Nova Orleães era conhecida pela sua herança multicultural, com especial destaque para as influências Francesa, Espanhola e Africana, que se repercutiam na sua cozinha, arquitectura e música.
Esta era a cidade que deu vida ao Jazz por volta de 1895, a música da liberdade do recurso à improvisação, uma combinação do Ragtime, dos Blues e das Bandas de Música, e diferente de todos esses estilos.
Na altura do Mardi Gras e do Jazz & Heritage Festival, a cidade ganhava outra cor com a afluência de gente vinda de todo o lado. Os amantes do Joie de Vivre, davam-lhe um viver ainda mais diferente de qualquer outra cidade americana.
Nova Orleães, que já tinha feito frente a muitas outras tempestades, não resistiu desta vez à força indomável do Katrina. A sua zona central com um desnível de nove metros relativamente à altura do mar, e tendo o Katrina rebentado à sua passagem com os diques da cidade, provocou a catástrofe a que todos assistimos.
Tudo isto aconteceu no século XXI e no país mais poderoso do mundo, que como qualquer outro país desenvolvido, sofre os efeitos da pressão demográfica sem acautelamento da vida das pessoas. Se recuarmos ao século XX e ao ano de 1900, as construções limitavam-se aos terrenos mais elevados, mas a expansão da cidade obrigou a que os terrenos que iam sendo drenados aos pântanos que a rodeavam, fossem sendo sistematicamente ocupados sem o planeamento adequado, por construções e consequentemente pelas pessoas.
Podemos no entanto interrogar-nos se a calamidade a que assistimos poderia ter sido evitada? Não sei. Sei é que poderia ter sido minimizada se os hotéis nas áreas circundantes da cidade não tivessem gulosamente e sem o mínimo senso de humanidade, triplicado os preços num fim do mês em que as pessoas mais pobres já estavam sem dinheiro, e pobre não têm acesso a cartões de crédito, e também, se a ajuda estrangeira não tivesse sido impedida de entrar para ajudar no terreno, provavelmente com receio que se visse o que não era para ser visto.
Agora é preciso começar tudo de novo, esperemos que o façam e que a lição tenha sido aprendida.
Alguns dados históricos:
Nova Orleães é fundada em 1718 por Jean Baptiste Moyne de Bienville que lhe deu o nome de Nouvelle Orléans em honra de Philipe, Duque de Orléans, que era na altura, Regente de França.
Localizada na embocadura do rio Mississipi, tem a Norte o lago Pontchartrain e a Sul o Golfo do México, foi uma das principais portas de entrada dos escravos provenientes de África e o quarto maior porto do mundo.
Em 1722, Nova Orleães passou a Capital do Estado da Louisiana Francesa e em 1763 é oferecida aos Reis de Espanha.
Em 1795, a Espanha permite aos Estados Unidos o direito de utilização do porto durante seis anos, mas os franceses tomam novamente conta da cidade, através de um tratado que Napoleão Bonaparte estabeleceu com a Espanha.Finalmente, em 1803 Napoleão acaba por vender esse território francês aos Estados Unidos
Esta era a cidade que deu vida ao Jazz por volta de 1895, a música da liberdade do recurso à improvisação, uma combinação do Ragtime, dos Blues e das Bandas de Música, e diferente de todos esses estilos.
Na altura do Mardi Gras e do Jazz & Heritage Festival, a cidade ganhava outra cor com a afluência de gente vinda de todo o lado. Os amantes do Joie de Vivre, davam-lhe um viver ainda mais diferente de qualquer outra cidade americana.
Nova Orleães, que já tinha feito frente a muitas outras tempestades, não resistiu desta vez à força indomável do Katrina. A sua zona central com um desnível de nove metros relativamente à altura do mar, e tendo o Katrina rebentado à sua passagem com os diques da cidade, provocou a catástrofe a que todos assistimos.
