Rui Martins, com o seu Movimento Quintano, propõe-nos uma nova sociedade mundial, bebendo os seus fundamentos em pensadores portugueses de outrora.
Como o próprio diz, Portugal não é um País Europeu, é em primeiro lugar um País Atlântico e só depois europeu, apenas europeu por casualidade geográfica, mas a sua alma está bem longe, algures no Oceano Atlântico.
Aposta na tolerância e no multiculturalismo, como regra para a existência de um império universal. Repudia o universalismo do predomínio do Um Sobre Todos, pelos exemplos históricos do passado, encontrando aí, o motivo de fracasso de quantos tentaram, desde Roma a Atila, e desde Vitória a Bush, e por isso, “ressuscita” e apresenta-nos o seu conceito de Quinto Império, no seu multiculturalismo de conceito universal, só compatível com a noção de universalismo.
Diz Rui Martins, no seu Post “Da viabilidade de Portugal como país independente” que; Portugal tem a ímpar qualidade de possuir um Futuro que em lugar de ser uma concretização egoísta de um qualquer objectivo nacional, como sucede com a maioria dos países europeus, é a promessa do cumprimento de um destino universal e pannacional.
Esta é verdadeiramente a razão pela qual Portugal não pára de se afundar, sem encontrar uma bóia onde se possa agarrar. Portugal está sem rumo, porque falta encontrar um Destino para Portugal, porque os nossos políticos estão desprovidos daquela qualidade que tínhamos em Quinhentos e que se chama de “Imaginação Criadora”.
[…] Quando actualmente se assiste a expressões de reserva quanto à viabilidade de Portugal como país independente isso corresponde a um dos maiores absurdos que pode exalar uma boca humana. De todos os países europeus, Portugal é exactamente pelo contrário um dos Estados mais viáveis.
[…] Portugal é assim um país viável, e até mais do que isso. Um país cuja viabilidade transcende o seu próprio solo nacional, tamanha á a missão que o Mundo espera que ele venha a cumprir
24 comentários:
Mais uma vez: obrigado pela citação... Acrescentaria ainda que Portugal é um dos raros países europeus de média dimensão onde não se colocam problemas nacionalistas, isto é, onde não existem nacionalidades em rotação centrífuga dentro do Estado e onde Estado e Nação coincidem em absoluto.
Numa Europa onde as nacionalidades ganham hoje uma importância crescente (veja-se o avolumar das tensões entre flamengos e francófonos na Bélgica) esta nossa diferença ainda nos pode dotar de uma vantagem significativa...
Amigo Rui Martins!
Dispenso os teus agradecimentos, por ser eu quem deve agradecer o trabalho que estás a fazer, e que, espero continues com a proficuidade que sei seres capaz.
É este excesso de identidade e messianismo que nos mata. Somos como os outros, nada mais nada menos.
Detesto concordar com anónimos...
Mas pronto.
O messianismo desta mensagem é iniludível. O "apelo do Império" (The call of the Empire) é de um romantismo confrangedor.
Não quero com isto, Rui Martins, tirar interesse ao seu trabalho, quero mesmo agradecer ao PiresF por o dar a conhecer.
Procurarei aprofundar "na fonte" a extensão desta linha de pensamento.
Mas as primeiras impressões costumam pesar muito.
Um abraço a ambos,
(e o anónimo bem que se podia identificar que ninguém lhe morde, "penso eu de que"...)
RS
Meu caro anónimo e meu caro amigo Rui Semblano.
Mas será o messianismo do Rui errado, no sentido em que este é crença e esperança na problemática intervenção de circunstancias imponderáveis ou providenciais para assegurarem uma era de felicidade colectiva ou individual?
Quando Luís Machado disse a Agostinho da Silva, que ele para além de acreditar, era mesmo um defensor acérrimo do Quinto Império, este respondeu: É claro que acredito no Quinto Império, porque senão o acto de viver era inútil. Para quê viver se não achássemos que o futuro vai trazer-nos uma solução que cure os problemas das sociedades de hoje?
Meu caro anónimo!
Voltei para acrescentar o seguinte: Estou convencido que o Rui Martins não quis dizer que não éramos como os outros, mas sim, que Portugal tem um desígnio diferente dos outros, imposto pela sua história.
