, Hugo Viana, Quaresma ou Manuel Fernandes entre outros e só como exemplo – pode facilmente concluir-se que o mal está em contratar para colmatar algumas falhas, jogadores de formação de outras equipas portuguesas.
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O que nos levaria a uma outra e importante questão: a de que, não deve o Sporting, salvo raríssimas excepções, contratar para jogar ao lado dos seus formados jogadores oriundos da formação de equipas portuguesas, devendo preferencialmente ir comprá-los ao estrangeiro, visto não estarem estes psicologicamente preparados para jogar em tão grande equipa, como se constata nas aquisições que o Sporting fez ao Boavista – casos de Ricardo e Silva – o contrário sim é verdade, qualquer jogador da formação do Sporting, brilha seja em que equipa for.
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Mas dizer-lhes isto, poderia ser mal entendido, diriam até que era a clubite a falar e só iria arranjar mais alguns bate-boca, pelo que o melhor é a coisa ficar por aqui. Eu fico com a minha verdade e eles com a sua ignorância.

Novo Logotipo

Assinala-se aqui e agora o novo logotipo que este blog utiliza desde ontem. E recupera-se a cartilha pela qual se rege.




Os Sete Princípios da Arte da Espreita
  • Escolher o seu campo de batalha. Um espreitador nunca entra na batalha sem saber o que o cerca.
  • Descartar tudo o que não for necessário.
  • Usar toda a concentração, para decidir se entra ou não na batalha. O espreitador tem que estar disposto e pronto a tomar sua última posição a um certo momento. Mas não de um modo atabalhoado.
  • Relaxar, soltar-se, não ter medo de nada. Só então os poderes que o guiam abrem o caminho e o ajudam.
  • Quando em confronto com coisas com as quais tem dificuldade em lidar, o espreitador deixa a cabeça soltar-se, usando o tempo com outra coisa. Qualquer coisa serve.
  • O espreitador condensa o tempo; até mesmo um instante é precioso, um segundo é uma eternidade, eternidade essa que pode decidir o resultado final. O espreitador espera ter êxito, portanto condensa o tempo. Não desperdiça nem um minuto.
  • O espreitador nunca se põe à frente das coisas. Para aplicar esse princípio tem-se de aplicar os outros seis.

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As três primeiras Manobras da Espreita



Só um mestre em espreita pode ser um mestre em loucura controlada. A loucura controlada não significa o estudo das pessoas, mas também. Essencialmente significa, que o espreitador aplica os sete princípios básicos da arte da espreita a tudo o que faz, desde os actos mais simples até situações sérias da vida. A aplicação desses princípios redunda em três resultados.

  • O espreitador aprende a nunca se levar a sério; aprende a rir de si próprio. Se não se importa de parecer bobo, pode enganar qualquer um.
  • Aprende a ter uma paciência sem fim. Nunca está com pressa, nunca se desespera.
  • Aprende a desenvolver uma capacidade infinita de improvisação.

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Os três primeiros Princípios do Regulamento do Espreitador



O espreitador não tem o mundo para o amortizar, portanto necessita do regulamento. No entanto, o regulamento do espreitador aplica-se a todos.

  • Tudo o que nos rodeia é de um mistério insondável.
  • Devemos tentar desvendar esses mistérios, mas sem esperar jamais conseguir isso.
  • Um espreitador, ciente dos mistérios insondáveis que o cercam e ciente do seu dever de tentar desvendá-los, ocupa seu lugar certo entre os mistérios e vê-se a si como um deles. Consequentemente, para um espreitador o mistério de ser não tem fim, seja ser uma pedra, uma formiga ou ele próprio. Essa é a humildade de um espreitador. Uma pessoa é igual a tudo.



[Adaptação do livro, O Presente da Águia, de Carlos Castaneda]

Carro movido a ar.

Um amigo enviou-me por email informação de um site relativo a um carro movido a ar comprimido.
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Dizia ele que: - É um sistema totalmente inovador, que não só não polui, como até ajuda a purificar e refrescar o ambiente nas cidades. Se este sistema for associado à produção de electricidade através de centrais fotovoltaicas, teremos um sistema de produção de energia e de transportes totalmente amigo do ambiente.
Já imaginou uma fábrica destas instalada aqui na nossa região? Não é impossível, mas os nossos poderes políticos estão noutra!
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No entanto, se todos divulgarmos o mais possível talvez chegue aos ouvidos certos!
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Depois de feita alguma pesquisa, decidi postar sobre o assunto. Os métodos são inovadores, e implementados, a resolução de muitos problemas com que se debatem as sociedades modernas. Assim haja coragem para os governos lutarem contra os cartéis do petróleo, e todos os outros poderes económicos estabelecidos.
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Tudo indica que o motor MDI de ar comprimido seja uma das maiores descobertas do século.
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O grupo MDI tem matriz sediada no Luxemburgo sendo donos de mais de 30 patentes em 120 países. A fábrica dos protótipos MDI fica localizada no sul da França.
Mais de 60 técnicos trabalham no desenvolvimento desta nova indústria, estando concluída a primeira fábrica de produção.
A MDI tem escritórios comerciais em Barcelona desenvolvendo o mercado internacional.
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O Grupo MDI incorpora várias inovações e sistemas inéditos, não somente como uma ideia básica (energia em forma de ar comprimido), mas os materiais utilizados (fibra de vidro como estrutura e o uso de óleo vegetal) e o planeamento técnico.
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Com referência ao motor tem um sistema inovador muito importante: uma biela articulada. Isto permite que quando o pistão alcança o final de seu ciclo, a expansão se produz em um volume constante.
Esta patente pode ser aplicada a motores convencionais de combustão.
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O melhor do MDI: E aplicações futuras.
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Graças ao seu sistema único, o motor MDI está aberto a diferentes aplicações, permitindo o seu uso fora da indústria automobilística. Já foi testado com sucesso em barcos, mas a sua capacidade tem um potencial para muitas outras aplicações relacionadas aos motores.
O motor MDI é ideal para o armazenamento de energia gerada por sistemas de zero poluição, como sistemas solares, eólico também sistemas hidroeléctricos.
Até ao momento o armazenamento de energia depende de baterias e este sistema é muito ineficiente, porém utilizando o sistema MDI, vamos ter agora um sistema ideal de armazenamento e transformação de energia.
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UM POUCO DE FÍSICA
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A compressão de ar, gases, tem como consequência o aumento da temperatura (ar quente). A expansão tem como consequência a queda de temperatura (ar frio). Este é o sistema básico que permite o movimento do carro MDI.
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Patente no "Sistema de Biela"
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MDI tem a patente permitindo que o pistão com o sistema de articulação fique imobilizado no final da compressão, tempo suficiente para criar um volume constante dentro do cilindro.
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O ciclo do motor MDI
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A – FASE DE COMPRESÃO: No motor o ar atmosférico é comprimido até uma pressão de 20 bars. Com o pistão e fica transformado em ar quente de 400 ºC.
B – FASE DE INJECÃO DE AR: Assim que, quando o pistão pára, o ar comprimido dos cilindros é injectado no espaço do motor onde está o ar quente.
C – FASE DE EXPANSÃO: O ar é injectado criando uma maior pressão fazendo a activação do motor.
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Como funciona?
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O carro deve a sua autonomia graças aos tanques de 90m3 de ar comprimido a 300 bars.
A expansão do ar comprimido que entra no motor move os pistões que dão força ao motor.
O ar que sai do escape é ainda mais limpo do que entrou, pois é filtrado na hora de comprimir.
O sistema de ar condicionado é baseado na reciclagem do ar.
Devido a ausência de combustão a troca do óleo ocorre somente a cada 50.000Km.
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CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS DO MOTOR MONOENERGIA A AR COMPRIMIDO
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Capacidade do cilindro em cm3 – 566 cm3 x 2 cilindros
Forca máxima em ch-CEE (KW-CEE) – 25 cv a 3500 rpm
Par max in Kgm-CEE (nm-CEE) – 6.3 (61.7) 800-1300 a rpm
Alimentação – Injecção electrónica de ar.
Quantidade de óleo e frequência de mudança – 0.8 Litros para 50.000 km (Óleo de Soya)
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O novo motor de 50 CV está no estado final de desenvolvimento. Será este o motor dos carros de série.
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MICRO CAUSA

Director do "Público" explica posição no "Clube de Jornalistas"

O director do Público, José Manuel Fernandes, pronuncia-se amanhã sobre o motivo da movimentação de algumas dezenas de blogues que, na última semana, vêm exigindo daquele diário explicações sobre o modo como noticiou as circunstâncias do regresso de Fátima Felgueiras a Portugal.
A explicação será dada no decurso do programa "Clube de Jornalistas" que vai para o ar amanhã, pelas 23.30, na Dois, e que foi hoje gravado.

Noticia aqui e aqui e também aqui

Prós Palonços

Nova Orleães

Nova Orleães era conhecida pela sua herança multicultural, com especial destaque para as influências Francesa, Espanhola e Africana, que se repercutiam na sua cozinha, arquitectura e música.

Esta era a cidade que deu vida ao Jazz por volta de 1895, a música da liberdade do recurso à improvisação, uma combinação do Ragtime, dos Blues e das Bandas de Música, e diferente de todos esses estilos.

Na altura do Mardi Gras e do Jazz & Heritage Festival, a cidade ganhava outra cor com a afluência de gente vinda de todo o lado. Os amantes do Joie de Vivre, davam-lhe um viver ainda mais diferente de qualquer outra cidade americana.

Nova Orleães, que já tinha feito frente a muitas outras tempestades, não resistiu desta vez à força indomável do Katrina. A sua zona central com um desnível de nove metros relativamente à altura do mar, e tendo o Katrina rebentado à sua passagem com os diques da cidade, provocou a catástrofe a que todos assistimos.

Tudo isto aconteceu no século XXI e no país mais poderoso do mundo, que como qualquer outro país desenvolvido, sofre os efeitos da pressão demográfica sem acautelamento da vida das pessoas. Se recuarmos ao século XX e ao ano de 1900, as construções limitavam-se aos terrenos mais elevados, mas a expansão da cidade obrigou a que os terrenos que iam sendo drenados aos pântanos que a rodeavam, fossem sendo sistematicamente ocupados sem o planeamento adequado, por construções e consequentemente pelas pessoas.

Podemos no entanto interrogar-nos se a calamidade a que assistimos poderia ter sido evitada? Não sei. Sei é que poderia ter sido minimizada se os hotéis nas áreas circundantes da cidade não tivessem gulosamente e sem o mínimo senso de humanidade, triplicado os preços num fim do mês em que as pessoas mais pobres já estavam sem dinheiro, e pobre não têm acesso a cartões de crédito, e também, se a ajuda estrangeira não tivesse sido impedida de entrar para ajudar no terreno, provavelmente com receio que se visse o que não era para ser visto.

Agora é preciso começar tudo de novo, esperemos que o façam e que a lição tenha sido aprendida.

Alguns dados históricos:

Nova Orleães é fundada em 1718 por Jean Baptiste Moyne de Bienville que lhe deu o nome de Nouvelle Orléans em honra de Philipe, Duque de Orléans, que era na altura, Regente de França.
Localizada na embocadura do rio Mississipi, tem a Norte o lago Pontchartrain e a Sul o Golfo do México, foi uma das principais portas de entrada dos escravos provenientes de África e o quarto maior porto do mundo.
Em 1722, Nova Orleães passou a Capital do Estado da Louisiana Francesa e em 1763 é oferecida aos Reis de Espanha.
Em 1795, a Espanha permite aos Estados Unidos o direito de utilização do porto durante seis anos, mas os franceses tomam novamente conta da cidade, através de um tratado que Napoleão Bonaparte estabeleceu com a Espanha.Finalmente, em 1803 Napoleão acaba por vender esse território francês aos Estados Unidos

MICRO CAUSA

[1232] -- PODE O JORNAL «PÚBLICO» SFF ESCLARECER COM QUEM É QUE FÁTIMA FELGUEIRAS MANTEVE CONTACTOS NO SECRETARIADO NACIONAL DO PS? QUANDO É QUE ESSES CONTACTOS TIVERAM LUGAR? QUEM É QUE INFORMOU JAIME GAMA PREVIAMENTE DA LIBERTAÇÃO DE FÁTIMA FELGUEIRAS?

Segue a lista de blogs aderentes:

A Destreza das Dúvidas, A Fonte, A Forma e o Conteúdo, A Grande Loja dos Trezentos, A Origem das Espécies, Ar Fresco, As Farpas, Abrangente, Abrupto, Adufe, Akiagato, Albardeiro, Al(maria)do, Almocreve das Petas, Arcadia, Asilo do Obstinado, Belogue Civico, Biblioteca de Babel, Bicho Carpinteiro, Blasfémias, Blogo Existo, Blogouve-se, Bloguítica, Bodegas, Bombyx Mori, Carambas!, Carlos Alberto, Coimbra Nacional, Contador de Gaivotas, Contrasenso, Cuidado de Si, Crackdown, Diário da República, Dolo Eventual, E-jetamos, Enchamos Tudo de Futuros, EN101, Escrita Casual, Espreitador, Fórum Comunitário, Gatochy’s Blog, Homem ao Mar!, Ideias em Desalinho, Janela Para o Rio, Jornalismo e Comunicação, Laranja com Canela, Linha do Horizonte, Loja de Ideias, Ma-Schamba, Miniscente, Minha Rica Casinha, Nortadas, O Caricas, O Grunho, O Homem do Leme, O Contradito, O Insubmisso, O Insurgente, O Plagiário, O Reformista, O Sexo dos Anjos, Observador Cósmico, Política e House, Política Pura, Porta Aviões, Portugal dos Pequeninos, Praça da República em Beja, Quarta República, Quase em Português, Random Precision, Revisão da Matéria, Satyricon, Sentidos Percebidos, Sob a Estrela do Norte, Sopa de Pedra, Tela Abstracta, Tempo Suspenso, Tese & Antitese 2B.Os Corredores do Poder.

Assim vamos nós

Existe um país onde um cidadão de 81 anos depois de te cumprido 10 anos de mandato como Presidente da República e de ter estado 10 anos de molho decide candidatar-se novamente para salvar o país de um fantasma, passando por cima de um amigo de longa data.
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Existe um país onde dois candidatos autárquicos indiciados por processos fraudulentos e uma outra candidata com mandato de prisão, foragida durante dois anos, foram eleitos para Presidentes de Câmaras Municipais.
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Existe um país onde o único escritor galardoado com o prémio nobel da Literatura vive no país vizinho.
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Existe um país de onde é oriundo aquele que é considerado o melhor treinador de futebol da actualidade, cujo seleccionador nacional é estrangeiro.
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Existe um país onde o maior sucesso nacional do ano é um disco de originais de um músico que morreu há quinze anos.
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Existe um país onde os dois guarda-redes da selecção nacional são suplentes de dois guarda-redes da mesma nacionalidade nos respectivos clubes.
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Existe um país onde o nome da mascote do principal evento desportivo alguma vez organizado começa por uma letra (k) que não faz parte do seu alfabeto.
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Esse país estranho é o meu país.
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Recebido por email

Estreia hoje na BBC

"O Presidente Bush disse-nos: ‘Estou a cumprir uma missão que Deus me confiou.
Deus disse-me: George, vai combater os terroristas no Afeganistão. E eu fui. E depois Deus disse-me: George, vai acabar com a tirania no Iraque. E assim fiz’”, revela Nabil Shaath numa entrevista a incluir num documentário da BBC que vai estrear na próxima segunda-feira.
Segundo o ex-chefe da diplomacia palestiniana, George W. Bush disse ainda, na mesma ocasião: “E agora, mais uma vez, sinto que ouço as palavras de Deus: ‘Vai arranjar um Estado para os palestinianos e estabelecer a segurança em Israel'. E, por Deus, vou conseguir esse objectivo’”.
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Resultados Nacionais

Factor Negativo III

PSD anunciou a vitória em Santarém. Afinal era mentira.

É o que dá acreditar nos media, afinal o PSD ganhou mesmo em Santarém e consequentemente o criminalista Moita Flores é agora o Presidente da Câmara.O meu pedido de desculpas.

Factor Negativo II

João Loureiro depois de dizer que a vitória do pai representa a separação entre a Política e a Justiça acrescenta: Esta noite, aqui em Gondomar, ganhou a Política.

Vindo de alguém com formatura em direito, até que nem está mal.

Factor Negativo I

Nesta dança de caciques esta noite na TV, e depois de ter ouvido a Santa Fátinha e agora o Valentim Loureiro Batatas, só já me falta ouvir o Isaltino Suíço, para ir ao WC descarregar.

