Vera medindo bem a situação e depois de pensar um pouco, disse que sim, que lhes lançava as cartas, mas que seria a última vez que o fazia, é que, tinha começado a ficar assustada com a sua capacidade para interpretar tudo o que as cartas lhe diziam, por isso, queria pôr de parte aquela actividade, esta seria portanto a ultima vez e só o fazia em consideração ao Leonardo, mas agradecia que este nunca mais lhe pedisse o mesmo. Dito isto, pediu-lhes para entrarem na salinha privada que ficava no fundo do bar, que ela já lá iria com o Tarot.
Leonardo e Sérgio, acomodaram-se na sala, e enquanto esperavam por Vera, Leonardo foi-lhe dizendo, se ele agora tinha percebido a razão de tantos homens visitarem a casa de Vera, este, consternado, dizia que sim, que pensara ser outra coisa, que nunca imaginara uma coisa daquelas e por aí adiante, até Vera chegar com as cartas.
Contou-as e verificou que estavam as 78 necessárias, baralhou-as, e perguntou qual queria ser o primeiro. Leonardo prontificou-se de imediato, começariam com ele. Vera, mostrou então o que sabia fazer e Sérgio bebia as palavras com que Vera acompanhava o ritual, como se, de um ser divino e omnipotente se tratasse, até chegar a sua vez.
Depois de baralhadas as cartas, Vera disse-lhe em tom muito sério e de olhos nos olhos: Tome atenção, eu não sei muito bem como isto funciona, mas funciona, agora, o mais importante é que acredite em tudo o que lhe vou dizer através das cartas, depois é consigo, que eu lavo daí as minhas mãos. Sérgio assentiu de imediato com um abanar de cabeça, só queria que Vera começasse logo, e ouviu com sofreguidão todas as banalidades que ela lhe dizia, até ao momento em que parou e se mostrou muito pensativa. Leonardo perguntou em tom preocupado: Não é aquilo que eu estou a pensar, pois não? Vera continuou calada, voltou a mexer nas cartas, baralhou de novo e voltou a lançá-las, voltando a ficar calada com os olhos fixos na mesa. Leonardo perguntou com voz assustada: É a torre que te preocupa? Vera olhou para ele com as mãos a tremer e disse: A Torre e a Caveira, eu sabia que nunca mais deveria mexer-lhes, e agora? Nesta altura, Sérgio, que ora olhava para um, ora olhava para outro, quis saber o que é que se passava, o que é que as cartas tinham de tão mau? Vera mostrava-se relutante, Sérgio insistia, queria saber, fosse lá o que fosse, tinha o direito de saber já que era com ele.
Leonardo, tomando o comando da conversa disse: deixe Verinha, eu digo-lhe, a culpa é minha que o meti e a si nesta encrenca, a Verinha não se preocupe, só fez o que sabe fazer, não tem culpa das coisas serem o que são, a Verinha é simplesmente o saber interpretativo das cartas, um veículo, nada mais. Virando-se então para Sérgio, com cara de pesar e depois de alguns segundos a pensar como lhe daria a noticia, disse-lhe: A Torre com a Caveira, representam a morte à pergunta que a Vera lhes fez, e a ti, saiu-te duas vezes, não há que enganar.
Leonardo e Sérgio, acomodaram-se na sala, e enquanto esperavam por Vera, Leonardo foi-lhe dizendo, se ele agora tinha percebido a razão de tantos homens visitarem a casa de Vera, este, consternado, dizia que sim, que pensara ser outra coisa, que nunca imaginara uma coisa daquelas e por aí adiante, até Vera chegar com as cartas.
Contou-as e verificou que estavam as 78 necessárias, baralhou-as, e perguntou qual queria ser o primeiro. Leonardo prontificou-se de imediato, começariam com ele. Vera, mostrou então o que sabia fazer e Sérgio bebia as palavras com que Vera acompanhava o ritual, como se, de um ser divino e omnipotente se tratasse, até chegar a sua vez.
