Eles prometem vingança.


Através da imprensa diária, tive conhecimento de um comunicado colocado na internete pelo Conselho da Shura Mujahedine, organização que reúne vários grupos terroristas iraquianos, incluindo o ramo local da al-Qaeda, com a seguinte alarvice:

“O adorador da cruz [Bento XVI] e o Ocidente serão derrotados como acontece no Iraque, Afeganistão e Tchetchénia. Vamos quebrar a cruz e derramar o vinho... Alá ajudará os muçulmanos a reconquistar Roma. Que Alá permita que os degolemos e faça dos seus descendentes e do seu dinheiro a recompensa dos mujahedines”.

Como se não bastasse tudo o que ouvi e vi nestes dias, ontem 19 pp. e aproveitando a chama da fogueira, o ayatollah Ali Khamenei, guia supremo iraniano, resolveu regá-la com mais algum combustível de produção caseira, dizendo que a afirmação do Papa era o último elo de uma cruzada contra os que acreditam no profeta Maomé.

Depois do não caricaturarás, vem agora o não citarás e, o que está em causa, é que desde o 11 de Setembro, praticamente todo o Ocidente vive refém dos fundamentalistas e com um medo de morte, constatado na pressa dos desmentidos e esclarecimentos de contexto, antes e agora, na tentativa vã de apaziguar os fanáticos ofendidos.

Eu pessoalmente preferia que não tivessem ficado dúvidas, gostava até, que da mesma forma que se condenam e muito bem as cruzadas, ficasse esclarecido de uma vez, que o Papa pensa sobre os fundamentalistas exactamente aquilo que significam as palavras que citou e que, o ocidente, tivesse finalmente a coragem de assumir a defesa do nosso Estado de Direito e da nossa liberdade, numa guerra que se tornará inevitável, quer queiram ou não, contra a chantagem e o terror, mesmo ofendendo uma mobilizadora esquerda radical europeia, que padecendo, talvez, do Síndroma de Estocolmo, teima em defendê-los.

A continuar esta moda das “guerras santas”, estamos tramados.

Nota: A citação que deu origem ao "escândalo" de Ratisbona, quando Bento XVI explicava a irracionalidade da conversão pela violência, é esta : “Num diálogo com um persa, Paleólogo dissera: "Mostra-me então o que Maomé trouxe de novo. Não encontrarás senão coisas demoníacas e desumanas, tal como o mandamento de defender pela espada a fé que ele pregava".

26 comentários:

Kaos disse...

Realmente o Papa não devia ter dito o que disse, mas menos se justifica a reação, sobretudo depois dos pedidos de arrependimento e explicações do vaticano. Nunca fui muito com a politica da Igreja, mas menos me dou com a intolerancia. Como se nos fizesse falta uma guerra santa neste momento.
abraço

Anónimo disse...

Já nem o papa,pensa nas consequencias das suas palavras,antes de as proferir;)Mas tambem ele apesar do cargo,não passa de um comum mortal e como tal tambem mete agua;)bjito

Teresa Durães disse...

Um Papa não pode meter água muito menos um tsunami....

Tem é de uma vez por todas emendar o que disse.

A igreja não defende a humildade? Seja hulmide e vá se retratar. Ele é considerado o representante de Deus na Terra para os Católicos o que quer dizer que Deus pensa o que ele disse... a levar a religião a sério, claro.

Boa tarde

mac disse...

Por a Europa e o Ocidente baixar tanto as calcinhas, é que as coisas estão no estado em que estão. A frase tem um contexto, fazia parte dum discurso académica contra a violência e o radicalismo. Muitos séculos se passaram e muita gente morreu a lutar pela liberdade de expressão. Vêm agora estes gajos pôr em causa algo que custou tanto a conquistar? Continuo a dizer, enquanto baixarmos sempre as calcinhas, sempre que o Islão abre a boca, isto não vai a lado nenhum.

RS disse...