"É este excesso de identidade e messianismo que nos mata. Somos como os outros, nada mais nada menos."
-> Seremos comos outros, mas sobretudo somos a potência de sermos todos os outros. O português tem como poucas outras nações, a capacidade de integrar culturas e de se integrar ele próprio nelas. A nossa História o demonstra e a nossa presença actual no Mundo. Só com Portugal se poderá formar o alicerce de uma "União Mundial" de que a "União Lusófona" que defendo é apenas o primeiro passo, mas não o último. E o nosso ineludúvel carácter messiânico é herança do judaísmo, uma matriz muito forte na nossa cultura. Negá-lo é negar as nossas raízes. Podem fazê-lo, mas sacrificando a nossa identidade.
P.S.: Se não fossemos de algum modo "especiais" como se explica o estranho milagre da sobrevivência de Portugal mesmo ao lado do "gigante" espanhol?
Ainda gostava de saber o que é "excesso de identidade"... E quanto a sermos como os outros, bem... Julgo que temos uma identidade cultural, como tem qualquer outra nação e isso é inquestionável. E os nossos designios são certamente bem diferentes, devido à nossa própria conjuntura histórica, à nossa universalidade. O que nos mata é haver uma tão grande abstração da nossa identidade. O que nos mata é desdenharmos da nossas capacidades e da esperança num futuro... diferente. O que nos mata é só termos identidade quando se fala de futebol. O que nos mata, meus senhores, é o dolente e atrofiante conformismo... Como escreveu Piref, recordando Agostinho da Silva: "Para quê viver se não achássemos que o futuro vai trazer-nos uma solução que cure os problemas das sociedades de hoje?"
Parece-me que o Rui Martins foi claro na sua resposta...eu acrescentaria que se mais razões não houvesse...é algo em que vale a pena acreditar. Acreditar em algo pressupõe que se «lute» por engrandecer essa «causa», e daí só vejo benefícios para o País e para um orgulho de ser português que começa a faltar.
Sá Morais...e se anossa identidade passar precisamente por essa interculturalidade, pelo multiculturalismo que somos?!!
E se o que nos mata for precisamente a falta de esperança que só o futebol ten dado a este povo ?!
E se os que nos mata forem precisamente todos estes «políticos» que ignoram a sociedade que temos, já que vivem em palácios de cristal, já que parecem não ter qualquer projecto a longo prazo para Portugal?!
Onde tu encontras conformismo eu vejo e lido com pessoas reais que fazem projectos, associações, ligas sem fins lucrativos, que escrevem, pensam, debatem... um mar de pessoas que não podem chegar à vida política deste País, mas que não se escondem atrás da ideia de «não tenho nada a ver com isso» ou «isso é da responsabilidade do governo»...ser indivíduo, ser cidadão é participar, é fazer, é agir... não é só levantar o rabo do sofá para ir votar e ficar a criticar « os tachos» dos políticos.
Bem, não sei que raio de interpretação deu a Clarissa às minhas palavras... Será que me exprimi mal? Será que não referi a nossa universalidade?! Será que não falei da falta de esperança?!... Acho que sim. O que me chateou foi isto: "Onde tu encontras conformismo eu vejo e lido com pessoas reais que fazem projectos, associações, ligas sem fins lucrativos, que escrevem, pensam, debatem... " Não há conformismo?! Da maioria há! Se não houvesse, os portugueses não se deixavam pisar tanto pelos seus governantes.
Não te conheço, nem essas associações ( nem percebo a que proposito veio essa conversa... ), mas lembra-te que tu também não me conheces e que o que dizes é despropositado. Nunca fiquei com o rabo no sofá e sempre lutei por aquilo em que acredito, mas se calhar o facto de ter de trabalhar impede-me de ter tempo para associações. ligas, etc... Tenho pena, é verdade. E já agora, não é isso que estamos aqui a fazer: debater, pensar, escrever? Ou isso só conta se for numa dessas associaçõesde "pessoas reais"? E nós somos o quê? Sinceramente, não percebi o teu comentário... Até porque no segundo estás a contradizer o que dizes no primeiro...
Bem… eu estou evidentemente de acordo com os primeiros comentários do Sá Morais e da Clarissa, depois quer parecer-me que existiu alguma confusão da Clarissa na interpretação das palavras do Sá Morais, que já conheço do blog do Rui e sei como pensa, mas também sei, porque a conheço, que a Clarissa nos explicará o porquê.
