O fim-de-semana prolongado foi bom, obrigado.

As questões da educação, longe de estarem encerradas, ganharam por estes dias outros contornos e novos figurantes. Caso do vídeo feito no Carolina Michäelis do Porto e que podem ver aqui. De facto, em termos de valores, somos filhos de pais ricos e pais de filhos pobres, o que, se reflecte em grande parte da blogosfera e nos media em particular, levando-os a comportarem-se como alunos indisciplinados, produzindo metros de frases gordurosas e apedrejando a tal aluna.
Não defendo a falta de disciplina, nem desvalorizo o retrato sobre a falta de distinção entre o cá fora e o lá dentro de uma sala de aula, aliás, nem a aluna, ao que parece, nem os pais, defendem, e já pediram desculpa concordando que o procedimento foi incorrecto. Tudo o resto, é exorbitar sobre um caso que devia ser resolvido na escola, com recurso a um processo disciplinar simples.

Mas que fazer se, por um lado temos as mentes tayloristas da ministra da educação e seus defensores, que mais não fazem que fragmentar o que resta da estrutura do sistema com discursos de facilitismo e desvalorização dos docentes, manipulando-os politicamente para cumprirem os números de sucesso a todo o custo e, por outro, temos os ignorantes pedagógicos que enchem o peito, ajeitam a gravata, e há falta de argumentos para defender ideias, defendem sentimentos e paixões pretendendo uma escola fechada ao exterior, onde os problemas da sociedade não penetrem e esquecendo que os valores se medem pelo número de valências que comportam.
Ambos os lados, têm algo em comum: imaginam saber sobre o que falam e querem chegar à Índia navegando para Ocidente.

Perguntei à minha filha de 13 anos, como devia aquele problema especifico ser resolvido. A resposta foi ponderada e pode ser dada como exemplo: a professora não devia ter tentado retirar o telemóvel à aluna, devia ter-lho exigido e, caso a ordem não fosse acatada, devia, isso sim, tê-la expulso da sala.
Quer isto dizer o quê? Quer dizer, que um professor não desce ao nível do aluno porque, caso o faça, está tão tramado como os pais que descem ao nível dos filhos adolescentes quando, estes experimentam medir a autoridade dos progenitores. Uma professora, é o caso, não fica dois minutos a disputar um telemóvel com uma aluna. Não o pode fazer. E não é preciso ser um profissional de educação para saber isto porque, a disciplina e a autoridade, tanto em casa como na escola, conquistam-se todos os dias e nunca estão garantidos.

O caso, está já no Procurador Geral da República, sintoma da grave patologia que enferma este país onde a falta de respeito é transversal a toda a sociedade e, a indignação, para além de ser uma excelente terapia colectiva, não serve para grande coisa nem garante a retaguarda dos professores, porque, o problema, está no entendimento antagónico e conflitual que, professora e aluna, têm sobre os padrões de comportamento numa sala de aula. No caso concreto, devia a professora pedir assertivamente o telemóvel ou mandar desligá-lo. Não sendo respeitada, devia mandar a aluna sair e proceder ao respectivo relatório para processo disciplinar. A aluna não acatava a ordem de saída da sala: devia então a professora chamar um Auxiliar Administrativo de Educação, para encaminhar a aluna ao Concelho Executivo, e, caso esta resistisse, devia dar por terminada a aula elaborando relatório circunstanciado para o director de turma. Tão simples como isto.

Este ano, a Páscoa é muito cedo !!!

Um amigo, que nada tem de néscio e muito menos de tóino, portanto, gente com tino, fez-me chegar esta curiosidade. Partilho-a, desejando a todos um bom domingo de Páscoa e, aos cristãos como eu, uma Santa Páscoa.

Sabias que:

A Páscoa é sempre o primeiro Domingo depois da primeira lua cheia, ocorrida após o equinócio de Março (21 ou 22 desse mês). Esta datação da Páscoa, baseia-se no calendário lunar que o povo hebreu usava para identificar a Páscoa judaica, razão pela qual, a Páscoa é uma festa móvel no calendário gregoriano.

Ora bem, assim sendo, este ano a Páscoa acontece mais cedo do que qualquer um de nós irá ver alguma vez na sua vida! E só os mais velhos da nossa população viram alguma vez uma Páscoa tão temporã (mais velhos do que 95 anos!).

