Continuando a falar de Timor-Leste (Loro Sae)

Palmas para António Costa ministro da Administração Interna, por ter anunciado hoje no Porto, que a totalidade dos 120 homens da GNR que vão em missão para Timor, deverão chegar até ao final desta semana ao terreno de operações e não dia 23 Junho como estava inicialmente previsto e não entendia.
Só não percebi, a questão de se estar a negociar com os operadores o transporte das tropas e equipamento. Sempre pensei que os aviões da Força Aérea serviam exactamente para isso, mas admito que neste particular, algo me esteja a escapar.

Admitindo o meu desconhecimento sobre esta questão de operacionalidade logística, dou palmas, porque finalmente o ministro abriu os olhos, ou alguém lhos abriu, já que e segundo a ministra de Estado, Ana Pessoa, as forças australianas no terreno não actuam e a situação piorou desde que eles entraram. “As tropas australianas apenas patrulham as estradas, e, quando entram nos bairros, assistem impávidos e serenos aos saques”.

Também e segundo as agências noticiosas, uma fonte anónima do governo de Díli, declarou que “bandos armados de catanas, espadas, arcos e flechas e também armas de fogo, atacam pessoas em frente às tropas australianas sem que estas reajam, limitando-se a assistir a toda esta violência”. Porque será? Bem... os populares nas ruas repetem as mesmas críticas “Os australianos só estão a ajudar os criminosos”.

E já agora mais uma interrogação; porque será que a ONU, pediu a Portugal que sejam os seus homens a garantir a segurança do seu chefe de missão, o que irá ser feito por dois elementos do Grupo de Operações Especiais da PSP?

E ainda outra interrogação; porque será que os australianos vão aumentar as forças no terreno de 1300 homens para 1800, sendo este número superior ao que enviaram para o teatro de operações no Iraque? E já agora uma última interrogação; porque será que os australianos pediram apoio logístico aos EUA?

Bem... as repostas a tantas interrogações, estão no que tenho vindo a dizer, ou seja, o “pessimismo” com que vejo as reais intenções dos australianos.

10 comentários:

isabel mendes ferreira disse...

TAMBÉM....FESTEJO....APLAUDO....



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ABRAÇO.

José Pires F. disse...

Isa!

Os timorenses não se cansam de pedir a rápida intervenção da GNR, não se esquecem da prontidão na acção e do apoio solidário de que foram alvo, quando lá estivemos.

Grande abraço.

Intervencionista disse...

É sem duvida com imensa tristeza que vejo mais uma vez um povo ser manipulado, violentado e ao fim ao cabo "vendido" por interesses financeiros. Mais uma vez as altas instancias Governativas de um Pais (neste caso todo o governo de Timor-leste) colocam os seus interesses pessoais à frente dos interesse do povo que os elegeu em sufrágio universal... vá lá que por cá ainda se tem algum discernimento (nem que seja como aproveitamento politico) e se tenta fazer algo que melhore a situação. Quanto aos "Cangurus"... nada mais se poderia esperar de uma colonia inglesa, com origem na pior especie de habitantes que a velha Albion tinha...

Liberdade para Timor e um grande abraço

José Pires F. disse...

Sr. Intervencionista!

Já tinha saudades de te ver por aqui, mas também não posso falar muito pois as minhas visitas andam muito atrasadas.

Vejo com agrado que estamos em sintonia, no entanto, creio que careces de uma pequena informação, que faz alguma diferença no teu comentário.

Este governo não resultou de eleições para o Parlamento, como estava previsto na nova Constituição e sim, com o consentimento de Sérgio Vieira de Melo, e por motivos económicos, a Fretilim que tinha a maioria absoluta na Assembleia Constituinte, incluiu uma cláusula na Constituição (Artigo 167) que permitiu que a Assembleia Constituinte se transformasse em Parlamento Nacional com a entrada em vigor da Constituição da República. Ora, sendo assim, o actual governo não resultou de eleições e os partidos pequenos, principalmente os que não estava representados na Assembleia Constituinte nunca aceitaram esta medida e estão sempre à procura de brechas para derrubar este governo, logo, qualquer interesse exterior, tem campo de manobra como se vê e por isso não admira que os “amigos” australianos se tenham servido do terreno fértil para arranjar uns testas de ferro.

Tirando este pequeno esclarecimento e não pondo em causa o patriotismo de Alkatiri assino por baixo o teu comentário.

Abração.

Anónimo disse...

Amigo Pires,

Ainda nem sabia desse reforço no terreno por parte dos australianos.
Mais confrontos em Timor, escuto agora na RFM... O que dizer mais?...
Quanto ao transporte... bem, temos os C-130, que podiam levar cerca de 90 militares cada um. O raio de acção máximo é de cerca de 7500 kms pelo que teriam de fazer escalas. Não sei se será esse um dos problemas. Mas neste caso... Parece haver aversão a usar meios das FA e como a GNR ( ainda ) não tem aviões... Toca de ir em aviões comerciais. Enfim...

José Pires F. disse...

Amigo Sá Morais!

Admito que esse seja o problema, por isso considerei o meu desconhecimento sobre o assunto.
As últimas noticias, referem que após o discurso de Xanana as tropas australianas começaram a mexer-se um pouco mais, para além de passearem nas avenidas, já estão a desarmar alguns civis, mas para isso também tenho uma teoria, pois creio que eles não vão querer perder a posição dentro da cidade para a GNR que chega na sexta-feira e é esperada com ansiedade pelo povo, pelo Xanana e penso que também pelo governo, pelo menos Ramos Horta é dessa opinião.

