Governar de calculadora em punho.

O caso do encerramento de maternidades, segundo um critério técnico no qual o ministro da saúde se escuda, tem feito grande alarido nos media e não é para menos.

Esse critério técnico, determina como risco inaceitável, manter abertas as maternidades onde o número de partos/ano seja inferior a 1500, mesmo que, e isto é factual, algumas sejam maternidades com 0% de acidentes há pelo menos dois anos.

Passava mais uma vez a noticia na televisão e talvez por não conseguir conviver lá muito bem com a burocracia, ou por não me iludir, com essa coisa de uma entidade central definir o que é o risco aceitável, só me vinha à cabeça a questão da descentralização, da desertificação do interior e do que se faz, para criar uma contracorrente, ou seja; NADA!

Depois de acabarem com comboios regulares no interior, com determinadas carreiras regulares de camionagem, ou com escolas, para não falar de alguns Centros de Saúde, chegou a vez das maternidades. E depois, o ministro não quer nem ouvir falar de que este é um caso de contornos economicistas e quer-nos fazer acreditar que esta é uma excelente medida na via da vida acéptica e sem riscos.

Por favor Sr. Ministro...
V.Exa. bem pode tentar convencer-nos do contrário, e tentar criar consensos de que a medida é correcta, mas nós, que observamos e temos a mania de pensar, não podemos concordar. Esta coisa, dos ministros viverem obcecados com as médias e tomarem decisões de calculadora na mão, está a ganhar contornos ridículos e a cada medida que tomam, viver no interior é cada vez mais difícil.

Essa é que é essa... e o que custa, é ver um governo dito socialista, a tomar constantemente medidas atentatórias ao bem-estar dos seus cidadãos.


PS: Desculpem todos a quem não respondi ou visitei, na sequência dos comentários de alguns posts anteriores, mas a falta de tempo é lixada, e infelizmente, abunda cá por estes lados.


11 comentários:

Som do Silêncio disse...

Obrigada pela visita :-)

Beijinho

Anónimo disse...

estimado amigo,até pensei que estavas já em "estágio" para o novo conto que aí vem e que espero com alguma ansiedade. No que respeita às linhas, elas sentem a falta dos maigos mas quando valores mais altos se levantam....sobre o teu post, ai meu amigo hoje não posso dizer nada que estou com um humor medonho!
Beijinhos

José Pires F. disse...

Som!

De nada. Estamos aí.

Abraço.
........................

TB!

Desculpa amiga, mas o tempo tem sido ingrato.
Depois compenso.

Abração.

Anónimo disse...

Mais ou menos a mesma coisa por aqui.
:(
Só que com histórias diferentes...

Kaos disse...

A culpa também é muito deste liberalismo que com a sua corja de economistas comentadores passa todo o tempo a gritar contra o estado despesista. O povinho ouve e diz que sim com a cabeça, e o governo sente-se na necessidade de mostrar resultados. Corta onde é mais fácil. Quem se lixa acabam sempre por ser os mesmos, mas isto já não é novo. Enquanto não se entender que o objectivo devia ser melhorar a vidas das pessoas e não os números de relatórios isto vai continuar sempre assim

Anónimo disse...

Huumm... Posso até estar falando besteira, mas não seria o caso de alguém tentar freiar Tal medida alegando que vai contra o princípio básico da vida?? Ótima hora do presidente defender a constituição, não?

Qualquer governo é por demais eficiente na arrecadação de impostos. Por que será que sempre falta verba na real a aplicação do recursos arrecadados? Ô.ô

^^

"Endereço diferente no Link de Hj ^^"

Anónimo disse...

Olha cada vez mais me convenço que quero a minha de peperoni com muzzarela....

E me manda um nariz vermelho de presente!

Obrigada pelas palavras no blog

Beijos

Rui Martins disse...

mas este governo é muito pouco "socialista" e muito, socia-democrata, se não mesmo, uma espécie de "neoliberal moderado"... E este governo continua mais preocupado com contabilidade do que com economia. E está - como os anteriores - dispostos a sacrificar Portugal em troca da UE.

Por mim, começava a preparar o chuto na Europa, especialmente quando nos fecharem a torneira... E virava os olhos para África, Brasil e Timor...

E este processo tem sido muito mal conduzido... em vez de dar o enfoque no nº de partos, devia ter-se dado o enfoque no nº de obstetras por maternidade... Se Lâmego só tem um... como pode a sua maternidade funcionar com segurança?

Mocho Falante disse...

Sabes o que eu penso sobre esta matéria? é que na verdade há um verdadeiro desconhecimento de como a vida no interior é complicada e aqueles que já saouberem como é, esqueceram rapidamente. é um degradar da qualidade de vida que irrita. Mas acabarem eles com os ordenados e regalias luxuosas isso naõ acabam eles

abraços

José Pires F. disse...

Como diz o Rui Martins, este governo está mais preocupado com a contabilidade do que, com a economia, daí o título que dei ao post, e não posso deixar de concordar com a questão do enfoque. É de facto aí, que reside o suposto problema, mas que é resolúvel e da responsabilidade do Governo Central.

O Manuel Carlos, inteligentemente, avança com alguns números que podemos perfeitamente extrapolar para Portugal, já que, revela bem o erro que a desertificação do interior e o economicismo imediato trará como consequência.

Os outros comentários que agradeço, revelam também, como nós supostamente vulgares cidadãos, encaramos mais esta medida.

Só um pequeno esclarecimento ao Ramiro: O PR sendo um liberal e economista, não pode deixar de aprovar a medida. Se estivermos à espera dele, nunca se cumprirá o artigo da constituição que afirma dever ser a educação e a saúde tendencialmente gratuitas, já que, todas as medidas tomadas nos últimos anos são tendencialmente o oposto.

Anónimo disse...

Bom, mesmo seguindo essa linha de pensamento, o Estado deveria se sujeitas às leis que deveriam reger a Sociedade. Bom, na teoria tudo é muito belo, mas se ainda está na constiuição, o Estado pode ser forçado a cumprir com o regulamento independente da calculadora ou da falta de recursos. Tenho por mim que é só achar a "oposição certa".