Um novo rumo para Portugal - Parte X



Não foi Pessoa mais feliz que Vieira, ele que também julgou ver sinais de uma transformação no “subconsciente nacional”, prenúncio do próximo advento de D. Sebastião à decaída Pátria e primeiro passo para o estabelecimento do Quinto Império. Mas D. Sebastião não apareceu e o Quinto Império, essa era famosa de civilização cristã universal sob a égide da Lusitânia, continuou envolta nas sombras do mito.(1)

Mais tarde, Agostinho da Silva agarra de novo na ideia, e chega mesmo a dizer (o que me deu um extraordinário gozo ouvir) que, “Portugal é o futuro do mundo.”


Agostinho da Silva, para uns, um homem referência, para outros, um místico utópico, é sem dúvida ambas, e um Homem Extra-Ordinário como lhe chamou Eduardo Lourenço (2). Segundo este, Agostinho da Silva, se foi “místico”, foi-o de um misticismo “sulfuroso” pela natureza naturalista da sua visão do mundo e da vida. Não se instalou na excepção, pregou e viveu no combate à ideia de excepção, em todos os domínios, numa espécie de anarquismo profético e radioso, no fundo mais próximo de Rousseau que de qualquer figura clássica da família “mística”.


(1) - Vida e Obra de Fernando Pessoa, Vol. II, João Gaspar Simões da Livraria Bertrand, 1950.
(2) – A Última Conversa, Agostinho da Silva, da casa das Letras

8 comentários:

  1. Relativamente a este post não vou escrever nada.
    Tenho apenas a dizer em relação ao post anterior, parabéns Sporting, parabéns Paulo Bento, estás no bom caminho, só tenho mesmo pena de teres de perder novamente com o FCPorto.

    Boa semana

    marinheiroaguadoce a navegar

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  2. Relampago!

    Mas conhecer estes dois não é coisa de somenos. Tomara eu, que sou um confesso admirador de Pessoa e só conheci Agostinho.

    Um grande abraço.

    ...................................

    Marco Ferreira!

    Lá estaremos para ver isso ao vivo e a cores.

    Um abraço.

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  3. Uma grande beijoca Padrinho...e para te dizer que tenho saudades da Andreia ;)

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  4. Clarissa!

    Olá afilhada. Já te devia ter respondido a essa pergunta, mas como não sabia se voltaria a postar textos da Andreia, não o fiz. Acontece, que agora estou em condições de o fazer, já que, muito dificilmente a Andreia voltará a aparecer.
    E porquê, perguntas. Bem... não é fácil escrever na pele de mulher, uma ou duas vezes, ainda se consegue amanhar um texto, mas continuar é difícil e deparei-me com essa dificuldade, até porque, o registo em que ela escrevia não era o meu, o que acrescentava um grau de dificuldade ainda maior.

    Decidi aposentá-la e está em casa regalada a viver dos rendimentos.

    Um grande abraço.

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  5. Anónimo31.3.06

    Não pude deixar de sorrir com essa explicação à afilhada...
    mas abri o quadradinho para dizer que acho que Agostinho vivia mais de acordo consigo e com a sua singeleza de pensamento e coerência de atitude. Ele sabia que é possível uma nova visão do mundo e da Humanidade.
    Grata por estes textos e pelo blog no seu conjunto.

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