Depois de baralhadas as cartas, Vera disse-lhe em tom muito sério e de olhos nos olhos: Tome atenção, eu não sei muito bem como isto funciona, mas funciona, agora, o mais importante é que acredite em tudo o que lhe vou dizer através das cartas, depois é consigo, que eu lavo daí as minhas mãos. Sérgio assentiu de imediato com um abanar de cabeça, só queria que Vera começasse logo, e ouviu com sofreguidão todas as banalidades que ela lhe dizia, até ao momento em que parou e se mostrou muito pensativa. Leonardo perguntou em tom preocupado: Não é aquilo que eu estou a pensar, pois não? Vera continuou calada, voltou a mexer nas cartas, baralhou de novo e voltou a lançá-las, voltando a ficar calada com os olhos fixos na mesa. Leonardo perguntou com voz assustada: É a torre que te preocupa? Vera olhou para ele com as mãos a tremer e disse: A Torre e a Caveira, eu sabia que nunca mais deveria mexer-lhes, e agora? Nesta altura, Sérgio, que ora olhava para um, ora olhava para outro, quis saber o que é que se passava, o que é que as cartas tinham de tão mau? Vera mostrava-se relutante, Sérgio insistia, queria saber, fosse lá o que fosse, tinha o direito de saber já que era com ele.
Leonardo, tomando o comando da conversa disse: deixe Verinha, eu digo-lhe, a culpa é minha que o meti e a si nesta encrenca, a Verinha não se preocupe, só fez o que sabe fazer, não tem culpa das coisas serem o que são, a Verinha é simplesmente o saber interpretativo das cartas, um veículo, nada mais. Virando-se então para Sérgio, com cara de pesar e depois de alguns segundos a pensar como lhe daria a noticia, disse-lhe: A Torre com a Caveira, representam a morte à pergunta que a Vera lhes fez, e a ti, saiu-te duas vezes, não há que enganar.
Sérgio estarrecido balbuciou: E agora, o que é que eu faço? Deve haver uma maneira, ela que faça a pergunta de outra forma? Não há nada a fazer, respondeu Leonardo, não há como fugir. O meu conselho é que tenhas cuidado com tudo, até a atravessares a rua para não seres atropelado. Dito isto, baixou a cabeça e elevou as mãos que se enterraram nos cabelos.
Sérgio levantou-se em estado de choque, branco como a cal, balbuciou qualquer coisa imperceptível e saiu.
Passados uns minutos e depois de terem a certeza que ele tinha desaparecido, desataram numa gargalhada pegada, recordando os tempos em que se divertiam a pregar estas partidas, aos bicéfalos anácronos dos seus colegas de liceu. Mas isso, era quando a Verinha ainda se chamava Rafael, tinha sido antes da operação de mudança de sexo que ela fizera na Holanda, mas também ninguém sabia, ela só mudara para o seu prédio depois disso acontecer e o Jacinto nunca o diria a ninguém. Ainda recordaram como ela se tinha livrado dele, quando decidiu deixar a prostituição. A ideia de lhe dizer que tinha Sida devido à vida que levava, tinha sido sua.
Por volta das cinco da madrugada, Leonardo despediu-se de Vera e saiu. Enquanto percorria os dois quarteirões que o separavam de casa, olhou para a janela do Sérgio que ficava logo no primeiro, constatando com um sorriso sacana, que a luz ainda estava acesa.
Fim.
30 comentários:
Já estava no esquema do sérgio (como nos enganamos...) para variar, parabéns!... e ainda por cima desta vez tivemos a honra de serem seguidinhos... obrigada
Boleia!
Eu é que agradeço os seus comentários. Ainda bem que gostou.
O conto estava todo escrito, mas como ficou grande demais, e sabemos como são as leituras na internet – se é longo as pessoas não lêem – eu decidi dividir. Mesmo assim não ficou fácil de captar a atenção.
Um abraço.
Fim? Ok... Espero que regresse à veia contista... Embora também já tenha algumas saudades das suas observações/espreitamentos sobre a realidade política...
Bom dia, eu gostei de passear por estas palavras
Muito bom este conto, com alegria se lê e com um sorriso de acaba de ler.
Muitos parabéns
marinheiroaguadoce a navegar
Moço! Tõ passando aqui apressada pra dizer que eu atualizei o blog, porém não tem nada demais!
Depois passo aqui com mais calma. Inté!!!