Factor positivo

Avelino Ferreira Torres, derrotado em Amarante.
Pelo menos um cacique não foi eleito, segundo ele, por causa da comunicação social

Viva Amarante! Viva Amarante! Viva Amarante!

Hoje é dia de reflexão.

Vinho português na moda

Depois da revista americana Wine & Spirits ter catalogado quatro vinhos portugueses entre os 100 melhores de 2005, e ainda por cima no topo da tabela, todos eles com pontuações acima dos 90 numa escala de 100 pontos – Taylor Quinta de Vargellas Vinha Velha 2000 (95 pontos), Quinta do Crasto 2001 Douro Reserva (93), Quinta do Ventozelo 2000 Douro (93) e o vinho verde alvarinho Reguengo de Melgaço 2004 (92) – vem agora o critico do New York Times Eric Asimov, dizer que Portugal vai ser “a próxima grande onda” no mercado internacional de vinhos, classificando-os de "honestos", "distintos e de uma qualidade enorme".

Ler no DN o artigo do New York Times

Quantos internautas visitam blogs

Nos primeiros nove meses de 2005, 55.1% dos internautas portugueses visitaram sites de blogs, revelam os dados do estudo Netpanel da Marktest.

Janeiro de 2005 foi o mês que mais atraiu os bloggers, num total de 413 mil utilizadores únicos. Em Fevereiro também se registou um valor elevado, de 365 mil utilizadores únicos. Setembro marca a rentrée, com 329 mil utilizadores destes sites, depois da quebra observada nos meses de férias de Verão.