Caro Pires,
Não querendo iniciar nenhum tipo de polémica do tipo "incendiário", Imagine o seguinte:

Os meus sogros são pessoas simples, do mundo rural, que acreditam piamente em Adão e Eva (não estou a brincar - é pior que os criacionistas dos EUA! - adiante).
Sabendo eu das suas raízes culturais e conhecendo a fundo as origens das suas crenças, imagine que me dedicava a matraqueá-los com Darwin a cada vez que o assunto surgia.
O resultado seria a perda da sua amizade e uma escolha difícil para a minha esposa (namoramos vários anos, antes de casar).
Desde então, já conversámos algumas vezes sobre o assunto e, calmamente, sem pretender ser mais do que eles, exponho as minhas ideias sem ir demasiado longe - chegando a omitir certas linhas de pensamento que me conduziriam ao "livrinho negro" que todos os sogros têm.

Está a ver onde quero chegar.
Todos os dias, e há muitos anos, os mais diversos historiadores e teólogos têm confrontado o Islão com a sua forma de interferir nos assuntos do Estado e de confundir Sharia com Direito. Nunca se viu nada como a reacção que agora vemos às palavras do Papa. Precisamente (e apenas!) porque é o Papa. Ratzinger não pode vestir e despir as vestes de representante máximo da "cristandade" quando lhe apetece. Ele está proibído de falar como o "teólogo Ratzinger", seja no Vaticano, numa Universidade ou mo meio da rua. Isso acabou quando aceitou a escolha que fizeram os Cardeais.

E não podemos julgar a resposta dos islamitas (sem dúvida instigados pelos mais radicais, para os quais estas gaffes são pão para a boca) pela nossa forma de ver o mundo.
Imagine que eu fazia o mesmo com os meus sogros.

Um forte abraço,
RS

André disse...

Interessante análise sobre a citação do papa. Não cheguei a ler o discurso, mas imagino que frases retiradas do contexto podem distorcer a mensagem que Bento XVI pregava. Mas dado o histórico de outros posicionamentos do papa, não me surpreenderia que a citação tivesse alguma crítica não só aos fundamentalistas, mas ao Islã. Em todo caso, a defesa da liberdade não só européia, mas mundial, é louvável e necessária para que não voltemos ao obscurantismo religioso e autoritário. Achei engraçada a crítica que fez à esquerda radical.. aqui no Brasil também há vários intelectuais com a Síndrome de Estocolmo.

Maite disse...

Caro PiresF

Eu sou católica e praticante mas penso que as palavras do Papa não trouxeram nada de positivo e revelaram uma enorme falta de diplomacia para o mais alto representante de um estado para não falar do diálogo ecuménico defendido pela Igreja Católica (que João Paulo II tanto tentou pôr em prática e penso que conseguiu) e que Ratzinger pôs em questão naquela infeliz citação. Como alguém aqui já disse: "um Papa não pode despir as vestes de Papa quando lhe apetece". Tem responsabilidades acrescidas.
Como escreveu Rui Machete e com quem eu estou plenamente de acordo. "A luta contra o terrorismo só se ganha a médio prazo, erradicando as suas causas principais: a frustação causada pelo subdesenvolvimento eonómico e social, a debilidade da sociedade civil face ao poder teológico-político nos países do mundo árabe, a elevação do estatuto da mulher muçulmana e a solução do conflito israelo-árabe em termos duradouros".

Boa tarde para si :)

José Pires F. disse...

A actual campanha de ódio contra Bento XVI deixa-me estupefacto, devido ao fanatismo e ignorância das palavras proferidas na conferência de Ratisbona.
Segundo Bento XVI, a fé não é separável da razão e neste caso, é de razão que se trata.

Posto isto, agradecendo os comentários do Sabr, do Kaos, do Mac e do André e também com os melhores agradecimentos, mas em resposta aos comentários da Zalinha, da Teresa Durães, do Rui Semblano e da Maite, comentários que muito prezo e que desde já informo não entender qualquer deles como polémico do tipo “incendiário”, mas salutarmente polémicos, junto ao que já disse no post, o seguinte:

1 - Na conferência sobre fé e razão, que decorreu na Universidade de Regensburg, o “pecado” de Bento XVI, foi ter-se esquecido que é Papa e ter vestido a pele de Ratzinger no seu papel de universitário, falando para uma corporação de que fez parte e no seu dialecto, ou, nas palavras do Rui Semblano, “como o teólogo Ratzinger”.

