Reviver e pensar o Maio de 68, 40 anos depois


Será que resta alguma coisa, do tempo dos que se revoltaram contra o stato quo do poder estabelecido?

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Como nota e tentando sacar metade do ridículo a um post que pouco diz, uma cândida curiosidade que pode parecer uma piadola sem graça.

Começa a fervilhar uma polémica, de pouca arte diga-se, entre ingleses e espanhóis, que remonta a 1968. Tem a ver com um documentário da Jornalista, Montse Fernández, sobre o impacto que o Maio de 68 teve em Espanha e que será exibido na próxima sexta-feira, no canal, La Sexta.
Em Inglaterra, e sem aquelas entrelinhas que até apertam o coração, com base numa curta declaração de José María Iñigo, que ao tempo era apresentador da TVE, e afirma no tal documentário que, à Espanha, “interessava muito vencer o Festival da Eurovisão para ter algum nome” e que, sob ordens de Franco, responsáveis da TVE e de editoras espanholas, teriam viajado pela Europa com o fito de comprometer o voto dos responsáveis, prometendo-lhes a compra de séries e edição de discos de vários cantores, que nunca viriam a ser emitidos ou distribuídos, quando, os ingleses, nesse ano depositavam grandes esperanças no Cliff Richard e na canção Congratulations para vencer o festival. O Guardian e o The Sun, dando mostras de uma inexcedível sede de polémica e reagindo à chincada da respectiva horta, já se levantam em acusações a Franco e aos espanhóis, por terem comprado a vitória da cantora Massiel, nomeando, o The Sun, directamente o alvo e sem grande refinamento técnico, dizendo que, o “líder fascista espanhol, General Franco, amanhou o voto”.

Embora este fait-diver seja lamentável é, de certo modo, divertido, porque se pressupõe que para os espanhóis, nada disto é imoral, quando muito, um pequeno incómodo. É por estas e outras (bem piores, bem piores, bem piores) que o povo português é sábio no dizer: “De Espanha, nem bons ventos nem bons casamentos”. E nós sabemos do que falamos. Generalizo, claro, conheço espanhóis, que nada têem de espanhóis.


Bem, vou continuar o que estava a fazer. Estou a ler como é que o Péricles conseguiu manter-se tanto tempo no poder, e, por causa disso, já ontem não vi a apresentação da candidatura do Sr. doutor Pedro Santana Lopes, à liderança do PPD/PSD e, talvez por isso, gostei muito.

4 comentários:

Nina disse...

Bem... Estou desinformada, hehe, mas eu acho que a história responde e afirma muitas coisas, não é?

Beijos, e saudades!

Anónimo disse...

caro piresf, venho numa missão especial convidá-lo para o lançamento do meu livro, amanhã, às 16 horas, na casa museu abel salazar, em são mamede infesta, no porto. gostava muito de assinar um exemplar para si. obrigada desde já pelo seu interesse e um abraço.

Manuel Veiga disse...

divertido, sem dúvida, o fascista Franco a amanhar o voto...

quanto ao resto, buáaaaaaa!

abraço

Oliver Pickwick disse...

"Generalizo, claro, conheço espanhóis, que nada têem de espanhóis".
Eu também! (rindo muito)
No piense en ir a Madrid en los próximos días, no? :)
Um abraço!

P.S.: No próximo, não será necessário o acento circunflexo do "têem".
Mas que fica estranho, não tenho a menor dúvida.

P.S2.: Como disse uma vez, seus comentários quase sempre complementam certos posts. Portanto, quando tiver algum tempo, agradeceria se lesse o meu post de título "O Ente", publicado antes do atual.
Estou "ensaiando" escrever contos de terror, e a sua opinião seria de grande importância.