De qualquer forma (não como resposta ao Sá Morais), o que ela diz é uma grande verdade; a esmagadora maioria do povo português, vive muito bem sentada no seu trono de silêncios, não se dando ao trabalho de exercer a inscrição necessária à cidadania.
Sá Morais...lamento esta confusão, até porque de forma alguma pretendia ser um ataque pessoal, dirigi-me a si,embora, não o conhecendo como diz, não estivesse a fazer juízos de valor em relação à sua conduta de cidadão. Lamento por isso o equívoco.
Em relação a : «Onde tu encontras conformismo eu vejo e lido com pessoas reais que fazem projectos, associações, ligas sem fins lucrativos, que escrevem, pensam, debatem... » , deverei alterar para «onde muitos encontram...»...o resto mantenho.
Não terei sido clara, por me dirigir a si, mas a luta por um Portugal melhor é de cada cidadão.
Não posso deixar de lamentar o tom final do seu comentário, que nada abona em seu favor.
Sente-se melhor pensando em mim como uma dondoca que passa o tempo em Associações por não precisar de trabalhar ?! Como entender!! Tudo para o fazer sentir bem!!
Pires, lamento este equívoco que aqui iniciei,como bem me conheces, bem interpretaste as minhas palavras:Ser cidadão exige uma participação activa.
Lamento de novo ter melindrado um convidado teu.
Beijocas amigo.
A todos uma boa noite.
Clarissa minha amiga.
Não precisavas de te desculpar nem eu pretendia isso, sabes que neste espaço estás como em tua casa, e podes e deves opinar sobre o que quiseres e te der na gana, porque os teus comentários me dão sempre muito prazer.
Pretendi somente que reparasses o que me pareceu desde inicio um equivoco e como o Sá Morais não te conhece, ele sim, podia fazer um julgamento errado da tua pessoa e foi exactamente por isso que intercedi.
Um grande abraço e obrigada pelo teu pronto esclarecimento.
Beijocas doces Pires :) Já há muito que os teus espaços são também a minha casa.
Os teus amigos têm-se tornado os meus, estou certa que O Sá Morais compreenderá não se ter tratado de um «ataque pessoal».
Beijocas grandes
Muito bem, julgo que houve equivocos de parte a parte. Também eu não pretendia ofender a Clarissa, apesar de puder ter "fervido em pouca água" por realmente ter achado que estava a ser atacado pessoalmente de uma forma bstante injusta... Aliás, acho que estávamos todos a dizer o mesmo ( também eu estava a criticar, sem generalizar, esses portugueses "sentados no seu trono de silêncios" como referiu o PiresF ), mesmo sendo por palavras diferentes.
Por minha parte fica desfeito o equívoco, sem quaisquer ressentimentos.
All is well that ends well.
;)
RS
Sem dúvida amigo Rui Semblano, e eu não posso deixar de agradecer à Clarissa e ao Sá Morais, a disposição de ultrapassar o que não passou de um equivoco.
Normalmente e com pessoas inteligentes, os conflitos são assim resolvidos.
Bem-hajam os dois.
Sá Morais!
Tentei comentar nos seus blogs, no “Voz de Celénia” e depois no “Ideias Fixas”mas devem estar com algum problema, já que, os seus últimos cinco posts não abrem a caixa de comentários, ou então é alguma definição que não me deixa entrar.
Lembro-me que em tempos tive esse problema com o blog “Adufe” do Rui MCB e o problema era de facto dele.
Como também não tem e-mail, fica aqui o aviso.
Um abraço.
PiresF,
Obrigado por me ter alertado. No entanto, não sei o que possa ser. ( também não percebo muito dessas coisas e ainda ando às voltas com o Beta ) Sei que permiti todo o tipo de comentários... Já me disseram que, por vezes, o comentário dá erro, mas aparece na mesma. Não sei. Se alguém quiser adiantar algo sobre este problema, agradecia. o mail é:noctis2006@sapo.pt
Sá, eu já lá fui e não dei pelo erro. tens é de esperar e não repetir a msg. jinho. A.Torres
Best regards from NY! » »
That's a great story. Waiting for more. » » »
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