Energia Nuclear


A gasolina a €1,2 é um absurdo! O gasóleo está a €0,975 e se a seca continuar vai ser o bom e o bonito, as centrais hidroeléctricas começarão a ver diminuída a sua operacionalidade, logo, como as termoeléctricas dependem do petróleo e se supõe que por este andar daqui a dois anos o petróleo terá tido um agravamento perto dos 100%, que vamos nós fazer?

A energia eólica, uma das bandeiras do Sócrates e muito bem, ainda está a dar os primeiros passos e quanto a mim terão de ser feitos estudos tomando como referência a pioneira Dinamarca, que está agora a construir os seus parques no mar e que já conta com uma contribuição de 12% da energia elétrica total produzida

Mas será que isto chega?

Vem este post a propósito de começarmos a ver proliferar com grande velocidade a opinião favorável das centrais nucleares. Eu que sempre fui contra, pois até hoje ainda não vi que tenhamos solução para os resíduos e que esse é um enorme problema, começo a ficar tentado por esta solução.

A Espanha que apostou nas energias alternativas antes de nós, tem as suas centrais a poucas horas do nosso território, logo, têem eficácia energética e nós continuamos a ser os eternos tugas pacóvios que gostamos de pensar como ecologistas e quando dermos conta estamos quilhados. Por este caminho, a já pouca competitividade do nosso país tenderá a desaparecer e não faltará muito para termos os nossos agricultores falidos, os pescadores idem e todos nós tramados.

Por muito que me custe, vou ter de abandonar ideias ecológicas enraizadas para dar lugar à inteligência e ao pragmatismo. Os meios tecnológicos de hoje não se comparam aos de ontem, o avanço, a acreditar nos defensores do nuclear é notório, logo, porque não estar aberto à discussão? Eu já estou.

7 comentários:

Anónimo disse...

Embora tenha começado como ardente detractor da energia nuclear nos últimos anos evoluí (sic) para a posição oposta.

O grande argumento contra é de que os riscos são simplesmente demasiado grandes para serem suportados, mas, sejamos sinceros, quantos incidentes houve desde a descoberta da EN? Um. Em Chernobyl. E para este acontecer tiveram que ser reunidas muitas condições raras: desde um reactor mal mantido, uma sucessão de erros humanos, erros técnicos de concepção, etc.

A EN é uma solução, mas uma solução de transição para o problema da energia que só pode encontrar solução definitiva e renovável na Fusão (fria ou quente).

José Cartaxo disse...

É verdade que será preciso fazer qualquer coisa até que possamos ter energia limpa e barata proveniente da fusão nuclear, mas não me parece que os resíduos e os riscos exponenciais duma central nuclear na sua fase terminal sejam questões desprezíveis. Tal como também não me parece que a falta de competitividade da economia nacional se resolva baixando o preço da electricidade ou que isso seja, sequer, um factor de peso.
Pelo que li, o plano do Governo para as energias alternativas pouco mais longe vai do que as boas intenções. Se as coisas continuarem a evoluir ao ritmo do actual plano, talvez lá para o final do século se possa falar a sério de energias alternativas em Portugal.
Ainda quanto às centrais nucleares existentes, Chernobyl foi o acidente mais grave, mas não o único. Desde o de Three Mile Island (EUA, 1979), até toda uma série de pequenos acidentes, um pouco por todo o mundo, cujos efeitos têm sido minimizados pelos respectivos governos. Mas ainda que o de Chernobyl tivesse sido o único, já imaginaram a sua real dimensão? É que os seus efeitos ultrapassaram em muito o território da Ucrânia... E apenas se noticiaram os imediatos. Então e os que se verificam a prazo?
Entre ter electricidade mais barata e correr os riscos inerentes às centrais nucleares actuais, prefiro pagar apenas os custos financeiros, a arriscar-me a pagar, além desses, outros imensamente mais pesados.

José Pires F. disse...

Na verdade, sendo este post subordinado ao tema da energia nuclear, quando falo do problema da nossa competitividade, não me estava só a referir à energia nuclear, mas sim ás energias alternativas em geral, como a solar a eólica etc. (aqui fica o reparo) Isto porque, enquanto dependentes quase na totalidade dos cartéis do petróleo, excepto nas centrais hidroeléctricas que a seca se encarregará de por a meio gás e nos pequenos parques eólicos existentes, muito difícil será, conseguir que um governo debilitado economicamente como o nosso, possa continuar no futuro a subsidiar os transportes públicos e o combustível para a agricultura e pescas que segundo o meu ponto de vista será necessário. Logo, as energias alternativas, todas elas, serão de extrema importância para o futuro da nossa independência.
Sabendo eu que a Dinamarca pioneira da energia eólica, ainda só consegue produzir 12% (eólica) da energia que consome e que o governo Sócrates a única bandeira que hasteia é essa sem qualquer outra perspectiva ou ideia para o futuro próximo e sabendo nós que a produção de energia eólica é para consumo imediato, temos como é evidente que começar a pensar noutras alternativas, daí a energia nuclear.

Os resíduos são de facto o grande problema desta solução, sendo altamente radioactivos e letais, mantêm-se perigosos durante milhares de anos, dizem alguns que o volume é reduzido, pois uma central normal (típica) que produza 1000MW de electricidade, “só” produz 2 m3 de resíduos por ano e que já existem soluções de armazenamento tais como a fundição dos mesmos criando cilindros de vidro que posteriormente serão enterrados a grande profundidade, existindo já na França em Marcoule, uma instalação que utiliza este processo desde 1978.

Na realidade, eu também continuo com dúvidas, mas actualmente ao contrário do que me acontecia, estou disposto a discutir o problema, e por isso é que disse estar aberto à discussão, ela aí está e ainda bem.

José Cartaxo disse...

O facto de ser, em princípio, contra a produção de energia com recurso à fissão nuclear não significa que não esteja aberto à discussão. :) Acontece é que os riscos duma tal solução têm sido, desde sempre, mal avaliados e os critérios que têm prevalecido são os meramente económicos. Por isso, quando se invoca a economia para justificar esse caminho, eu fico sempre de pé atrás...
O que me preocupa não são os resíduos provenientes das centrais, para os quais existem soluções. Mas sim o risco de acidentes, que aumenta à medida que uma central se aproxima do final do seu ciclo de vida.
Como o pf diz - e bem - existem várias outras soluções no campo das energias alternativas e o nosso país até tem uma situação geográfica privilegiada, no que respeita a algumas delas (sol e mar, por exemplo).

José Pires F. disse...

Energia nuclear

Num longo artigo, o Finantial Times analisa o renascimento do interesse pela energia nuclear, devido à subida dos combustíveis, à necessidade de limitar a emissão de gases com efeitos de estufa, e ao desenvolvimento de reactores mais seguros e eficientes.
Em Portugal, a recente proposta de um conhecido empresário foi recebida com frieza e por uma espécie de conspiração de silêncio. Num País tão dependente de energia como Portugal, a questão do nuclear não deveria ser um tabu. Como aqui já se defendeu há meses, talvez seja tempo de começar a discutir o assunto.

Proposta feita hoje por Vital Moreira no Causa Nossa

http://causa-nossa.blogspot.com/

Anónimo disse...

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