2 - Não pediu desculpa, nem podia pedir, limitando-se e muito bem, a lamentar o equívoco que deu origem a estas reacções, garantindo que o texto medieval que citou durante a conferência, não representava a sua opinião pessoal e justifico; não podia pedir, visto o incidente ter sido fabricado pelo fanatismo e pela ignorância, já que, Bento XVI termina a sua intervenção, incitando com sensatez, o uso da razão no diálogo de culturas.

3 - Esclarecido este ponto, dizer que o Papa não pensou nas consequências por ser um simples mortal, que é, ou dizer que o Papa provocou um tsunami e tem de emendar o que disse, só seria razoável, se o que disse fosse uma mentira infeliz que não foi e o lamento de Bento XVI não ter sido bem acolhido pelos líderes muçulmanos moderados, que foi.

4 - Terão os muçulmanos devido à falta de diálogo argumentativo, pelo simples facto de acharem que a nossa argumentação os ofende, autoridade moral, ou quiçá outra qualquer que não seja proveniente do fanatismo alarve e exacerbado, da "jihad" (guerra santa) que os faz queimar as ruas por causa de uma frase e, com isso, amordaçar a liberdade de expressão condescendente do Ocidente, quando algo não lhes agrada?

5 - Terá o Ocidente de continuar aterrorizado com tudo o que diz, escreve, cita ou desenha, devido à intransigência do grande papão islamista, radical e violento, que se esconde atrás da religião e que ao longo dos tempos tem sido mais um factor de guerra do que de paz?

Acho que não!

Um grande abraço.

RS disse...

Caro Pires,

O que afirmas no ponto 1 do teu último comentário invalida os restantes, por precedência e consequência.
Ou seja:
"(...) o “pecado” de Bento XVI, foi ter-se esquecido que é Papa e ter vestido a pele de Ratzinger no seu papel de universitário (...)"

Não pode.
João Paulo II jamais cometeu erro semelhante (e o seu ecumenismo era sincero - Ratzinger era o Supremo guardião da fé, e nisto de fé não há equívocos, já dizia S. João "quem não for por nós é contra nós!").

Como alguém disse na blogosfera (não me recordo onde o li), Ratzinger revelou-se o maior erro de casting da Igreja, e acrescento eu, pelo menos nos últimos 100 anos! (João Paulo I foi outro, mas por razões opostas, e foi corrigido prontamente).

Grande abraço!
RS

nota:
A ver se te envio as propostas do logo durante esta semana! :)

José Pires F. disse...

Beatriz!

Acredita que é um enorme prazer ver-te por aqui.

Dizes: “Sabia que este tema seria aqui contemplado... Porque será? :)”

Tu, talvez por neste caso estarmos em sintonia, entendes-te o que quis dizer.
Bota ridículo nisso.

Grande abraço.
………………………………..


Caro Rui Semblano!

Dizes que o ponto 1 do meu comentário invalida os restantes, por precedência e consequência.

Não creio. E é, penso eu, exactamente pela precedência, que Bento XVI se apressa a lamentar o equívoco, como refiro no ponto 2 do comentário, tendo ainda hoje, voltado a lamentar.

Concordo que Bento XVI tem de redobrar cuidados sempre que fala. Por um lado devido à sua posição no mundo e por outro, devido ao fanatismo alarve, exacerbado, intransigente e ignorante do papão islamista.

Sobre as comparações com João Paulo II vais desculpar-me, mas não vejo qual o interesse nessa via de diálogo no caso presente, essa é uma outra e porventura interessante conversa, mas neste momento, considero um erro desvirtuar o sentido da discussão, porque o que está em causa não é o Papa, mas sim a fabricação de um incidente com o aproveitamento fanático e ignorante da intervenção de Bento XVI.

Como alguém disse e também não me lembro onde, por muito que custe ao islão, a conferência de Ratisbona, reafirmou a essência do cristianismo.

Grande abraço.

PS: sobre o logo (excelente noticia), como compreenderás, fico desde já e ansiosamente à espera.

Teresa Durães disse...

Boa noite

Posso ter sido violenta na minha forma de expressar mas não sei se estarei de total acordo consigo.

