A performance do nevoeiro.

Navegando à bolina pelos jornais da nossa televisão, deparo na insistência com que noticiam, casos de hospitais, escolas e demais repartições públicas em que, este segundo dia de greve teve adesões a rondar os oitenta, noventa e até, vejam lá, uns retumbantes cem porcento.

Os sindicatos reclamam uma adesão relevante e não abrem mão de uns oitenta por cento – mais coisa menos coisa – e, no polo oposto, o governo sintomático e miserabilista, não vai além dos doze - ou será catorze? -, bem, já me confundi, mas é escolher um número ao acaso que também não é importante, se tivermos em consideração que as greves que contam são as expontâneas e não as organizadas pelos sindicatos, como dizia no dia anterior, na sua já costumeira e megalómana arte dialéctica o Sr. Primeiro Ministro, embora, não tenha percebido se estava a referir-se às de combustão e a lançar-nos algum desafio.

Enfim… continuando, vamos lá para bingo.

Os funcionários públicos em particular e o restante espectro eleitoral em geral - excepto os que leram Freud -, ouvem, e para além de se interrogarem sobre o grau de escolaridade dos que escrevem as noticias em rodapé, acreditam que foi desta que criaram as paraolimpíadas da matemática.

Depois disto, entre a cirrose e o álcool, escolho o que me dá prazer.

24 comentários:

Lord of Erewhon disse...

Entre a cirrose e o álcool... não há grande escolha! :)

Abraço.

Fragmentos Betty Martins disse...

Olá Pires

Estou a:))))) o teu texto está o que se pode chamar um primor

Eu concordo plenamente contigo. Na hora de jornal, somos completamente metralhados - invadidos, por notícias verdadeiramente alucinantes!!!

Beijinhos com carinho
BomFsemana

Anónimo disse...

A questão aqui e que muita gente justifica a greve como uma falta qq justificada e isso faz descer drásticamente a percentagem da falta face ao argumento greve para os sindicatos.

Com justificações de consultas, dias de assistencia férias etc é uma forma de aderir a greve se sofrer alguma represália.

Portanto nem o governo nem os sindicatos deixam de ter razão. :)

Cumps!

Anónimo disse...

É amigo, cada um puxando a corda para um lado e no meio o povo a se enforcar...

Belo post, sempre consciente.

Bom fim de semana

[s]s

ROADRUNNER disse...

Álcool?

Nina disse...

Entre a cirrose e o álcool... Ficaste com a melhor parte...

:P

Beijos, saudades!

P.S.: Como sempre, indo direto ao ponto, percebendo o que há por trás...
Será que a gente um dia encontra o lugar da nossa felicidade?? Ou só percebe quando ele já ficou pra trás?

Som do Silêncio disse...

Prefiro o álcool!
:-)
Excelente post!

Kalinka disse...

CONVITE:

Vem hoje - domingo - para o Magusto.
Continuam as castanhas assadas à tua espera, nozes e figos secos também na mesa e, não poderia faltar a jeropiga.

Cá te espero. Beijokas.

mfc disse...

Nestas situações a minha escolha vai SEMPRE para quem menos tem e mais precisa.

Anónimo disse...

Entre a cirrose e o álcool? Hum... causa e feito! Mas enquanto não causa, venha o efeito! :)

Um grande abraço e um bom domingo!

Outsider disse...

Venha o alcool!!! Para a cirrose, temos tempo...
Um Abraço e bom Domingo.

Rui Martins disse...

confesso que ultimamente ando com pouca paciência para as desventuras da Função Pública... Talvez por causa das incertezas de futuro (próximo) em certa empresa que conhecemos, não sei, mas parece-me que a estabilidade e segurança no emprego também são uma forma de remuneração e que essas, são mais fortes no Estado do que em qualqur outra empresa. Por isso, e que me perdoem os meus amigos que trabalham no Estado, mas discordo genéricamente destas últimas manifs e greves gerais, especialmente daquelas que protestam contra a progressão automática de carreiras e contra a avaliação.

Cristina disse...

mainada! lool

beijocas

Teresa Durães disse...

entre mentiras e mentiras, o que interessa a meu ver é que o sr. ministro entenda (e entendeu) o desagrado. Não fura mas mói.

(não tenho sede de bloggar mas de escrever. se escrevo para aqui obriga-me ao exercício diário de não parar. Se paro a escrita não flui. Escrevo romances ainda não editados. Parar também nada teve com isto aqui, foi pessoal, mas escrevi)

Boa noite e boa semana

Teresa Durães disse...

P.S. Não faço diários embora muitos pensem que sim eheheheh por vezes são apenas exercícios de escrita; variações de um tema.

Mas se digo, duvidam por isso deixo ao gosto de cada um para intrepertar como queira

Anónimo disse...

Olha, eu escolho não ouvir jornais!... :))))
O primor da escrita a que nos habituaste.
Grande abraço

Cecília Longo disse...

ola
a manipulação dos números ....continua a ser uma tactica.... mas serve a quem?

È que a diferença é redundante...LOL

Suponho que um bom explicador de matematica deveria ser convocado para o conselho de ministros
beijokas

Anónimo disse...

Olá Caro Pires,

Estou de volta...
Eu Ficaria sem o álcool pois cara limpa sempre é mais fácil! he he he he he...

Abração!!

Anónimo disse...

A greve para mim foi de 0,1% ou 0.99%... posso publicar?

A verdade é que nunca mostram os dados os cálculos de base... Efim... entre a cirrose e o álcool... (esta é boa)

um abraço

Anónimo disse...

Greve? Sindicatos? Tô fora!! (rs*)
Boa semana! Beijus

Mocho Falante disse...

ora pois...eu sou dos que leu Freud mas mesmo assim me interrogo!!!!!

Mais um post brilhante

abraços

Anónimo disse...

E eu tenho saudades de ler coisas novas na tua "outra casa".

Bjs :)

M

Era uma vez um Girassol disse...

E eu fiz greve porque sou coerente , apesar de levar um pancadão no vencimento....
E não quero saber dos sindicatos, nem de politiquices!
Fiz greve porque acho que já chega de gozar com os FP's....
E quero dizer que nunca vou chegar ao topo da carreira....e estou à espera de concurso há 6 anos....
E não sou a única!!!!!!
Beneficiados? Bem pagos? Balelas...
Bah....
Beijinhos

Era uma vez um Girassol disse...

Pires, desculpa o desabafo, mas subiu-me a mostarda ao nariz...
Já me conheces...dragão!
Reconheço a grande urgência de proceder a reformas na FP: melhorias nos serviços prestados, nas carreiras, nas remunerações tão díspares para a nmesma categoria nos diferentes ministérios.Até nas muitas situações escandalosas, já do conhecimento da maioria...
Agora, meu amigo, quanto aos números...tens razão! Nem tanto ao mar, nem tanto à terra...
Que o desânimo e a tristeza grassam pelos fp's, não tenhas dúvidas, amigo! É verdadeira, sentida.
Porque não fazem greve?
- medo de retaliações
- pela perda no vencimento da quantia relativa ao dia(s) de greve
- por acharem que não tem expressão
- por acharem que não muda nada

Em resumo, por não acreditarem...
Beijinhos