1) A próxima vez que a Páscoa vai ser tão cedo, como este ano (23 de Março), será no ano 2228 (daqui a 220 anos). A última vez que a Páscoa foi assim cedo foi em 1913.

2) Na próxima vez que a Páscoa for um dia mais cedo, 22 de Março, será no ano 2285 (daqui a 277 anos). A última vez que foi em 22 de Março foi em 1818.

Por isso, ninguém que esteja vivo hoje, virá a ver uma Páscoa mais cedo do que a deste ano.

E digam lá que sabiam esta!!!


Apontamento pedagógico: A Páscoa, convém assinalar, é muito mais que um simples feriado. Trata-se de um evento religioso e, para os cristãos crentes (os que crêem em Cristo como o Deus Filho da Santíssima Trindade), é a mais importante festa da cristandade. Celebra-se neste dia, a Ressurreição de Jesus Cristo.
Porém este dia, uma das datas mais antigas e jubilosas do calendário cristão, é o culminar de uma Semana Santa, fixada durante o Concílio de Nicea, em 324 d.C., que começa no domingo anterior (Domingo de Ramos), quando ramos de oliveira, simbolizando a vida, são benzidos. Na quinta-feira seguinte (Quinta-Feira Santa), é celebrada a Ceia do Senhor (a Santa Ceia) e ocorre a cerimonia do Lava Pés, na sexta-feira (Sexta-Feira Santa), ocorre a procissão da Via-Sacra, ao final da qual os fiéis recebem a comunhão eucarística (muitos fazem jejum e outros abstêm-se de comer carne), no sábado (Sábado de Aleluia), durante a noite, faz-se a Vigília Pascal e no domingo (Domingo de Páscoa), celebra-se a Ressurreição de Jesus Cristo.

Porque ler e dar a ler, têm aqui lugar.

É sempre difícil, narrar em poucas palavras, os méritos de uns e outros e, embora estivesse para começar este post, dividindo as pessoas em dois grandes grupos, algo me avisou, a tempo, do duplo erro. As pessoas na blogosfera não se dividem, mas juntam-se em pequenos grupos. Neste caso ébrio de lucidez, juntou-me a um valente do teclado: Davi Reis, que conheci no blog “Caderno de Corda”, há ano e meio – mais coisa, menos coisa -, devido a uns problemas autorais. Caso, com enfoque no plagio como sinopse do documentário Loose Change 2, pelo site da R.T.P., onde, os direitos autorais não foram respeitados. Na altura, considerei pertinente juntar-me a essa luta e dar-lhe o meu apoio. Desde aí, e embora com frequência esporádica, mantivemos o contacto que levou a conhecer as suas qualidades como compositor, instrumentista, autor de letras, cantor, escritor e poeta. Méritos abundantes, sem dúvida.
Sobre os seus dotes musicais, temos no “Porta 65 Fechada” bolg do Movimento, um excelente exemplo na canção “Tecto de Abrir”, que é a música do Movimento, e também na banda “Baby Jane”, que podem espreitar aqui.

Porém, hoje, não queria deixar de vos dar conta da sua faceta como Poeta. O Davi Reis, que até agora publicava os seus poemas designado-os de Poesia Cordiana, no seu blog “Caderno de Corda”, resolveu, neste tempo onde não é fácil publicar e mais difícil ainda colocar os livros no leitor, dar o salto em frente e, assim, no dia 29 de Março (sábado), pelas 18 horas, decorrerá, na Fábrica Braço de Prata, a apresentação do seu primeiro livro de poesia, com o curioso título - 'Pôr a Escrita em Noite'.
Com início às 18 horas na sala Nietzsche da Fábrica Braço de Prata, o lançamento contará com a presença do declamador João Saramago e da pianista Rita Medina. Sob a chancela da Corpos Editora.

Diz ele: “O momento é, obviamente, de grande importância para mim, pelo que não dispenso a presença dos amigos e da família.” E, eu acrescento: nada como o enlevo de um livro de poemas, para conjugar em perfeita sintonia de aromas, com um cubano e uma boa bebida destilada, no recôndito do lar.

Desejando, desde já, uma multidão interessada na sala Nietzsche, prometo, que tudo farei para estar presente.