A verdade tem sempre muitas faces e o Papa representa Deus na Terra para a Igreja de Roma e todos que a seguem. Sempre que fala o fanatismo alarve, exacerbado, intransigente e ignorante de muitos católicos que andam por aí também cresce.

E é nisso que o Papa tem de pensar.

CORCUNDA disse...

E teremos que impor o nosso Estado de Direito e a nossa Liberdade a quem não concorda com ela e não a quer?! E será que o tal Direito e Liberdade faz sentido em todos os casos e em alguns não passará apenas de processos de intenção?

Lord of Erewhon disse...

Eu bem disse... o Papa perdeu uma boa oportunidade para estar calado... Mas isto só se aplicaria se não o tivesse feito e dito intencionalmente... e fê-lo!
O anterior tinha dois sonhos: «limpar» o comunismo do mundo e casar com a nossa senhora de Fátima... este sonha com Cruzadas e em ser um imperador bizantino!

José Pires F. disse...

Teresa Durães!

Não considerei em parte alguma o seu comentário violento, não sou susceptível, a ponto de, considerar algumas palavras mais cruas, de violentas e se fosse, o melhor que tinha a fazer era não me meter nestas “discussões”.

Quanto a este teu comentário; direi que os católicos sabem que as “ovelhas ranhosas” estão em todo o lado, mas não chegam ao ponto de queimar ruas e muito menos ameaçar de degola os que no século XXI pensam diferente. Os católicos têm evidentemente o direito à indignação, mas fazem-no em diálogo argumentativo, o tempo das cruzadas já lá vai.


Repito o que disse no comentário anterior em resposta ao Rui Semblano:

“Concordo que Bento XVI tem de redobrar cuidados sempre que fala. Por um lado devido à sua posição no mundo e por outro, devido ao fanatismo alarve, exacerbado, intransigente e ignorante do papão islamista.”

Grande abraço.

…………………………….

Mentecapto!

Mas quem é que disse isso?

O que eu disse foi: “…o ocidente, tivesse finalmente a coragem de assumir a defesa do nosso Estado de Direito e da nossa liberdade”.
E disse-o, no contexto, de não podermos continuar reféns dos fundamentalistas, sabendo que, o Estado de Direito e a liberdade, não são perfeitos, mas acontece, que é dentro destes princípios que os ocidentais querem viver.

Atenta que no ponto 3 do meu primeiro comentário, faço referência à aceitação pelos líderes muçulmanos moderados, do lamento de Bento XVI.
Porque o problema não vem da corrente muçulmana moderada e sim dos fanáticos, que por tudo e por nada nos ameaçam com a "jihad".

Um abraço.
………………………

Lord of Erewhon!

Grande é o prazer de te rever nesta casa e devido a factores vários, há muito que não passo na tua, o que fica agendado desde já.

Quanto ao teu comentário: Pensando que te conheço, direi, que como piada não está nada mal.

Grande abraço.

Cecília Longo disse...

Depois do teu post e dos comentarios apenas me vem à ideia:

os amores e os odios, a paz e a guerra....sempre infestaram as civilizações.

As cruzadas agora são para o dito ocidente .....tb.

bj

Rui Martins disse...

mas o pires tem mesmo a certeza da paternidade destes "comunicados" que surgem sempre em altura tão convenientes para certos interesses activamente interessados na inflamação do relacionamento Oriente-Ocidente?... Eu cada vez desconfio mais deles... Especialmente deste... A guerra na Chechénia corre muito mal para os fundamentalistas e estes sabem disso... Como mencioná-lo assim tão explicitamente num comunicado real?

"Alá ajudará os muçulmanos a reconquistar Roma."

reconquistar é presumir que antes... já se conquistou... Roma? alguém com real peso na hierarquia da Al Qaeda diria uma tal barbaridade?

"Que Alá permita que os degolemos e faça dos seus descendentes e do seu dinheiro a recompensa dos mujahedines"

e este discurso... os "seus descendentes"? Ao Islão, mesmo ao mais radical não repugna nada converter estes "descendentes"...

francamente se este discurso veio de um radical muçulmano (improvável mas não impossível) veio de alguém isolado e desigado da "Base", nunca de alguém de dentro da Al Qaeda, tal como nos foi vendido pelos sempre servis Media.

