– Olha que é ele… o Ferreira! Não me digas que andas nos arranjos lá em casa.
– Nada disso. O que eu queria era falar contigo.
– Espera aí um bocadinho. Pronto Senhor António, aqui tem os parafusinhos, dê lá cumprimentos à D. Isaura, e as melhoras, adeus. Espere aí que eu abro a porta, adeusinho, até amanhã.
– Pronto ó Ferreira, diz lá.
– Ó Zé Manel, já ouviste falar da gripe aviária?
– Não ouço eu outra coisa pá, então não sabes que o meu cunhado vende pintos nas feiras? O gajo não se cala. Querem proibir a venda e aquilo é o ganha-pão da família, não sei como vai ser?
– Escuta…, não sei se é verdade, mas ouvi dizer que uns Gansos Patolas e umas Gaivotas apareceram mortas em Peniche?
– Ó Ferreira, os únicos de que ouvi falar, foi do tal papagaio em Inglaterra e de um pato na Suécia, parece que falaram também de um Cisne, mas era lá para a Croácia ou o raio que parta.
– Pois…, mas parece que é verdade.
– Ó Ferreira, não vais também tu ficar alarmado, vais? Olha que o Sócrates já disse, que tinha comprado um porradão de vacinas.
– O Sócrates, o Sócrates, nem sei como é que vocês ainda acreditam nesse gajo?
– Ó Ferreira, com estas coisas não se brinca pá, é um caso de saúde pública.
– Pois não Zé Manel, mas aquela grande carola não pára. A vacina ainda não foi inventada, e o gajo já comprou um porradão delas.
– Não foi inventada?
– Pois não pá, o gajo confundiu o Tamiflu não-sei-das-quantas com a vacina, e aquilo não é vacina nenhuma, que eu ouvi um Médico na TVI, a dizer que aquilo só se toma depois de um gajo apanhar essa tal gripe.
– Deves estar no gozo, então o Primeiro-ministro ia dizer uma bacorada dessas.
– Não ia, já disse.
– É pá, e agora?
– Foi por isso que eu cá vim. Tu ainda andas com a Isaurinha da Farmácia?
– Ás vezes, já não é nada como era, mas porquê?
– Era para ver se ela me arranjava umas caixitas do tal Tamiflu. Dá-lhe lá uma palavrinha.
– Até calha bem, assim tenho uma desculpa para lá ir.
– Ok Zé Manel, depois bate-me ali no vidro. Até logo.
– Até logo ó Ferreira.
– Nada disso. O que eu queria era falar contigo.
– Espera aí um bocadinho. Pronto Senhor António, aqui tem os parafusinhos, dê lá cumprimentos à D. Isaura, e as melhoras, adeus. Espere aí que eu abro a porta, adeusinho, até amanhã.
– Pronto ó Ferreira, diz lá.
– Ó Zé Manel, já ouviste falar da gripe aviária?
– Não ouço eu outra coisa pá, então não sabes que o meu cunhado vende pintos nas feiras? O gajo não se cala. Querem proibir a venda e aquilo é o ganha-pão da família, não sei como vai ser?
– Escuta…, não sei se é verdade, mas ouvi dizer que uns Gansos Patolas e umas Gaivotas apareceram mortas em Peniche?
– Ó Ferreira, os únicos de que ouvi falar, foi do tal papagaio em Inglaterra e de um pato na Suécia, parece que falaram também de um Cisne, mas era lá para a Croácia ou o raio que parta.
– Pois…, mas parece que é verdade.
– Ó Ferreira, não vais também tu ficar alarmado, vais? Olha que o Sócrates já disse, que tinha comprado um porradão de vacinas.
– O Sócrates, o Sócrates, nem sei como é que vocês ainda acreditam nesse gajo?
– Ó Ferreira, com estas coisas não se brinca pá, é um caso de saúde pública.
– Pois não Zé Manel, mas aquela grande carola não pára. A vacina ainda não foi inventada, e o gajo já comprou um porradão delas.
– Não foi inventada?
– Pois não pá, o gajo confundiu o Tamiflu não-sei-das-quantas com a vacina, e aquilo não é vacina nenhuma, que eu ouvi um Médico na TVI, a dizer que aquilo só se toma depois de um gajo apanhar essa tal gripe.
– Deves estar no gozo, então o Primeiro-ministro ia dizer uma bacorada dessas.
– Não ia, já disse.
– É pá, e agora?
– Foi por isso que eu cá vim. Tu ainda andas com a Isaurinha da Farmácia?
– Ás vezes, já não é nada como era, mas porquê?
– Era para ver se ela me arranjava umas caixitas do tal Tamiflu. Dá-lhe lá uma palavrinha.
– Até calha bem, assim tenho uma desculpa para lá ir.
– Ok Zé Manel, depois bate-me ali no vidro. Até logo.
– Até logo ó Ferreira.
8 comentários:
Hehehe. Em plena veia discursiva, ao que vejo, mr Pires...
Excelente diálogo.
Sabe que o modelo do "Diálogo" estava muito em voga no Renascimento mesmo para ensaios científicos e técnicos.
Rui!
Eu acho que os blogs andam todos muito iguais, depois como aprovaste a anterior conversa resolvi repetir a graça, e o pior é que estou a gostar.
É pelo menos uma forma diferente de postar.
Que situação hahha, comprando gato por lebre como se diz =]
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Poizé nobre amigo VOTEI no SIM, para mudar, para que essa violência que se espalha como fogo ao menos diminuíssem, mais na situação atual, a campanha do não se apoiou nas falhas do governo, e fizeram uma campanha um tanto quanto torta, mais mesmo assim grande parte dos brasileiros aprovaram, recebi ate um e-mail dizendo que o governo queria desarmar a população porque os USA tinha feito uma base na Colômbia e que desarmando a população ficaria mais fácil os USA invadirem o Brasil.
Tem condições uma coisa dessas, uma besteira tão grande e aposto que tem muita gente que acreditou.
Armas nunca levaram a nada, só a morte, em um debate em um canal daqui [TV-E – a melhor tv aberta que temos por aqui], um deputado que apoiava o NÂO teve a coragem de dizer que as armas eram o primeiro de muitos direitos que os brasileiros iam começar a perder, que o próximo quem sabe seria o de comprar automóveis, já que muito gente morre em acidentes... Agora veja bem, isso é coisa que se fale, armas são feitas unicamente para matar, agora querer comparar armas com automóveis realmente é o fim do mundo.
Bom caro amigo veremos o quanto essa decisão pesara em nosso futuro.
Abraços
[s]s
Bill!
Eu sabia que só podias ter votado no sim.
Essa do deputado que falas, não podia ser mais demagógica, só comparável com aquela, na altura da votação para acabar com a escravatura de que te falei.
É demagogia a mais, chega a ser insultuoso para a inteligência das pessoas, mas depois vamos ver e o povo vota nesses salafrários.
Enfim... Tem de ser esta nova geração a fazer algo para mudar este tipo de mentalidade.
Acabei me esquecendo de comentar sobre a revista VEJA, a atitude dela foi ao meu ver uma das piores, a revista como meio de informação, devia esclarecer as duvidas e não apoiar um dos lados, isso é antiético, a revista veja é muito influente mais creio que seu tempo de boa revista já se foi...
Bom é isso =]
[s]s
Velhote... faço minhas as palavras do amigo Rui (pelo menos o 1º paragrafo, pois para o resto ainda me falta "instalar algum software")
Continua com este tom ironico que estou a "curtir".
Bill!
O brigado pela explicação. De facto a Veja devia até ser boicotada, pelos aderentes do Sim. Era o que eu faria.
Nuno!
Já me tinha decidido, mas então com a tua aprovação e incentivo, vou mesmo continuar. Se para tanto me ajudar o engenho e a arte, que não é muita.
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