Rui!
Claro que volto, porém, vou intercalar com outros assuntos porque não quero perder as visitas que tão arduamente conquistei.
Estou aliás a pensar, que talvez deve-se criar um blog só para os contos, mas a falta de tempo, está a impedir a decisão.
Kim Prisu!
Obrigado. Vindo de um artista como tu, considero as tuas palavras um elogio.
Na primeira oportunidade irei visitar-te
Um abraço.
Marco!
Era exactamente isso que pretendia, se sentiste assim a leitura do conto, então, no teu caso, atingi o objectivo.
Obrigado e um abraço.
Nina!
Fico à espera. Do teu comentário não abdico.
Um abraço e lá irei.
Sempre com surpresas no fim dos contos...
Muito bom... mas muito mauzinhos hã?
bjinho
In-Culto!
Até posso parecer, mas não sou, porém a ficção tem destas coisas e a imaginação por vezes prega-nos grandes partidas.
Obrigado e um abraço.
Meia Lua!
A surpresa é uma das chaves dos contos, talvez, e pelo menos para mim o mais difícil.
Tive um outro final em mente, e esse era mesmo mauzinho, pelo que reconsiderei e alterei-o.
Ainda bem que mesmo assim gostou.
Beijinho e um grande obrigado.
Gostei "velhote". Para quando é a publicação do 1ºlivro ? Quanto ao teres de partir o conto em 2, por mim podias publicar por inteiro que eu li até ao fim.
Nuno!
Loucura tua sei bem das minhas limitações e isto não passa de um hobby que enquanto me der gozo continuará.
Estava certo que tu e mais um ou dois leriam, mas eu pretendo chegar a mais leitores, e sei bem, como são as leituras hoje em dia neste mundo apressado.
Doritos!
Compreendo perfeitamente, mas tive necessidade de mudar o registo.
Ainda bem que também gostas-te deste.
Obrigado.
Boa!PiresF.
Final imprevisto é coisa que nunca falha.
Abraço.
OldMan!
É o sal dos contos, o imprevisto dá-lhes a estocada final.
Obrigado e um abraço.
o meu conselho é que reunas todos os contos e faças um livro.
Guardião!
Obrigado, mas seria um livro de fraca qualidade.
Não sou escritor como se nota, mas não deixo de ser um leitor atento, como sempre fui e sei bem a qualidade necessária para se editar, que eu, indubitavelmente não tenho.
Um abraço.
Português!
Obrigado e bom trabalho na cidadela.
Um abraço.
Melhor que muitos "novelistas" baratos que se andam a encher de euros!
Parabéns.
Bjinho da Vespinha
ora, bela cartada! bem...um pouco traiçoeira...
belo conto, mas agora quero outro daqueles...de final feliz ;)
beijocas
Vespinha!
Obrigado, os elogios ao conto estão-me a fazer babar, não sei se do frio que não me permite ter a boca fechada, se do estado de choque, por não esperar tantas palavras amigas.
No entanto, o exagero de alguns comentários obriga-me à contenção da prosápia, não vá o diabo tecê-las, e a febre descobrir terreno fértil neste espírito impreparado.
Um abraço.
Riquita!
Amiga! Ainda bem que gostaste. Eu também sou um lamechas, (Ehehehe!) adoro finais felizes, mas era necessário mudar de registo.
Lá voltaremos.
Obrigado e um abraço.
hehe. a minha veia mazinha veio ao de cimo ao ler isto...
e aki esta a minha colherada:
no fim eu teria morto o Leonardo. Nao sei um atropelamento, para ser aind mais ironico:)
Ipslon!
De facto, o atropelamento do Leonardo, alem de irónico terminaria o conto em beleza.
Não me lembrei dessa, lembrei-me de matar o Sérgio, mas pareceu-me rebuscado e óbvio de mais.
Talvez um dia reescreva o conto com esse final.
Hehehe! Muito bom.
Obrigado e um abraço.
Sem palavras...não parei enquanto não li tudo.
Sem sombra de dúvidas que estás na profissão errada.
Não vás pela política. Deixa-te estar onde podes ser alguém.
um abraço neste dia chuvoso.
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