Paulo disse...

Vós, senhor, sabíeis o que eu sofria! « Sciebas qui patiebar»...esqueci-me que a verdade é uma coisa e a verdade declarada é outra....não sou um papa digno....
Mas a minha verdade é esta:torcer-lhes o pescoço, o seu pescoço de rola, e arremassá-los para longe.
Um Papa não têm liberdade de expressão, porquê..Senhor....

Sorry
Abraço
Paulo

José Pires F. disse...

Cila!

Pois...

Um abraço.
.....................................

Rui Martins!

Se tenho a certeza da paternidade do comunicado?

Claro que não, mas isso, não impede que acredite com uma percentagem elevada de credibilidade na notícia que li. Seria o mesmo, que negar as manifestações nas ruas de Londres onde se pediu a execução do Papa, conforme notícia de hoje do Daily Mail com fotografia e tudo.

Toma lá o endereço:

http://www.dailymail.co.uk/pages/live/articles/news/news.html?in_article_id=405622&in_page_id=1770

Grande abraço.
...................................

Sabr!

Pois é. Também estou convencido disso.

Abraço
..............................

Paulo Sempre!

Hmmm... Pescoço de rola? Isso é um termo elogioso...

Abraço.
............................

Manoel Carlos!

E se todos seguissem esse princípio, muitas guerras se evitariam.

Grande abraço e obrigado.

Teresa Durães disse...

Caro PiresF: Lembro-me de católicos incendiarem cinemas por coisas menores e não há muito tempo (por causa daquele livro famoso cujo nome não me lembro)

Sou ateia e respeito ambas as religiões, sei que os líderes adoram manipular (religião, política, name it). O Papa não é parvo. Pergunto o que quis atingir.

Foi conveniente. Demasiado...

hum....

(a sua observação no meu canto parecia "não têm pão, comam brioches", com a história de chegar cedo ou tarde ao emprego...)

Teresa Durães disse...

Não levo, não, estranhei somente.

(por mim tinha ficado em casa!)

Boa tarde

mac disse...

"E teremos que impor o nosso Estado de Direito e a nossa Liberdade a quem não concorda com ela e não a quer?!" E teremos nós de aceitar a filosofia e o modo de vida do Islão? Toda a gente sabe que as religiões sempre serviram de desculpa para fazer guerra, e que os líderes dos vários países, sempre souberam camuflar os seus interesses económicos com o fanatismo religioso.

Nós, ocidentais, demorámos centenas de anos para que finalmente o Estado fosse laico, que não se confudisse com a religião (e mesmo assim, quando foi o referendo do aborto, foi o que se viu). Provavelmente os islamitas vão demorar outro tanto para que a maneira de pensar mude.

Mas deveremos nós ficar reféns da sua forma radical de olhar o mundo? Se querem que nós respeitemos o seu modo de vida e os seus valores, eles também têm de respeitar os nossos valores. E a liberdade de expressão constitui um dos expoentes máximos desses valores. Tivemos a Inquisição, tivemos ditaduras em vários estados europeus, tivemos polícias políticas, que controlavam a nossa maneira de pensar, falar, agir. Não me digam que todas as lutas travadas ao longo dos séculos para nos livrarmos do jugo da opressão foi em vão?

Vanda disse...

Antes da partida para o Algarve, fui aviar-me à Fnac...


um deles, até vos aconselho:

A crise do Islão, Guerra Santa e Terror Impio do Bernard Lewis...

afinal, somos todos tão parecidos!

Pessoalmente, critico a impulsividade e inconsciencia do Papa.

Um beijo

Vanda

Parrot disse...

