Um novo rumo para Portugal - Parte V


Padre António Vieira, considerado um dos maiores prosadores da língua portuguesa, professor de teologia, missionário e diplomata, figura superlativa da nossa cultura.
Acusado de heresia, devido a uma carta enviada ao bispo do Japão, intitulada “Esperanças de Portugal, quinto império do mundo, primeira e segunda vida D’el-rei D. João IV”. É preso em Coimbra pelo santo ofício durante seis meses sendo depois indultado.


É um espírito complexo e vigoroso, paladino dos direitos humanos, patriota esforçado, utopista, visionário e politicamente realista. O padre António Vieira foi o sebastianista criador da ideia do Quinto Império, uma nova era sob a égide temporal de Portugal.
Virtuoso da língua portuguesa, arrastava multidões com os seus dialécticos sermões, obras dramáticas e calculadas com exactidão para que provocassem as reacções desejadas no público.
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Espanta-nos desde logo a sua personalidade multifacetada: o insigne orador, que mereceu o título de “O Crisóstomo Português”; o conselheiro real e diplomata a quem D. João IV gabava a “lábia”; o missionário imbuído de profunda religiosidade, o “Payassu” (“O Padre Grande”), como o alcunharam os Índios.

Em todos os textos de feição visionária – sejam eles a História do Futuro, o Livro Anteprimeiro (prólogo explicativo daquela), as Esperanças de Portugal, a Clavis Prophetarum ou mesmo a Defesa Perante o Tribunal do Santo Ofício – se procura explicar o verdadeiro sentido das profecias de Bandarra, as quais, infalíveis em tantos pormenores, haviam também de o ser na consumação do Quinto Império: um império universal, totalizante, harmónico, onde coubessem todas as raças e todas as culturas, unidas espiritualmente num único reino cristão e católico.
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(1) – Do dicionário de autores da língua portuguesa – Amigos do livro – Editores.
(2) – Sermões escolhidos, Padre António Vieira da Biblioteca Ulisseia de Autores Portugueses.

8 comentários:

  1. Beatriz!

    Olá amiga.
    Foi de facto grande, e pena é que muita gente desconheça a sua obra.
    Podíamos perfeitamente, transpor para os dias de hoje a actualidade dos alguns dos seus sermões. O que refere é disso exemplo.

    Um grande abraço.

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  2. Ainda bem que está de volta...fiquei preocupada é que o Espreitador tinha desaparecido!!!

    Beijocas.
    P.S. O olho andou nos Rumos e teve uma pequena crise de ciumes :)

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  3. Clarissa!

    Já fui ao Cem Rumos explicar o que não tem explicação.
    Foi um valente susto.

    Obrigada e um abraço.

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  4. pires, obrigada pelo texto, não conheço a sua obra, achas que tem perdão? :((

    mas fiquei a conhecê-lo melhor :))

    beijinhos

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  5. Cristina!

    Estavas naquele pequeno lote dos que eu pensava conhecerem Vieira , mas pronto… estamos sempre a tempo.

    Agora não escapas, é de levar com a segunda cruz.
    A primeira foi por seres benfiquista.

    Um abraço.

    PS: De qualquer forma, ainda tens muitos créditos.

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  6. Anónimo6.2.07

    That's a great story. Waiting for more. » » »

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