Carta Aberta.

Devido ás abordagens de que tenho sido alvo – diga-se em abono da verdade; na sua maioria consonantes com as ideias expostas na RGT – resolvi expor aqui, o que norteou a minha tomada de posição, sabendo eu, que vários colegas me lêem, e também, que os outros que me lêem não sabem que eu sou ou para que empresa trabalho.

Assim, aqui fica a título de esclarecimento:

Não fui eu que virei a RGT. É presunção pensar, que todos os que votaram no plano que ajudei a defender, não estavam convictos do que votavam, e se transformaram em “seguidores”. Se algo houve, e houve, que virou a RGT, foram as ideias e a convicção com que as ajudei a defender, e fi-lo, firmemente convicto de estar a defender com racionalidade o único caminho viável neste momento, já que, o outro proposto, era e é minha convicção, levaria à destruição da empresa e dos nossos postos de trabalho, pelo simples facto de ser inconsistente, não prevendo um destino ou uma ideia final, não passando por isso da boa vontade de uma ideia inicial, depois, ao olhar o país e os exemplos recentes, encontrar aí bastos motivos de fracasso.

Enganam-se aqueles que pensam, que estava toda a gente disposta a entrar numa luta, onde, não se vislumbram caminhos definidos e seguros, tão pouco saídas, e que, em minha opinião não passam de meras hipóteses de feição visionária, que, no mínimo, prejudicaria no imediato mais de duas dezenas de colegas.

Enganam-se aqueles que pensam, que o fiz para salvaguardar os meus interesses. Fi-lo, para salvaguardar os interesses de todos a médio prazo, – quem sabe se a longo prazo – e no imediato dos trabalhadores já abrangidos pelo processo negocial, e ao contrário de alguns, muitos, eu sabia o pensamento destes sobre o processo, na exacta forma, como ele acabou por ser exposto com clareza, sem uma única voz discordante, e o abandono da sala, de um número considerável de colegas após a primeira votação, denotava problemas de manutenção no equilíbrio necessário àquela tomada de posição.

Estou, tal como a maioria de vós, firmemente disposto a contribuir para salvar a empresa, nunca para a destruir, e acredito que a via que outros defenderam, levaria inevitavelmente a esse desfecho, mais cedo ou mais tarde, já que, a inversão da tendência para que neste momento trabalhamos e apontamos baterias, ficaria infecta de contra corrente.

Para aqueles que me atacam à posteriori, evidenciando intolerância por oposição, escudando-se na falta de dotes oratórios para exporem as suas ideias em lugar e hora próprios, contraponho: quando se está convicto da razão, não pode a suposta falta de oratória ser entrave na defesa das ideias em que acreditamos, o que Vos impede, é a falta de inscrição e a incumbência de que padecem há muito, ou será que pensam, que bastam “dotes oratórios”, sabendo à partida contarmos nós unicamente dois votos, e mesmo assim partir para o convencimento de todos os outros, que já estavam comprometidos com a votação anterior?
Devo dizer-vos que a tarefa me pareceu gigantesca e medonha, só possível, devido à forte convicção da razão que acreditei assistir-me e à esperança de que algum aliado ganharia no caminho para me ajudar, acreditando, que o diferente podendo mesmo parecer uma ameaça à igualdade, é a expressão da singularidade dos que não se deixam nivelar.

Os pluralistas, – princípio contrário do monismo – acreditam na multiplicidade de opinião. Batem-se por ela, acreditando que em democracia, as ideias são a suprema mais valia, o encanto, a força e a determinação dos que se esforçam.

Nota: Este post, não terá os comentários abertos, já que, involuntariamente, alguém poderia dar pistas sobre a empresa em causa e não se pretende isso.

Assim, qualquer opinião, ou “discussão” que achem relevante, deverá ser dirigida pelo email do blog que passo a indicar: