Hiroxima 60 anos


Faz hoje 60 anos que o Enola Gay largou a Litte Boy sobre o centro de Hiroxima.

Assim se chamava a bomba de urânio, de quatro toneladas e meia, equivalente a treze mil e quinhentas toneladas de TNT.

Eram precisamente oito e treze da manhã, quando o coronel Paul Tibbets (ainda vivo) comandante do bombardeiro norte-americano B-29, o famigerado Enola Gay ( nome da mãe do piloto Paul Tibbets), recebeu a ordem. As consequências são de todos conhecidas, Hiroxima ficou arrasada em poucos segundos, setenta por cento das construções foram varridas pela onda de choque, calcula-se que no primeiro instante terá feito cento e trinta mil mortos e oitenta mil feridos, sendo reconhecido hoje um total de duzentos e vinte e um mil e oitocentos e noventa e três mortos.
A bomba arrasou a cidade num raio de onze quilómetros quadrados, a temperatura chegou aos cinco milhões e meio de graus centígrados.

O presidente norte-americano, Harry S. Truman e o primeiro-ministro britânico Winston Churchil foram os congeminadores deste atentado macabro, que, não tendo ficado satisfeitos pois daí não adveio a rendição do imperador Hirohito, voltaram à carga três dias depois a 9 de Agosto em Nagasaki, desta vez com um outro bombardeiro B-29 baptizado de Grand Artist que levava no seu porão outra bomba ainda mais potente que a primeira, a que puseram o nome de Fat Man, eram precisamente onze horas e dois minutos quando a largaram.

O imperador Hirohito cedeu à evidência do massacre e assinou a rendição em Setembro.

Tudo começa com o presidente Roosevelt, quando em 1941 decide criar o projecto Manhattan, com um plano secreto para a construção de uma bomba atómica e chama Jullius Robert Oppenheimer (ficando conhecido como o pai da bomba) para coordenar o projecto em Los Alamos, no deserto do Novo México.
Truman haveria de convidá-lo mais tarde para desenvolver a bomba de Hidrogénio, que seria uma bomba ainda mais poderosa, mas este não aceitou e como retaliação seria acusado de traição, só lhe sendo retirada a acusação no mandato de Lyndon B. Johnson que o condecorou em 1963, morre em 1967 vítima de cancro, o mesmo mal com que ficaram duzentos e vinte mil japoneses em consequência dos bombardeamentos.

A bomba de Hiroxima deixa umas das lições mais importantes da humanidade: existe a possibilidade de sermos exterminados como espécie.


A rosa de Hiroxima

Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroxima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada.
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Vinícius de Moraes

4 comentários:

Anónimo disse...

muito bem papà!

José Pires F. disse...

Catarina! Ainda bem que leste este post, esta, é uma daquelas efemérides que não podemos esquecer nunca, e que devemos lembrar e recordar toda a vida, para que nunca mais volte a acontecer. Mas também devemos fazer uma pergunta: porque é, que os homens que congeminaram esta barbaridade nunca foram julgados?

Sy disse...

Talvez porque a "humanidade" não conseguiu reagir perante semelhante barbárie. Esperemos e rezemos para que essa mesma humanidade jamais esqueça esta monstrusidade !

José Pires F. disse...

Talvez, ou talvez o poder que detêm os coloque acima de todas as leis.
Temos que acreditar que a humanidade não esquecerá e isso depende nós, a passagem do testemunho aos mais novos, é de importância capital.