O silêncio.

Quando a ternura
parece já do seu ofício fatigada,

e o sono, a mais incerta barca,
inda demora,

quando azuis
irrompem os teus olhos

e procuram nos meus
navegação segura,

é que eu te falo das palavras
desamparadas e desertas,

pelo silêncio fascinadas.

Eugénio de Andrade, Obscuro Domínio.

10 comentários:

  1. Anónimo12.5.06

    Salve salve amigo Pires.

    Ha quanto tempo não leio nada de Eugénio de Andrade, palavras soltas e firmes, adoro, smepre me lembro do "As Palavras Interditas"

    (...)Os navios existem e existe o teu rosto
    encostado ao rosto dos navios.
    Sem nenhum destino flutuam nas cidades,
    partem no vento, regressam nos rios. (...)

    Esse que postou "o Silêncio" é lindo, perfeito.

    [s]s

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  2. Anónimo12.5.06

    As palavras pelo silêncio fascinadas...lindo de ler, lindo mesmo!
    Abração amigo Pires!

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  3. Anónimo12.5.06

    Belíssimo poema de um dos nossos grandes Poetas.

    Obrigada

    :)

    Bjinho

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  4. Belas palavras.

    Bom fim de semana

    marinheiroaguadoce a navegar

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  5. eis um oportuno texto de um dos maiores poetas portugueses de sempre! obrigado!

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  6. Conhecia o poema e o adoro! Bj!

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  7. Anónimo13.5.06

    Dizer por dizer é melhor nem dizer. O melhor é o sentir. E foi o que "senti" lendo o poema Silêncio. Certas coisas foram feias apenas pra sentir.
    Abraços.

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  8. Anónimo13.5.06

    Bem... Acho que matou!

    Perfeito!

    =]~

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  9. Adoro Eugénio de Andrade!!

    O poema "Adeus" (apesar de ser tão... adeus...) é... lindo!

    Como os restantes!

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