Pelo menos sete mortos durante manifestação pró-Tibete em Sichuan, avançam ONG

Informativo-Notícia 2008-03-16 15:39:00, no PUBLICO – Última Hora

"A manifestação foi violentamente dispersada. A polícia disparou para a multidão. Há sete mortos", contou à AFP Kate Saunders da Campanha Internacional para ao Tibete, citando testemunhas no local. Saunders acrescentou que "muitas pessoas ficaram igualmente feridas" e que a "polícia se retirou" depois de desmobilizada a manifestação.

O Centro Tibetano para os Direitos do Homem e a Democracia avança, por sua vez, que há 13 mortos confirmados, entre os quais monges do mosteiro Kirti, em Ngawa, situado a cerca de mil quilómetros a nordeste de Lhasa. "Tivemos a confirmação da morte de 13 pessoas", indicou o porta-voz do centro, Lobsang Tsultrin.

Segundo o relato dos acontecimentos que a organização avançou no seu site, a manifestação começou quando "milhares de monges se reuniram para a oração". "Pouco depois, gritaram espontaneamente slogans a apelar à libertação do Tibete e ao regresso do Dalai Lama, acompanhados por milhares de civis de Ngawa, que se dirigiam para a sede do governo local", escreveu ainda a organização.

Uma testemunha ouvida pela AFP indicou que três pessoas morreram durante a manifestação que se seguiu à oração em Kirti, que abriga perto de 2800 monges tibetanos. "Os manifestantes atacaram a sede da polícia, incendiaram viaturas e a polícia disparou. Vi três pessoas mortas", acrescentou a mesma fonte.


Um porta-voz da polícia de Ngawa negou que tivesse havido qualquer ataque. "Tal não aconteceu", reforçou o mesmo responsável à AFP.

O incidente foi igualmente relatado pela Campanha pela Libertação do Tibete, que citou testemunhas no local. A organização com sede em Londres contabilizou em cinco o número de mortos na manifestação de "centenas de tibetanos", indicando também que entre os manifestantes se encontravam monges de Kirti, estando um deles entre as vítimas. "Trata-se da primeira manifestação em Sichuan de que tenho conhecimento", sublinhou o porta-voz da campanha, Matt Whitticase.

A manifestação dos monges budistas de hoje segue-se a outra registada ontem na província chinesa de Gansu, no Noroeste, segundo grupos de defesa dos tibetanos. Nos últimos dias os monges budistas têm-se manifestado contra o Governo chinês. Anteontem, manifestações contra a administração chinesa degeneraram em violência no centro de Lhasa, provocando pelo menos dez mortos, segundo Pequim, e perto de cem, de acordo com o Governo tibetano no exílio, que já pediu a abertura de um inquérito junto da ONU sobre estes episódios de violência

Petição a favor da aprovação pela Assembleia da República, de uma moção que condene a Violação dos Direitos Humanos e da Liberdade Política e Religiosa no Tibete, a que o MIL: Movimento Internacional Lusófono, se associou e apela a que a subscrevam.




Bem-aventurados aqueles que nada têm a dizer e assim não fazem o mundo perder tempo.

Se começo a escrever na folha em branco, esta, lentamente, entrega-se à magia dos olhares e vai mudando de tonalidade... apanha as cores das minhas palavras e a rugosidade ou leveza das frases que nela semeio... cresce então um conto... uma foice… uma carta... um rabisco... não sei bem se um amor que já existiu, se os sonhos do mundo ou uma arma carregada de futuro…

Às vezes, com ardor, as palavras saem quase pelo próprio pé, como um sopro humano... outras vezes, com secura, encalham no primeiro passo sobre o branco sem lhe tocarem... mas escrevo sempre o que me vai na alma, ou tento, pelo menos... só assim sei escrever... e quando leio um poema , um conto ou um romance, só me encanto ou desencanto mediante aquilo que sou, penso e sinto...

Nem sempre gosto do que escrevo, mas gosto de ver as folhas em branco pintadas de palavras... minhas, tuas, de todos!... Jamais conseguiria queimar uma dessas folhas, uma qualquer folha em branco pintada de música das palavras nascidas dos ‘verbos’ liberdade de sentir, sonhar e escrever... mas, se por mero acaso não gosto de uma dessas minhas folhas em branco pintadas de palavras, viro a folha, se possível deixo uma em branco para me lembrar do peso do silêncio.

