Dos meus folheios.

Ela queria construir a estrela da sua integridade sobre o dorso do tempo.
Repousava na embriaguez da sua espera, respirava o frémito de um silêncio amoroso.
No limiar da dança, contemplava os minúsculos astros da sua morada nua.
Caminhava abraçando o espaço e modelando no ar a sua identidade de água errante.
Ela construía o reconhecimento de uma aparição que fosse a evidência do seu olhar aberto e livre.

António Ramos Rosa

8 comentários:

  1. Ás letras junto a música, pois tenho uma sugestão musical a que poderás ter mais acesso em Lisboa que eu no Porto.
    (Apenas uma apresentação na Casa Da Música, penso eu...)
    Será por volta da hora do almoço de amanhã, n'A Sombra. :)
    (agora deu-me para os "drafts")

    Boas leituras,
    RS

    (Eu ando ás voltas com o Finkelstein, mais indigesto - don't ask!)
    hehehe

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  2. Caro PiresF

    Volto mais tarde para ler com mais atenção esta pérola

    Bom dia para si :)

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  3. Anónimo22.9.06

    bom fim de semana...

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  4. Anónimo22.9.06

    Um escritor de mão cheia. Uma escolha de mestre que possui a sensibilidade para o fazer. O resultado é a beleza!
    Um grande abraço

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  5. Anónimo22.9.06

    Acho que integridade e o factor tempo não andam de mãos dadas. Quando somos jovens e idealistas, lutamos por esse valor. Mas depois o tempo passa, as rodas das organizações passam sobre o nosso molde, e deixa-se cair a integridade pelo chão. Espero sinceramente que isto seja apenas o meu pessimismo a falar, mas pelos exemplos que vejo...

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  6. Anónimo22.9.06

    Belas palavras...
    Perfeita simetria de sentidos e pensamentos.
    ADorei.

    Bom fim de semana amigo.

    [s]s

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  7. As palavras mágicas de Ramos Rosa...
    Um abraço e bom fim de semana ;)

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