A incompetência e preguiça genética!

Não é a primeira vez e o mais provável é não ser a última, que falo aqui, na incompetência e preguiça genética das hordas de gestores que gostam muito de falar e mais de se ouvir, mas que não têm dimensão para aumentar a produtividade das suas empresas.
Segundo dados da OIT sobre os trabalhadores da UE, “os portugueses trabalham muito mas produzem pouco e, ganham menos ainda”, sendo este, um sério problema estrutural, e é, porque o busílis disto andar assim, não são os trabalhadores, mas sim e sobretudo, os ineptos e incompetentes gestores deste carnaval.

Da eficiência trabalho-capital, resulta a produtividade, onde, a organização e qualidade de gestão se reflectem e que, muito deixa a desejar na maioria das empresas, sendo o podium das PME.

A globalização dos mercados, a rápida transformação da economia e a evolução tecnológica, determinam hoje em dia a relação cliente-fornecedor nos mercados e, é este desafio, complexo e sofisticado que determina a sustentabilidade das empresas e o seu sucesso ou insucesso no assegurar ganhos de produtividade, só que, isto implica gerir com excelência, com estratégia de longo prazo, desenvolvendo vantagem competitiva, explorando toda uma gama de factores para aumentar o crescimento endógeno que através das novas tecnologias é auto-alimentado e, aproveitando para competir nos sectores expostos à concorrência internacional numa economia de escala, em detrimento do turvo sucesso competitivo à custa do pão que o Zé leva para casa.

A palavra de ordem típica, que não segue os prestimosos conselhos do bom senso e não admite inteligência opinativa, é: redução despudorada de custos e assunto arrumado como sardinha em lata, sem grandes expressões matemáticas ou azeite virgem para escorregar melhor. Como? Com medidas arbitrárias e perigosas, porque acéfalas e falhas de sensibilidade, que contribuem para o lamaçal de desânimo e estão no âmago de muitos problemas: a redução de pessoal, corte dos benefícios - seguros de saúde por exemplo -, controlo excessivo dos gastos, embalados soberbamente pela economia de cordel onde lhes escapa uma ideia - conheço um caso de unívoca inteligência, em que se luta para acabar com a chatice das fotocopias a cores, de documentos, que são uma importante e incisiva ajuda nas vendas -, aumentos salariais abaixo da inflação e todo um espectro de futilidades do ponto de vista de uma gestão inteligente que assim fica submergida. Mas tudo isto só no que toca ao Zé, porque, regra geral, a avifauna dos quadros não sofre dessa malapata e não é atingida, querendo depois, que os que ficam, trabalhem muito, que é o que já fazem, mas passam a fazê-lo com consequências mais negativas porque mais desorganizados e desinspirados, prestes a perderem a faculdade de boiar.

12 comentários:

Anónimo disse...

Nao vai sobrar nada para o trabalhaodr no futuro ..todos tæm que virar empresario..

RS disse...

Administrador da EPUL para outro administrador da EPUL:
- Acho que mereço um prémiozito aí de uns 500 mil, não?
- E eu? Também mereço?
- Mas claro!
- Então acho que mereces p'aí um milhãozito.
- Achas mesmo?
- Sem dúvida.
- Está bem.


Mas isto, infelizmente, não tem piada nenhuma.

Abraço,
RS

Era uma vez um Girassol disse...

Grande post!!!!
Irrita-me passar a vida a ouvir, ver e ler na imprensa, que os trabalhadores portugueses produzem pouco...A culpa é dos desgraçados...que ainda por cima são mal pagos e têm poucas regalias...
Gestores...Deixa-me rir...
Acertaste na mouche!
Quando emigram, os portugueses dão cartas e são reconhecidos pelo seu trabalho e iniciativa.
Bjs

Anónimo disse...

O modelo de gestão empresarial em Portugal tem de mudar, de outra forma nunca seremos modelo para ninguém...

Anónimo disse...

Obrigada :-)

Teresa Durães disse...

Penso que tem uma grande gralha no seu post.

Chamou gestor (gerir, gestão) aos senhores que estão à frente de empresas, direcções do estado e afins. Pois é. Chame de Patrões, talvez seja mais correcto. Porque gostam de mandar, punir, cortar, e mais outras tantas assim.

Gerir? ahahahahhahah Teriam que saber uma palavritas novas do dicionário como:
- Planear (conheci um Director que me disse "O Plano faz-se no final")

Teriam de saber o que significa curto, médio e longo prazo.
Impacto.
Lucro e perca.

Porque prejuízo não é só quando perco dinheiro num negócio mas quando não ganho o que deveria.

(quantos conhecem esta definição?)

Teriam de saber o que significa "valor da informação".

Acredita que por vezes eu, como analista de sistemas de informação tenho dados concretos sobre os custos praticados num determinado local/produto/projecto e ninguém quer saber? (isto porque alterar em informática para os ditos gestores tem "custos zero". Afinal é "só mudar" daqui para ali.)


ai.... temas que me dão desgostos tamanhos....

(e não de amores que também não acredito em repetições. Não deve ter sido esse senhor nobel que se referiu que não gosto do sujeito...:)))))

mac disse...

O problema de todos os que detêm alguma responsabilidade em Portugal, a começar nos governantes e a acabar nos empresários, é que têm todos uma visão de curto prazo. Há uma canalização que rebenta; em vez de estudarem o que causou o problema, e de porem uma canalização nova, limitam-se a pôr um remendozito. Claro que daqui a uns tempos há um novo rebentamento.
É isto que se passa. Temos uma visão muito redutora dos problemas, e uma mentalidade do desenrasca. Espanha e Irlanda tiveram uma visão e estratégia de longo prazo. Vejam como estão agora.

Klatuu o embuçado disse...

O estudo omite dois factos de gestão importantíssimos, estes:

... e os senhores «empresários» esbanjam a riqueza nacional em carros desportivos e em casas de putas!
... e metade são ricalhaços analfabetos e bimbos!

Abraço.

BlueShell disse...

Estou de gripe e muito rouca! Não sei como vou dar as aulas de logo à noite!
Arrastei-me até aqui para deixar um beijo....azul!...e agradecer a visita!
BShell

Velutha disse...

Vim espreitar-te e deixar-te um beijinho.Incompetência? Isso não há em Portugal!!!!! Ah! Ah! Ah!

Anónimo disse...

as pessoas serão incompetentes sempre aos olhos dos patrões. pois esses desejam que todos nós trabalhassemos por bem pouco salário, muitas horas, felizes e calados.
mas não é assim.

gostei muito daqui

beijos
desire

tb disse...

os que tudo já possuem ainda mis querem. O resto do mundo que se lixe...
Muito bem este texto. Parabéns!
abraço