Direito ao contraditório.

Aqui há uns anos, havia na RTP um programa do José Nuno Martins – estávamos ainda no tempo do vinil – em que este, após alguma pesquisa pelo mercado discográfico, brindava-nos com algumas novidades, das quais, permitia que ouvíssemos um pouco e de seguida sancionava à martelada, reduzindo a cacos, aquilo que achava não ter qualidade para ser ouvido.
Evidentemente o programa não demorou a ser cancelado, outros valores se levantaram, talvez o poder do mercado discográfico.

Outro exemplo: Existem várias revistas, programas de televisão, rádio e jornais a promoverem tudo o que é carro. Não existe um só programa, revista, jornal, ou uma só voz, a denunciar os que são maus.

Antes como agora, continuamos a assistir à promoção de toda a pimbalhada, das mais variadas formas: nos jornais, nas revistas, nas televisões, e em algumas rádios, sendo inclusive um dos programas de maior audiência da SIC – o do Herman José – o maior veiculo de promoção que estes têm.

Nem uma só voz dos media, se levanta contra o insulto da produção maciça de má música, quanto muito, algumas rádios fazem-no pela omissão da dita, o que teremos de considerar já não ser mau. Com os carros, é exactamente o mesmo, ficamos até convencidos que serão todos bons. Serão? Não, como se constata no dia-a-dia, e nos sai do bolso, por termos acreditado na propaganda que os media no impingiram.

Alguns poderão dizer que isso de considerar esta ou aquela má música, este ou aquele mau carro é uma questão de opinião. Exactamente.
Gostaríamos era de ver a opinião contrária, ter voz nas mesmas circunstâncias, e é isso que os donos do capital não deixam que se faça.

4 comentários:

José Cartaxo disse...

É a massificação, a democracia que temos. O que conta são as audiências, as aparências. Os valores tornam-se em algo de subjectivo, relativizado ao sujeito, e são colocados ao mesmo nível de tudo o resto que os não possui.

Um abraço.

Anónimo disse...

Os donos do Capital querem é audiências e acham que o papel da TV não é o de educar as massas, mas o de as embrutecer. Especialmente se isso as tornar mais teledependentes.

José Pires F. disse...

E não vemos jeitos de isso mudar, a palavra de ordem é a massificassão, como diz o Zedtee, tendo como objectivo a dependência total das massas embrutecidas.

Anónimo disse...

Excellent, love it! » » »