Fernando António Nogueira Pessoa (Lisboa, 1888-1935)


Fernando Pessoa, um dos maiores símbolos da cultura lusa, que usou os heterónimos Bernardo Soares, Chevalier de Pas, Alexander Search, Alberto Caeiro e Álvaro de Campos para assinar as suas obras, nasceu em Lisboa a 13 de junho de 1888, cidade aonde viria a falecer a 30 de Novembro de 1935.
Morreu de cirrose hepática aos 47 anos e os seus restos mortais repousam perto dos poetas Luiz Vaz de Camões e Alexandre Herculano, sob um monólito de mármore no claustro do Mosteiro dos Jerónimos, o mais emblemático monumento português.

Se, depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia,
Não há nada mais simples.
Tem só duas datas – a da minha nascença e a da minha morte.
Entre uma e outra cousa todos os dias são meus.

Fernando Pessoa

6 comentários:

  1. É um prazer recordar pessoa sem dúvida dos mais geniais, se não o mais genial, dos poetas portugueses. Adoro, especialmento, Alberto Caeiro e Álvaro Campos. Um pouco menos Ricardo Reis e mesmo Fernando Pessoa. Extraordinário como ele encarnava os heterónimos.

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  2. É grande amigo, ele tornou-se eterno...

    “Quando vier a primavera,
    Se eu já estiver morto,
    As flores florirão da mesma maneira
    E as árvores não serão menos verdes que na primavera passada.
    A realidade não precisa de mim.

    Sinto uma alegria enorme
    Ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma

    Se soubesse que amanhã morria
    E a primavera era depois de amanhã,
    Morreria contente, porque ela era depois de amanhã.
    Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo?
    Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo;
    E gosto porque assim seria, mesmo que eu não gostasse.“

    {“Alberto Caeiro”}

    Abraços

    [s]s

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  3. " Durmo com a mesma razão com que acordo
    E é no intervalo que existo."

    Álvaro de Campos

    pois que a vida não é isto? Um intervalo entre o nascer e o morrer?

    Vou aproveitar e fumar um cigarinho enquanto o intervalo não acaba.

    Bom domingo .

    beijinho

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  4. Assim como nas palavras que deixaste, deixo também aqui um pouco do mestre Caeiro:

    "Sou um guardador de rebanhos.
    O rebanho é os meus pensamentos
    E os meus pensamentos são todos sensações
    Penso com os olhos e com os ouvidos
    E com as mãos e os pés
    E com o nariz e a boca.

    Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la
    E comer um fruto é saber-lhe o sentido.

    Por isso quando num dia de calor
    Me sinto triste de gozá-la tanto,
    E me deito ao comprido na erva,
    E fecho os olhos quentes,
    Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,
    Sei a verdade e sou feliz."

    De referir que a última estrofe foi utilizada num anúncio do queijo pastor, aqui há uns tempos.

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  5. "O meu olhar é nítido como um girassol.
    Tenho o costume de andar pelas estradas
    Olhando para a direita e para a esquerda,
    E de vez em quando olhando para trás...
    E o que vejo a cada momento
    É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
    E eu sei dar por isso muito bem...
    Sei ter o pasmo essencial
    Que tem uma criança se, ao nascer,
    Reparasse que nascera deveras...
    Sinto-me nascido a cada momento
    Para a eterna novidade do mundo..."
    Fernando Pessoa
    Sou uma fã assumida dos poemas de Pessoa e encontrá-lo além mar, me fez parar e me alimentar com seus olhares...PARABÉNS!
    Abraços :)

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