O Caso mental Português

Se fosse preciso usar de uma só palavra para com ela definir o estado presente da mentalidade portuguesa, a palavra seria «provincianismo». Como todas as definições simples esta, que é muito simples, precisa, depois de feita, de uma explicação complexa.
Darei essa explicação em dois tempos: direi, primeiro, a que se aplica, isto é, o que deveras se entende por mentalidade de qualquer país, e portanto de Portugal; direi, depois, em que modo se aplica a essa mentalidade.
Por mentalidade de qualquer país entende-se, sem dúvida, a mentalidade das três camadas, organicamente distintas, que constituem a sua vida mental - a camada baixa, a que é uso chamar povo; a camada média, a que não é uso chamar nada, excepto, neste caso por engano, burguesia; e a camada alta, que vulgarmente se designa por escol, ou, traduzindo para estrangeiro, para melhor compreensão, por elite.
O que caracteriza a primeira camada mental é, aqui e em toda a parte, a incapacidade de reflectir. O povo, saiba ou não saiba ler, é incapaz de criticar o que lê ou lhe dizem. As suas ideias não são actos críticos, mas actos de fé ou de descrença, o que não implica, aliás, que sejam sempre erradas. Por natureza, forma o povo um bloco, onde não há mentalmente indivíduos; e o pensamento é individual.
O que caracteriza a segunda camada que não é a burguesia, é a capacidade de reflectir, porém sem ideias próprias; de criticar, porém com ideias de outrem. Na classe média mental, o indivíduo, que mentalmente já existe, sabe já escolher - por ideias e não por instinto - entre duas ideias ou doutrinas que lhe apresentem; não sabe, porém, contrapor a ambas uma terceira, que seja própria. Quando, aqui e ali, neste ou naquele, fica uma opinião média entre duas doutrinas, isso não representa um cuidado crítico, mas uma hesitação mental.
O que caracteriza a terceira camada, o escol, é, como é de ver por contraste com as outras duas, a capacidade de criticar com ideias próprias. Importa, porém, notar que essas ideias próprias podem não ser fundamentais. O indivíduo do escol pode, por exemplo, aceitar inteiramente uma doutrina alheia; aceita-a, porém, criticamente, e, quando a defende, defende-a com argumentos seus - os que o levaram a aceitá-la - e não, como fará o mental da classe média, com os argumentos originais dos criadores ou expositores dessas doutrinas.
Esta divisão em camadas mentais, embora coincida em parte com a divisão em camadas sociais - económicas ou outras - não se ajusta exactamente a essa. Muita gente das aristocracias de história e de dinheiro pertence mentalmente ao povo. Bastantes operários, sobretudo das cidades, pertencem à classe média mental. Um homem de génio ou de talento, ainda que nascido de camponeses, pertence de nascença ao escol.
Quando, portanto, digo que a palavra «provincianismo» define, sem outra que a condicione, o estado mental presente do povo português, digo que essa palavra «provincianismo», que mais adiante definirei, define a mentalidade do povo português em todas as três camadas que a compõem. Como, porém, a primeira e a segunda camadas mentais não podem por natureza ser superiores ao escol, basta que eu prove o provincianismo do nosso escol presente, para que fique provado o provincianismo mental da generalidade da nação.
Os homens, desde que entre eles se levantou a ilusão ou realidade chamada civilização, passaram a viver, em relação a ela, de uma de três maneiras, que definirei por símbolos, dizendo que vivem ou como os campónios, ou como provincianos, ou como citadinos. Não se esqueça que trato de estados mentais e não geográficos, e que portanto o campónio ou o provinciano pode ter vivido sempre em cidade, e o citadino sempre no que lhe é natural desterro.
Ora a civilização consiste simplesmente na substituição do artificial ao natural no uso e correnteza da vida. Tudo quanto constitui a civilização, por mais natural que nos hoje pareça, são artifícios o transporte sobre rodas, o discurso disposto em verso escrito, renegam a naturalidade original dos pés e da prosa falada.
A artificialidade, porém, é de dois tipos. Há aquela, acumulada através das eras, e que, tendo-a já encontrado quando nascemos, achamos natural; e há aquela que todos os dias se vai acrescentando à primeira. A esta segunda é uso chamar «progresso» e dizer que é «moderno» o que vem dela. Ora o campónio, o provinciano e o citadino diferençam-se entre si pelas suas diferentes reacções a esta segunda artificialidade. O que chamei campónio sente violentamente a artificialidade do progresso; por isso se sente mal nele e com ele, e intimamente o detesta. Até das conveniências e das comodidades do progresso se serve constrangido, a ponto de, por vezes, e em desproveito próprio, se esquivar a servir-se delas. É o homem dos «bons tempos», entendendo-se por isso os da sua mocidade, se é já idoso, ou os da mocidade dos bisavós, se é simplesmente párvuo.
No pólo oposto, o citadino não sente a artificialidade do progresso. Para ele é como se fosse natural. Serve-se do que é dele, portanto, sem constrangimento nem apreço. Por isso o não ama nem desama: é-lhe indiferente. Viveu sempre (física ou mentalmente) em grandes cidades; viu nascer, mudar e passar (real ou idealmente) as modas e a novidade das invenções; são pois para ele aspectos correntes, e por isso incolores, de uma coisa continuamente já sabida, como as pessoas com quem convivemos, ainda que de dia para dia sejam realmente diversas, são todavia para nós idealmente sempre as mesmas. Situado mentalmente entre os dois, o provinciano sente, sim, a artificialidade do progresso, mas por isso mesmo o ama. Para o seu espírito desperto, mas incompletamente desperto, o artificial novo, que é o progresso, é atraente como novidade, mas ainda sentido como artificial. E, porque é sentido simultaneamente como artificial é sentido como atraente, e é por artificial que é amado. O amor às grandes cidades, às novas modas, às «últimas novidades», é o característico distintivo do provinciano.
Se de aqui se concluir que a grande maioria da humanidade civilizada é composta de provincianos, ter-se-á concluído bem, porque assim é. Nas nações deveras civilizadas, o escol escapa, porém, em grande parte, e por sua mesma natureza, ao provincianismo. A tragédia mental de Portugal presente é que, como veremos, o nosso escol é estruturalmente provinciano.
Não se estabeleça, pois seria erro, analogia, por justaposição, entre as duas classificações, que se fizeram, de camadas e tipos mentais. A primeira, de sociologia estática, define estados mentais em si mesmos; a segunda, de sociologia dinâmica, define estados de adaptação mental ao ambiente. Há gente do povo mental que é citadina em suas relações com a civilização. Há gente do escol, e do melhor escol - homens de génio e de talento -, que é campónio nessas relações.