Grande abraço.

Intervencionista disse...

e o k dá falar sem conhecer os factos todos...mea culpa.

Zeca disse...

Meu caro a resposta é simples e passo a descrevê-la:
A Galp Energia perdeu hoje para uma das suas accionistas de referência, a italiana ENI, a exploração petrolífera no Mar de Timor, segundo informação do gabinete do primeiro-ministro timorense, em comunicado enviado à agência Lusa.

A petrolífera portuguesa integrava um consórcio, juntamente com a malaia Petronas e a brasileira Petrobras, candidato à exploração em dois dos seis blocos off-shore no Mar de Timor, que foi derrotado no exame final do primeiro concurso internacional de exploração petrolífera de Timor-Leste, segundo a mesma fonte.

Os vencedores foram a itaiana ENI, que ganhou o direito a explorar cinco blocos, e a indiana Reliance Industries.

Os resultados da comissão de avaliação foram hoje ratificados pelo primeiro-ministro Mari Alkatiri, que detém a pasta dos Recursos Naturais, Minerais e da Política Energética.

A escolha foi feita com base nas melhores condições e vantagens para Timor-Leste, o que fez com que no caso do bloco C, a que o consórcio da Galp concorreu, o retorno oferecido a Timor-Leste tivesse sido apenas de 1 milhão de dólares enquanto a ENI ofereceu 4,5 vezes mais.

Segundo o comunicado, «o processo de avaliação destinava-se a apurar quais as ofertas que reuniam melhores condições e vantagens para cada área de contrato».

A petrolífera italiana ENI detém actualmente 33,34 por cento do capital da empresa portuguesa.

As empresas escolhidas terão agora de celebrar até ao próximo dia 20 de Junho um contrato de partilha de exploração com o Ministério dos Recursos Naturais, Minerais e da Política Energética, conforme as regras estabelecidas pelo edital do concurso público internacional e os demais regulamentos aplicáveis.

Persiste, contudo, uma condição que a empresa italiana necessita de preencher para poder celebrar o referido contrato no bloco E.

«Além do programa de trabalho indicado na proposta, será requerido à ENI que inclua, no terceiro ano do contrato de partilha de exploração, uma perfuração até aos 4.000 metros de profundidade», destacou o comunicado.

O prazo para as empresas petrolíferas apresentarem as suas propostas no concurso internacional levado a cabo pelo governo timorense sobre a exploração petrolífera de parte do Mar de Timor terminou no passado dia 19 de Abril.

Das 11 áreas de contrato postas a licitação neste concurso público internacional, seis receberam propostas de empresas petrolíferas, num total de nove.

O Estado timorense já arrecadou, somente neste concurso internacional, entre taxas de inscrição e levantamento de cadernos de encargos, o total de 2,4 milhões de dólares (cerca de dois milhões de euros).

Anónimo disse...

Odeio a hipócrisia... e é o que tenho visto no caso de Timor...
Gosto de dar um nome verdadeiro ás coisas... e o nome que daria ao que vejo é
"GANÂNCIA"
O problema dos Australianos é o mesmo de Portugal, um jogo de interesses...
Uma corrida ao ouro negro... quem chegará primeiro?
Não acredito em politica de boa vontade... se vamos para Timor é pk temos interesses para tal... senão Portugal estaria caladinho como sempre o foi.
Pena que só decidam segundo a ganância. Não acredito que Portugal vá defender os Timorenses pelos laços de afectos históricos. Fico triste ao ver a hipócrisia do meu país perante um povo abandonado ao seu próprio destino.
Mas aplaudo a ida das tropas para Timor....
embora gostasse que o fizessem pelo afecto...
Deixo um beijo....

José Pires F. disse...

Meu caro Arthur Saraiva, em primeiro lugar o meu agradecimento pelo seu comentário, que revela conhecimento sobre a evolução do dossier do petróleo timorense.
Desde 24.5 que eu sabia da derrota da GALP no concurso de exploração petrolífera no Mar de Timor, que na minha opinião é mau para Timor-Leste e revela que Mari Alkatiri não tem visão estratégica, porque, o povo de Timor só tem a perder com o esbatimento das relações bilaterais com Portugal. A Timor, interessaria depender da Austrália, da Indonésia, da Malásia, da China e de Portugal entre outros.
Timor-Leste tem todo o interesse no investimento diversificado e em particular no investimento português, porque a maior atenção politica que o Governo português lhe dará deriva do volume de negócios que as empresas portuguesas tenham com Timor-Leste e aqui não há volta a dar.
Ao escolherem a ENI, que é uma importante accionista da GALP, 33,34% como diz o Arthur, a GALP enquanto empresa de propriedade múltipla não fica de fora, quem fica de fora são os interesses portugueses, porque neste formato só ganha a ENI, talvez por isso a oferta da GALP mesmo associada com a Petronas e a Petrobas tenha sido como diz de 1 milhão de dólares.
Bem... isto não me parece inocente, revela concertação para que a GALP não ganhasse e só assim se explica a oferta 4,5 vezes inferior. Sendo assim, só podemos agradecer a Pina Moura ter metido a ENI dentro da GALP.

Um abraço e mais uma vez os meus agradecimentos.
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Ana Luar!

Pois é minha cara amiga, o negócio, principalmente o do petróleo pela sua dimensão é assim... agora os australianos querem defender os seus supostos interesses.
Coisas das sociedades liberais...

Um abraço.