Caro Piresf,

Comungo da tua opinião e de muito do que aqui foi dito, apenas deixar algumas notas soltas:

1)- Dizem que a História sempre se repete....em épocas diferentes (uns tb dizem que da primeira vez como comédia e da segunda como tragédia). As cruzadas de antigamente são as mesmas das de hoje. O que mudou, possivelmente a forma de encarar a tolerância (estados diferentes de evolução do fenómeno religioso).
2)- A Igreja não de Deus, mas sim de Homens (pelo menos é assim que vejo a coisa). O Papa não é homem? Não se pode equivocar?
3)- Papa pedir desculpa? Pk? Por ter feito uma citação infeliz (poderia ser evitada) e que foi retirada fora do contexto (ver o enquadramento das declarações).
4)- Não confundir, e deveremos ter presente, que os radicais são uma parte e não um todo....fazem é muito barulho.
5)- Não nos iludamos....isto ainda nem se quer começou, existem rastilhos prontos a começarem a arder....a qualquer momento.
6)- Clima do medo....é uma boa táctica....que não se tem a coragem de enfrentar...nós os católicos, confundimos fraternidade com resignação e calamo-nos....é mais cómodo.

Grande abraço
Gosto em "rever-te"

Paulo disse...

Obrigado pela visita e comentário.

Segundo os chiitas, os sete grandes profetas bíblicos passaram o Imamado (liderança) ao sucessor : Adam a Set; Noé a Sam; Abraão, a Ismael; Moisés, a Aron e, depois da morte deste, a Josué; Davide a Salomão; Jesus, a Simão Pedro e Mohamed a Ali. O número Sete corresponde ao das Esferas Planetária .Segundo um Hadith chiita, o profeta do Islão também lembrou aos seus que não houve profeta bíblico que tivesse sido traído pelo seu povo e que também no futuro o seu próprio povo trairia o pacto de fidelidade com aquele que ele instituiu como seu herdeiro espiritual..

Essa traição não tardará...Bento XVI será o último Papa de um ciclo...marcado por segredos, mentiras e especulações.

Um abraço
Paulo

José Pires F. disse...

Resposta para os amigos que continuam a não querer ver a luz e correndo o risco de ser politicamente incorrecto, vou tentar ser o mais claro possível.


1 - O tema da conferência era: “Fé, Razão e a Universidade. Memórias e Reflexões”.

2 - Bento XVI, abordou a temática da relação entre religião e violência e num discurso de 3900 palavras, proferiu 28 que foram retiradas do contexto.

3 – O diálogo (uma breve citação, já aqui reproduzida) utilizado como ilustração de um argumento por Bento XVI, decorre em 1391 entre o imperador bizantino Manuel II Paleólogo e um persa e tem a ver com a fé na Bíblia e no Corão.

4 – Aquelas 28 palavras desencadearam uma reacção furiosa dos radicais muçulmanos, que levou rapidamente a que algumas igrejas católicas fossem assaltadas, na Palestina 7 foram incendiadas, foram lançadas ameaças de ataques a Roma e ao Vaticano, 1 freira italiana foi assassinada na Somália, manifestações em Londres pediram a execução do Papa, chamaram-no de “cão dos cruzados” e foi acusado de conspirar com o “Grande Satanás” (Bush) para uma cruzada.

5 – Enquanto isto (que não é pouco e ataca todo o mundo católico), o Papa numa atitude apaziguadora e humilde, lamenta a interpretação das suas palavras, explica que se tratava de uma citação de um texto medieval e que não exprime de forma alguma o seu pensamento e demonstra profunda consternação com as reacções que se seguiram.

Porém e como católico, concluo:

a) – Alguns ocidentais, conseguiram ver nas palavras do Papa, a firme intenção de afrontar o mundo muçulmano, ou seja, conseguiram ir além das palavras que leram, descobrindo nelas intenções malévolas e ocultas.

b) – Parece ponto assente para alguns ocidentais, que alguém com responsabilidade política ou religiosa, está proibido de fazer considerações sobre o islão. Isso é uma temática reservada aos muçulmanos, assim como, a de criticarem o Ocidente e o cristianismo, quando bem lhes aprouver.

c) – Os ocidentais, devem banir do seu léxico os termos “terrorismo islâmico” e “terrorismo suicida” mesmo quando lhe metem uma bomba debaixo do banco no comboio, porque esses actos são deveres religiosos.

d) – Fica esclarecido que o islão nunca teve nem tem, relação com a violência. Isso é uma mentira do Ocidente, o que tem são as “jihad” (guerras santas), coisa substancialmente diferente.

Anónimo disse...

Guerras santas. Existe isso? peço desculpa pela minha ignorância. Ai este mundo, este mundo que anda louco.
Beijinhos