Pelas características indicadas como as do provinciano, imediatamente se verifica que a mentalidade dele tem uma semelhança perfeita com a da criança. A reacção do provinciano, às suas artificialidades, que são as novidades sociais, é igual à da criança às suas artificialidades, que são os brinquedos. Ambos as amam espontaneamente, e porque são artificiais.
Ora o que distingue a mentalidade da criança é, na inteligência, o espírito de imitação; na emoção, a vivacidade pobre; na vontade, a impulsividade&incoordenada. São estes, portanto, os característicos que iremos achar no provinciano; fruto, na criança, da falta de desenvolvimento civilizacional, e assim ambos efeitos da mesma causa - a falta de desenvolvimento. A criança é, como o provinciano, um espírito desperto, mas incompletamente desperto.
São estes característicos que distinguirão o provinciano do campónio e do citadino. No campónio, semelhante ao animal, a imitação existe, mas à superfície, e não, como na criança e no provinciano, vinda do fundo da alma; a emoção é pobre, porém não é vivaz, pois é concentrada e não dispersa; a vontade, se de facto é impulsiva, tem contudo a coordenação fechada do instinto, que substitui na prática, salvo em matéria complexa, a coordenação aberta da razão. No citadino, semelhante ao homem adulto, não há imitação, mas aproveitamento dos exemplos alheios, e a isso se chama, quando prático, experiência, quando teórico, cultura; a emoção, ainda quando não seja vivaz, é contudo rica, porque complexa, e é complexa por ser complexo quem a terá; a vontade, filha da inteligência e não do impulso, é coordenada, tanto que, ainda quando faleça falece coordenadamente, em propósitos frustes mas idealmente sistematizados.
Percorramos, olhando sem óculos de qualquer grau ou cor, a paisagem que nos apresentam as produções e improduções do nosso escol. Nelas verificaremos, pormenor a pormenor, aqueles característicos que vimos serem distintivos do provinciano.
Comecemos por não deixar de ver que o escol se compõe de duas camadas - os homens de inteligência, que formam a sua maioria, e os homens de génio e de talento, que formam a sua minoria, o escol do escol, por assim dizer. Aos primeiros exigimos espírito crítico; aos segundos exigimos originalidade, que é, em certo modo, um espírito crítico involuntário. Façamos pois incidir a análise que nos propusemos fazer, primeiro sobre o pequeno escol, que são os homens de génio e de talento, depois sobre o grande escol.
Temos, é certo, alguns escritores e artistas que são homens de talento; se algum deles o é de génio, não sabemos, nem para o caso importa. Nesses, evidentemente, não se pode revelar em absoluto o espírito de imitação, pois isso importaria a ausência de originalidade, e esta a ausência de talento. Esses nossos escritores e artistas são, porém, originais uma só vez, que é a inevitável. Depois disso, não evoluem, não crescem; fixado esse primeiro momento, vivem parasitas de si mesmos, plagiando-se indefinidamente. A tal ponto isto é assim, que não há, por exemplo, poeta nosso presente - dos célebres, pelo menos - que não fique completamente lido quando incompletamente lido, em que a parte não seja igual ao todo. E se em um ou outro se nota, em certa altura, o que parece ser uma modificação da sua «maneira», a análise revelará que a modificação foi regressiva: o poeta ou perdeu a originalidade e assim ficou diferente pelo processo simples de ficar inferior, ou decidiu começar a imitar outros por impotência de progredir de dentro, ou resolveu, por cansaço, atrelar a carroça do seu estro ao burro de uma doutrina externa, como o catolicismo ou o internacionalismo. Descrevo abstractamente, mas os casos que descrevo são concretos; não preciso de explicar, porque não junto a cada exemplo o nome do indivíduo que mo fornece.
O mesmo provincianismo se nota na esfera da emoção. A pobreza, a monotonia da emoção nos nossos homens de talento literário e artístico, salta ao coração e confrange a inteligência. Emoção viva, sim, como aliás era de esperar, mas sempre a mesma, sempre simples, sempre simples emoção, sem auxílio crítico da inteligência ou da cultura. A ironia emotiva, a subtileza passional, a contradição no sentimento - não as encontrareis em nenhum dos nossos poetas emotivos, e são quase todos emotivos. Escrevem, em matéria do que sentem, como escreveria o pai Adão, se tivesse dado à humanidade, além do mau exemplo já sabido, o, ainda pior, de escrever. A demonstração fica completa quando conduzimos a análise à região da vontade. Os nossos escritores e artistas são incapazes de meditar uma obra antes de a fazer, desconhecem o que seja a coordenação, pela vontade intelectual, dos elementos fornecidos pela emoção, não sabem o que é a disposição das matérias, ignoram que um poema, por exemplo, não é mais que uma carne de emoção cobrindo um esqueleto de raciocínio. Nenhuma capacidade de atenção e concentração, nenhuma potência de esforço meditado, nenhuma faculdade de inibição. Escrevem ou artistam ao sabor da chamada «inspiração», que não é mais que um impulso complexo do subconsciente que cumpre sempre submeter, por uma aplicação centrípeta da vontade, à transmutação&alquímica da consciência. Produzem como Deus é servido, e Deus fica mal servido. Não sei de poeta português de hoje que, construtivamente, seja de confiança para além do soneto.
Ora, feitos estes reparos analíticos quanto ao estado mental dos nossos homens de talento, é inútil alongar este breve estudo, tratando com igual pormenor a maioria do escol. Se o escol do escol é assim, como não será o não escol do escol? Há, porém, um característico comum a ambos esses elementos da nossa camada mental superior, que aos dois irmana, e, irmanados, define: é: a ausência de ideias gerais e, portanto, do espírito crítico e filosófico que provém de as ter. O nosso escol político não tem ideias excepto sobre política, e as que tem sobre política são servilmente plagiadas do estrangeiro - aceites, não porque sejam boas, mas porque são francesas ou italianas, ou russas, ou o quer que seja. O nosso escol literário é ainda pior: nem sobre literatura tem ideias. Seria trágico, à força de deixar de ser cómico, o resultado de uma investigação sobre, por exemplo, as ideias dos nossos poetas célebres. Já não quero que se submetesse qualquer deles ao enxovalho de lhe perguntar o que é a filosofia de Kant ou a teoria da evolução. Bastaria submetê-lo ao enxovalho maior de lhe perguntar o que é o ritmo.