Tudo isto aconteceu no século XXI e no país mais poderoso do mundo, que como qualquer outro país desenvolvido, sofre os efeitos da pressão demográfica sem acautelamento da vida das pessoas. Se recuarmos ao século XX e ao ano de 1900, as construções limitavam-se aos terrenos mais elevados, mas a expansão da cidade obrigou a que os terrenos que iam sendo drenados aos pântanos que a rodeavam, fossem sendo sistematicamente ocupados sem o planeamento adequado, por construções e consequentemente pelas pessoas.
Podemos no entanto interrogar-nos se a calamidade a que assistimos poderia ter sido evitada? Não sei. Sei é que poderia ter sido minimizada se os hotéis nas áreas circundantes da cidade não tivessem gulosamente e sem o mínimo senso de humanidade, triplicado os preços num fim do mês em que as pessoas mais pobres já estavam sem dinheiro, e pobre não têm acesso a cartões de crédito, e também, se a ajuda estrangeira não tivesse sido impedida de entrar para ajudar no terreno, provavelmente com receio que se visse o que não era para ser visto.
Agora é preciso começar tudo de novo, esperemos que o façam e que a lição tenha sido aprendida.
Alguns dados históricos:
Nova Orleães é fundada em 1718 por Jean Baptiste Moyne de Bienville que lhe deu o nome de Nouvelle Orléans em honra de Philipe, Duque de Orléans, que era na altura, Regente de França.
Localizada na embocadura do rio Mississipi, tem a Norte o lago Pontchartrain e a Sul o Golfo do México, foi uma das principais portas de entrada dos escravos provenientes de África e o quarto maior porto do mundo.
Em 1722, Nova Orleães passou a Capital do Estado da Louisiana Francesa e em 1763 é oferecida aos Reis de Espanha.
Em 1795, a Espanha permite aos Estados Unidos o direito de utilização do porto durante seis anos, mas os franceses tomam novamente conta da cidade, através de um tratado que Napoleão Bonaparte estabeleceu com a Espanha.Finalmente, em 1803 Napoleão acaba por vender esse território francês aos Estados Unidos
6 comentários:
Obrigada pelo seu comentário no meu blog. Você tem toda a razão ao falar sobre a dureza - e crueza também - do jornalismo. Mas quando eu digo que é uma profissão maravilhosa, eu digo de coração, ciente de todas as dificuldades. Porque só quem tem paixão por jornalismo consegue trabalhar na área. O mercado é terrível, com certeza. Mas a gente se ajeita...hehe
Bom saber que tu tens uma filha que cursa o mesmo que eu. E meu pai, com certeza, gostaria de trocar idéias contigo. Ele deve sofrer das mesmas preocupações.
Bom, mudando de assunto, adorei entrar no teu blog e me deparar logo com um texto sobre New Orleans, uma cidade que eu adoro e, infelizmente, nunca tive a oportunidade de conhecer. Adorei!
Um abraço.
Claro que deve, mas que fazer se não apoiar-vos na vossa vocação, e esperar que tudo corra pelo melhor.
Mas eu vejo pelo exemplo de Portugal, que é um caminho muito espinhoso até porque somos um país pequeno, pelo menos no Brasil existe um mercado mais alargado, que em contrapartida terá os candidatos aos lugares correspondentes, não é?
Mais uma vez desejo-te sorte nessa luta.
Existe agora um debate muito intenso nos EUA sobre a racionalidade de reconstruir a cidade conforme ela era... A parte "pobre" (não o famoso Quartier Latin) está abaixo do nível do mar e mesmo os mais fortes diques serão mais tarde ou mais cedo vencidos por uma forte tempestade futura... A NO inundada não devia ser reconstruída, isso não seria racional e se o fôr é apenas pela "consciência negra" da administração Bush.
Obrigado pela aulinha de cultura...
Rui – Esperemos que tenham aprendido a lição, mas estou desconfiado que vai em frente a reconstrução no mesmo sítio. A artimanha será a elevação dos diques.
Nuno – Não tens de quê, Pai é para isso mesmo.
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