100.000 manifestaram-se hoje…


...80.000, segundo os números da Policia de Segurança Pública, de um total de 143.000 docentes a nível nacional. A acreditar nos números menos optimistas, 60 por cento dos professores saíram à rua contra as políticas educativas em Portugal numa marcha de indignação, e nem precisamos fazer grandes análises reflexivas sobre o evidente e esperado baixo número de professores do Ensino Superior.



A resposta aos que defendiam que só a FENPROF era contra as medidas do Ministério da Educação, ou que, os descontentes eram franjas manobradas partidariamente, foi tremenda, e é necessário que o governo e todos os que por paternidade partidária criticam os professores, retirem as necessárias ilações políticas.
Existem de facto razões de preocupação e devemos perguntar-nos de que lado está a razão. Contudo, claro, não ignoro que os professores poderão não ter razão em toda a extensão do que protestam, mas sei que, já antes, a tutela também se bateu por acções de formação para progressão de carreira e, hoje verifica-se que essas acções são uma palhaçada produto de famigerados pedagogos, e um manhoso negócio entre sindicatos e o Ministério que outorga benefícios de exclusividade de formadores. Os costumeiros tachos político-partidários de que a ISCTE ou a Aberta são exemplos.

Pessoalmente, como cidadão e pai de filhas em idade escolar, confesso que as minhas preocupações são outras, que parecendo básicas não o são. As da escola pública de qualidade para todos no pressuposto da honestidade e justiça. Isto é: A doutrina para inglês ver e preencher estatísticas, baixando o nível de exigência, coloca os professores perante o dilema de avaliar correctamente, desobedecendo à filosofia do ministério, ou benevolamente, fazendo o que o ministério quer. Ora, esta política, é no mais importante um atraso ao que havia e coloca em causa em vez de potenciar o mais importante: a capacidade e o poder dos professores. Sabemos, porque também fomos alunos e jovens, que existe algo pior que um mau professor: um professor bom ou mau deixa de ser importante sem nenhum poder. Um mau professor com poder para “chumbar” um aluno se não estuda nem sabe nada, até nem é tão mau assim. O pior de tudo é a cultura de facilitismo que cria um caldo de mediocridade, oportunismo e rotina que tudo contamina, em sentido vertical, horizontal, tudo. Diplomas universitários, futuros professores, futuros alunos, futuros pais, futuros votantes, futuros políticos, etc., etecetera. Isto é que me preocupa e tem de ser alterado, razão porque, não posso simpatizar mais com a indignação dos professores e menos com a posição do governo. (again)

Dia Internacional da Mulher


Todos os cidadãos têm a mesma dignidade social e são iguais perante a lei. Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica ou condição social.

(Artigo 13º da Constituição da República Portuguesa, de 2 de Abril de 1976, que consagra o princípio da igualdade.)




Algumas datas significativas em Portugal.

1867 - Primeiro Código Civil, que melhorou a situação das mulheres em relação aos direitos dos cônjuges, aos filhos, aos bens e sua administração.
1911 - As mulheres adquirem o direito de trabalhar na função pública.
1913 – 1ª mulher licenciada em Direito.
1931 – Reconhecimento do direito de voto às mulheres diplomadas com cursos superiores ou secundários ( Decreto com força de lei nº19 694, de 5 de Maio de 1931).
1935 - Primeiras deputadas à Assembleia Nacional: Domitila de Carvalho, Maria Guardiola e Maria Cândida Parreira.
1968 – lei nº2137, de 26 de Dezembro de 1968, proclama a igualdade de direitos políticos do homem e da mulher.
1969 – introdução na legislação nacional do princípio “salário igual para trabalho igual” ( DL n.º 49 408, nº2, de 24 de Novembro).
1976 – Entrada em vigor da nova Constituição, que estabelece a igualdade entre homens e mulheres em todos os domínios.
1979 - Entrada em vigor do DL nº392/79, de 20 de Setembro, que visa garantir às mulheres a igualdade com os homens em oportunidades e tratamento no trabalho e no emprego. Primeira mulher nomeada para o cargo de Primeiro-Ministro: Engª Maria de Lourdes Pintassilgo.
1997 - Resolução do Conselho de Ministros n.º 49/97, de 24 de Março, que aprova o I Plano Global para a Igualdade.

