Ça se calme, mais…

Era este o título que o diário Le Parisien apresentava ontem na primeira página, deixando no ar um “mas” muito grande, enorme e incómodo para toda a Europa.

O recolher obrigatório foi decretado em autarquias de violência mais recente, ao que se sabe nenhuma autarquia de Seine-Saint-Denis, a zona mais afectada pela violência, ou Aulnay, ou Clichy-sous-Bois, decretou a medida do recolher obrigatório, a violência nessas zonas já tinha terminado dias antes, no entanto, 73% dos franceses, segundo o Libération, aprovam a estratégia guerreira de Villepin e acreditam que a instituição do recolher obrigatório levou à diminuição dos confrontos.

Os factos são: Os números e o nível de violência diminuíram mais uma vez e pela terceira noite consecutiva, também as televisões deixaram de recorrer aos motins para a abertura dos seus jornais e o Governo ao que parece tenta encarar de frente o problema, com um sem número de medidas já consideradas pela esquerda de demasiado musculadas, mas Jacques Chirac assume que agora é tempo para a acção, só depois virá o tempo da reflexão.

As medidas em causa, vão desde o recolher obrigatório, à intenção de expulsar do país os estrangeiros – legais ou ilegais – que se envolvam nos motins, e passam por buscas autorizadas durante o dia e noite, dá poderes aos presidentes de câmara para pôr em prisão domiciliária quem cause problemas, assim como, permite o impedimento à entrada nos bairros de pessoas que ameacem perturbar o trabalho das autoridades, prevê também o encerramento dos locais de ponto de encontro para gangs, e dá liberdade ás autoridades para levarem a cabo raids em locais suspeitos, etc. etc.
Estas são medidas contidas no decreto aprovado esta terça-feira, e que invoca a lei de 1955 do estado de emergência destinado a lidar com a agitação durante a guerra de independência da Argélia.

Ninguém sabe ao certo se a violência vai terminar, hoje é feriado em França e o Le Parisien faz a primeira página com o titulo: “ Week-end décisif “ mas… como certo, só as feridas que estes conflitos abriram na França e a certeza da urgência em mudar.
Como disse ontem o Arcebispo de Paris, André Vingt-Trois numa conferência de imprensa em Lisboa: Quando somos obrigados a decretar um recolher obrigatório para as nossas crianças, quer dizer que há quem não esteja a fazer bem o seu trabalho.

4 comentários:

Anónimo disse...

Que se acalmem os ânimos, a população está apoiando bem, mais esses fatos dos últimos dias realmente mostram que um problema deixado de lado, uma bomba relógio que nesses últimos dias mostrou somente umas fagulhas, deve ser tratado com muito cuidado.
O Arcebispo de Paris disse as palavras certas, algo está errado, isso é fato, quanto ao que fazer para melhorar...

Ps: Não te falei que meu sobrenome é Brandão né, poizé, Fábio Brandão =]
Brandão de Lisboa, pelo menos minhas raízes creio eu =]

Ótimo fim de semana amigo.

[s]s

Anónimo disse...

bom seria se essa revolta revolucionasse alguma coisa e não destruisse tudo!
beijos

Intervencionista disse...

Acho que este assunto ainda vai dar muito que falar, espero que pelos melhores motivos, mas sinceramente não me parece.
Apenas quero deixar aqui uma nota relativamente á violencia em França... saiu por cá em DVD faz 2/3 semanas um filme chamado Banlieune 13 (Bairro 13).

B13 é mais uma optima produção da Europa Coprp. É realizado por Pierre Morel, e conta como actores principais Cyril Raffaelli e David Belle.
Paris 2010
Perante o aumento incontornável da criminalidade em certos Bairros, o governo autoriza a construção de um muro de isolamento em redor dos bairros clasificados como sendo de alto risco.
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-Palmei esta carrinha de merda que nem travões tinha e vim refugiar-me aqui...
- Orientararam-te mal meu rapaz, aqui não é o Monaco... é Bagdad.
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B13 é um filme de acção explosiva, em que a 1ªmeia hora até cansa só de ver.
Para quem gosta do género eu aconselho vivamente.

Anónimo disse...

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