Por Fernando Pessoa.

(publicado em Fama, nº 1, Lisboa, 30 de Novembro de 1932)

Música

Causas, no mínimo justas.

Não para de crescer o número de aderentes à causa do Bloguitica, que conta neste momento com 62 aderentes e o Jornal Público, continua a fazer tábua-rasa sobre o assunto.
Até quando?
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O clube de Jornalistas, já se pronunciou e deixa 3 perguntas ao Público:

Quem é que no PS manteve contactos com Fátima Felgueiras?
Quando é que esses contactos tiveram lugar?
Quem é que informou Jaime Gama de que Fátima Felgueiras seria libertada ainda antes da ex-autarca socialista ter chegado ao Tribunal de Felgueiras?

Ou, em alternativa, o Público deveria explicar por que motivo não pode responder às questões anteriores.
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Segue a lista completa de aderentes ás 13:40 horas.
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A Destreza das Dúvidas, A Fonte, A Forma e o Conteúdo, A Grande Loja dos Trezentos, Ar Fresco, As Farpas, Abrupto, Akiagato, Albardeiro, Al(maria)do, Arcadia, Belogue Civico, Biblioteca de Babel, Bicho Carpinteiro, Blasfémias, Blogo Existo, Blogouve-se, Bloguítica, Bodegas, Carambas!, Carlos Alberto, Contador de Gaivotas, Contrasenso, Cuidado de Si, Crackdown, Dolo Eventual, EN101, Espreitador, Homem ao Mar!, Ideias em Desalinho, Jornalismo e Comunicação, Laranja com Canela, Linha do Horizonte, Ma-Schamba, Minha Rica Casinha, O Caricas, O Grunho, O Homem do Leme, O Insubmisso, O Plagiário, O Reformista, Observador Cósmico, Para um Exercício de Cidadania, Política e House, Portugal dos Pequeninos, Praça da República em Beja, Quarta República, Random Precision, Revisão da Matéria, Sentidos Percebidos, Tela Abstracta, Tempo Suspenso, Tese & Antitese e 2B.Blogues adicionados ao longo de sexta-feira:Abrangente, Afixe, Almocreve das Petas, Bombyx Mori, E-jetamos, Gatochy’s Blog, Miniscente e Quase em Português.