Era escusado

Constrangido vejo-te, que de bailarina nada tens, na pista de um concurso de dança para figuras públicas. Algumas, pouco públicas como vem sendo hábito neste tipo de programas e, talvez por isso, Tu, generosa, de sobrecasaca e botas de montar deixaste-te arrastar para o salon.
Desde logo, confesso, ansiei que tirasses dali a autora do Adeus Princesa, um dos melhores romances portugueses dos últimos anos, a ponto de me apetecer gritar para que saísses e só não o fazer por ser imbecil e escusado.
E, no entanto, não sou adepto dos aristocratas da cultura, dos que só se dão com os seus pares e entretecem misteriosas relações próprias das sociedades secretas, mas não aprecio, de todo, os que hoje, angelicais, vergam à confraria do elogio duvidoso e tentam parecer o que não são. Não se responde à loucura com a coragem, nestes casos é sempre preferivel um “pare por favor, tenho de ir ali comprar cigarros”.

Clara Pinto Correia, bióloga, escritora, professora universitária, especialista em História das Ciências, historiadora da ciência portuguesa e parte importante da inteligência deste país, prestava-se a um triste espectáculo. Talvez se divertisse, não sei… mas ela sabe que é uma característica da natureza humana esperar que alguém escorregue para depois pisá-lo bem pisado, ela sabe e já provou dessa voragem que, com brutalidade, cilindra a qualidade e devora como Saturno os seus filhos.

Pode explicar devagarinho?

Tempos atrás, referi-me aqui a um e-mail de um amigo, sobre a especulação existente com os sucessivos aumentos do preço dos combustíveis. A questão era simples e parecia pertinente. Era esta:

“Em 2002 um barril de petróleo custava 70 dólares o que equivalia grosso modo a 77 euros e hoje ele custa 100 dólares o que equivale sensivelmente a 70 euros, como é que se pode dizer que o petróleo subiu de preço?”

A semana passada, um senhor economista defendia na SIC-Noticias, que estes números eram de quem não percebia nada destas coisas. Mostrando falta de generosidade em partilhar o saber sobre o quão errado eu e outros estávamos, provavelmente pela complexidade e melindre do tema, ou porque tem tão mais eficácia quão menos forem os detentores do conhecimento. Tudo bem… não percebo mesmo… cavalgo na ignorância e escrevo isto enquanto testemunho a generosidade da Ana Moura que, de improviso, faz um dueto com o Malato no "Sexta à Noite". Mas hoje, prolongando a recreação, o preço do petróleo atingiu os 103 dólares devido à desvalorização do dólar e, essa desvalorização reflecte-se evidentemente no valor do euro que é a nossa moeda. Ora, fazendo o câmbio do dólar face ao euro, temos assim e neste momento o barril a 67,71 euros. Ou seja, como o barril por casualidade do fenómeno continua a ser pago em dólares, continua a baixar na zona euro. Mas eu continuo a não perceber nada disto, o que também não ajuda nada.

Outro caso a que não é alheio o caso anterior:

Carlos Santos, da Associação do Comércio e da Indústria da Panificação, Pastelarias e Similares, defende a necessidade de se aumentar o preço do pão em 50 por cento.
Alavanca agora esta necessidade, que antes e para outros aumentos tinha origem nos preços dos combustíveis, no aumento do preço das farinhas que, em um ano e um mês, subiram 120 por cento (número já desmentido pela indústria de moagem e também por um industrial de panificação que, afirmou não perceber a razão pela qual os seus colegas de sector têm vindo a aumentar o preço do pão), sendo o cerne e grande argumento, o aumento do preço do trigo americano que atingiu os 450 euros por tonelada.
E lá vamos nós de novo: contra a inércia, cultivando o modo da discussão pública e não rejeitando o que não entendemos.
Portugal, que antes só aumentava a superfície de campos de golfe, aumentou também a superfície de semeada (haja Deus!) e importa sobretudo trigo da Europa onde existe uma produção excedentária em 16 milhões de toneladas, e fá-lo principalmente de França a 307 euros a tonelada, e que, e isto são factos, mesmo depois de incorporado algum cereal melhorado da Alemanha, fica com um preço final de 310 euros. Ou seja, a fazer fé na honestidade das pessoas, por distracção, as contas de Carlos Santos, estão inflacionadas em 140 euros a tonelada. É obra!… digo eu, que em conflito de natureza intelectual sempre tive dificuldade com contas ciganas de sumir e só domino os conceitos básicos do domínio de básicos raciocínios.