Gato.




Que fazes por aqui, ó gato?
Que ambiguidade vens explorar?
Senhor de ti, avanças, cauto,
meio agastado e sempre a disfarçar
o que afinal não tens e eu te empresto,
ó gato, pesadelo lento e lesto,
fofo no pêlo, frio no olhar!

De que obscura força és a morada?
Qual o crime de que foste testemunha?
Que deus te deu a repentina unha
que rubrica esta mão, aquela cara?
Gato, cúmplice de um medo
ainda sem palavras, sem enredos,
quem somos nós, teus donos ou teus servos?

(Alexandre O'Neill)

24 comentários:

Anónimo disse...

Ah! o gato. muito interessante.
E a foto aí embaixo )da cabeça no peito) foi uma sacada muito boa.
genial

bjinhos
desire

teresa.com disse...

eu nao gosto nada de gatos, mas reconheço uma boa homenagem!

Anónimo disse...

Grande poema sobre essa misteriosa criatura que é o gato. Uma vez vi um documentário que mostrava que, ao contrário dos outros animais, o gato é que nos adopta e mantém uma atitude de igualdade para connosco, nunca se sujeitando ao que lhe é imposto.

Fossem os portugueses como os gatos...


abraço!

Kaos disse...

Sempre gostei de cães e só mais tarde os gatos entraram em minha casa. Independentes, pedem festas quando as querem, e escorraçam-nos quando não querem. Têm a vantagem de não darem trabalho.

Anónimo disse...

Adorei...O'Neill perfeito...
O bicho Gato é isso tudo e mais um pouco.

[s]s

José Leite disse...

Não conhacia essa faceta do alexandre, mas é digna dele!
Parabéns pelo bom gosto!

José Pires F. disse...

Meus amigos, eu que já tive um gato quando criança, nunca fui um apreciador de gatos, aquele que tive, porque o salvei de morte certa dentro de um poço para onde o tinham atirado, ficou comigo até ao fim da sua vida, mas garanto-vos, que tinha dias em que o tratava muito mal, no entanto, como atenuante às judiarias com que o massacrei durante anos, tenho a atenuante dos meus 7, 8 e 9 anos de idade e também a certeza, de que, por muito que se tente, os gatos caem sempre de pé.
Sou mais de cães e já tive dois (duas melhor dizendo) em épocas diferenciadas, que acabei por dar, visto ter chegado em definitivo à conclusão, que um apartamento não é lugar para ter um animal trancado.

Este poema do O’Neill, quanto a mim, é um perfeito retrato deste felino, que consegue ser, fingido, traiçoeiro e até cruel conforme o poeta o retrata, a sua independência é talvez a sua maior qualidade, no entanto, como excelente matreiro, finge pela comida, ou pela carícia quando lhe apetece.
Ou seja: ele está-se borrifando para tudo o que não seja de seu interesse.

Pois... gosto mais de cães.

Anónimo disse...

Vim lhe dizer obrigada, pela visita, pelas palavras e pelo poema com o qual me deixaste emocionada, e sabendo que nâo sou "toda a gente" e sim merecedora, me deixaste mais emocionada ainda.
um beijo enorme,
desire

Anónimo disse...

Gosto da independência dos gatos. Gosto de todos os animais, .
mas faz-me impressão a submissão do cão. pelo contrário gosto do porte altivo e independente dos gatos. Eles escolhem os donos sim e não se deixam dominar facilmente. Lutam e de que maneira! Gosto.
Tive um gato quando era criança. Era uma paixão recíproca. Ainda o rcordo hoje e gostei quando li a tua homenagem.
Abração

CORCUNDA disse...

Acho que servos.

Era uma vez um Girassol disse...

Gosto de gatos e do poema de O'Neill.
Ambíguo...não sei!
Bjs

Sofia disse...

Gosto dos gatos. Melhor dizendo, tenho paixão por eles ( e sendo assim sou suspeita para dar a minha opinião ). Mas a grande verdade sobre esses bichanos é que ELES nos escolhem como donos, e não o contrário. São independentes, mas sem perder a sua delicadeza.
Abraços,

Anónimo disse...

Bela imagem em poema do gato,animal arisco.
Não gosto de gatos,talvez pela alergia que tenho, aprecio muito mais os cães,esses amigos verdadeiros.
Noite linda querido,
beijosssssssss

Clarissa disse...

Me and my cat in the moon ;)

Meu Padrinho, venho aqui deixar uma reclamação, então que malandrice é essa que a nossa Rua está ao abandono?! Primeiro foi o mano Olho a desertar, agora estou sempre a deparar-me com a mais bonita das Ruas cheia de folhas pelo chão,com um desalentadop ar de abandono. Não pode ser! Vamos lá a tratar de puxar pela imaginação que sinto falta dos teus contos. E confesso que política não casa bem com este calor e cheiro a mar :)

Um abraço muito apertado da «Colheradora Mor»... abarbatei o título já que o mano anda para aí de férias de net.
Tenho saudades dele e dos teus contos.

Eva Shanti disse...

Pois eu tenho um siamês que me acompanha há 13 anos. E adoro gatos! Admiro-os pela sua independência, inteligência, intuição...

Como gosto de animais, não posso dizer que não gosto de cães, mas era incapaz de ter um: 1º não suporto o cheiro a cão, 2º ter de levar o animal à rua, ná, não é para mim!

Bjs

della-porther disse...

Um dia...um gato.
Genial.

beijos

Anónimo disse...

hahhaa agora ja sei o que vai na proxima caixa hahha =]

Abraços amigo

[s]s

isabel mendes ferreira disse...

Alexamdre O. o fazedor do insólito. cáustico. corrosivo. devastador. ousado...tão tímido porém.


bom dia .

foi bom este encontro.
beijo-!

Anónimo disse...

Nhaaaa =D

Gatim Gatim!!!

Devo dizer que não sou muito fã de gatos... Mas eu adoro os gatos que tem aki em casa!!! A minha namorada ama gatos!!! Irei fazer com que ela Leia esse poema ^^

P.S.: Boa Ventura Souza Santos está me tirando o sono... No curso que faço, os professores mais exigentes sempre dão textos dele para lermos... -_-x

Vanda disse...

Muito, muito obrigada :)

Curioso hoje o teu post, partindo do principio que não conhecia este escrito e que para muito breve terei um, com um gato, aqui:

nasasasdeumlápis.blogspot.com

que é um blog de parceria com a Meduza Azul, que tem um traço e um risco, que eu adoro, magnificos!

(já que és um espreitador, dá lá uma espreitadela) ;))

depois de leres, apaga-me :) isto é spam :))

um bom dia para ti!

Beijinho

Vanda

Som do Silêncio disse...

Gostei...

Meia Lua disse...

Somos os servos, sem dúvida ;)
Encantador... beijinhos

Anónimo disse...

Vim espreitar e deixo um abraço de bom fim de semana

Nina disse...

Amo gatos, não concordei com essa frase:

"Fofos no pêlo, frios no olhar"

Mas no fim das contas o poema é lindo!

E não é verdade a frase que encerra?

"...quem somos nós, teus donos ou teus servos?"

Beijos amigo! Adoro-te!