Será que o ditador Musharraf já pode dormir tranquilo?


Quando há dois meses atrás, Benazir Bhutto, regressa do exílio como líder da oposição e disposta a enfrentar nas urnas o general Musharraf, lutar contra a ditadura e combater os radicais islâmicos, assina a sua sentença de morte.

Marcada para morrer pelos radicais, que ela identifica como partidários do antigo regime militar do general Mohamad Zia ul-Haq, escapa ao primeiro atentado que provoca centena e meia de mortes, para denunciar o aumento da violência dos extremistas fanáticos no Paquistão e as madrassas (escolas religiosas islâmicas) de formarem terroristas, ensinando os alunos a fazer bombas e usarem espingardas, com a complacência do governo de Musharraf.

Benazir Bhutto, filha do primeiro-ministro Zulfikar Ali Bhutto deposto em 1977 pelo golpe militar do general Zia ul-Haq e que viria a ser posteriormente executado em 1979, foi primeira-ministra do Paquistão duas vezes (1988-1990 e 1993-1996), sem que tivesse conseguido completar qualquer dos mandatos.
Destituída por alegados processos de corrupção, má gestão económica, mortes extrajudiciais de presos e acusada juntamente com o seu marido de desvios de fundos públicos, parte mais uma vez para o exílio de onde regressa em outubro, oito anos depois, para ser assassinada hoje (13:16 hora de Lisboa), a tiro, por um suicida que de seguida se fez explodir matando mais vinte pessoas.

Depois do pai, da mãe e dos irmãos, chegou agora, violentamente, o fim da vida da primeira mulher eleita primeira-ministra num país islâmico.
Talvez se tenha também liquidado a última e precária opção democrática do Paquistão, e esperemos que não sobrem só as opções violentas tão ao gosto dos extremistas islâmicos que, podem abrir as portas à guerra civil num país que possui armas nucleares.

12 comentários:

mac disse...

E assim morreu mais um pilar da democracia...

SILÊNCIO CULPADO disse...

O terrorismo é a face mais hedionda e cobarde da violência.
O fundamentalismo islâmico causa-me arripios porém é necessário encontrar uma solução pacífica que conduza à democracia. Mesmo no meio da morte e dos destroços.

isabel mendes ferreira disse...

a coragem quase sempre tem um preço: A morte!


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a lâmina.


______________.


o inverno longo.



_________________.

abraço.

Unknown disse...

E a paz fica... cada vez mais longe.

Lamentável ver essa guerra :(

Democracia perdeu, novamente tudo manchado de sangue...

:(

[s]s

José Pires F. disse...

Mac!

Que a democracia ficou a perder com este assassinato, não temos dúvida alguma, mas considerar Benazir Bhutto um pilar da democracia…

Lê isto:
http://static.publico.clix.pt/docs/internacional/asDuasFaces_benazirBhutto.pdf


Abraço.

Anónimo disse...

Eu não ia muito com a senhora... Fazia-me lembrar uma outra personagem feminina cá do burgo... Mas é lamentável, claro. E mais lamentável ainda será o turbilhão que me parece vir a caminho do Paquistão, após este assassinato. A morte em si está mal contada, parece-me.
Uma coisa é certa: por muito mau que o general Musharraf seja, ele é actualmente a única barreira a mais um país governado pelo fundamentalismo. E tem o apoio dos US, mesmo que estes o neguem e lhe deem reprimendas.
Por vezes dá jeito um punho de ferro, quando a alternativa é um punho de sangue...

Abraço!

Madalena disse...

No fim de tudo isto sobra-me uma ideia em que acredito, nenhuma destas repugnantes gentes que parasitam o mundo, sejam políticos ou não - gentes do mal- não conseh«guem dormir tranquilos. Têm medo.

Abraço e votos de Melhor Ano

Desambientado disse...

Traga para 2008, tudo o que de bom tem para dar:

Traga árvores p’ra plantar,
Consciências p’ra despertar,
Almas p’ra consolar,
E vidas para cuidar.

Traga champanhe fresquinho,
Por ser chique esse vinho
E fazer-nos acreditar,
Que o mundo ainda vai mudar.

Feliz 2008.

Félix

SILÊNCIO CULPADO disse...

Espreitador
A terminar o ano de 2007 quero agradecer-te a pessoa que és e que me tem visitado e deixado mensagens de valor inestimável.
Que o Novo Ano de 2008 te traga tudo o que desejares
Beijinhos

Era uma vez um Girassol disse...

A violencia, fanatismo, intolerancia venceram, infelizmente!
Mais uma batalha perdida no caminho da democracia...
desculpa estar a escrever sem acentos...
Bjs

Francisco o Pensador disse...

Acredito que a morte de Benazir Bhutto não tenha sido em vão.
O facto de ela ter regressado do exílio para enfrentar o general Musharraf nas urnas,desafiando os poderes instituidos, combatendo os fundamentalistas e lutando contra a ditadura,mesmo sabendo que isso representaria a sua sentença de morte...acabou,com a sua morte,por fazer dela uma martír.

E todos sabemos que nos países musulmanos,os "martíres" são quase tão importantes como os deuses...
Ás vezes até são mais!

A benazir Bhutto teve a coragem de se afirmar num mundo fanático,desprezando todas as ameaças que lhe foram feitas e não temeu o poder dos seus rivais e inimigos.
Na verdade,até acho que ela já sabia que ía morrer e quis dar uma lição ao mundo islámico.

Se ela não era um pilar da democracia,era seguramente um pilar da liberdade.

SEMPRE disse...

Para vencer é preciso acreditar. E é preciso acreditar com força e sentir que há outras sensibilidades que nos reforçam. Acredito, solidarizo-me e luto para que situações de injustiça social sejam erradicadas. E é com essa força que te digo: o Ano de 2008 vai ser melhor e gratificante para ti nas suas compensações. Bom Ano de 2008!..