100.000 manifestaram-se hoje…


...80.000, segundo os números da Policia de Segurança Pública, de um total de 143.000 docentes a nível nacional. A acreditar nos números menos optimistas, 60 por cento dos professores saíram à rua contra as políticas educativas em Portugal numa marcha de indignação, e nem precisamos fazer grandes análises reflexivas sobre o evidente e esperado baixo número de professores do Ensino Superior.



A resposta aos que defendiam que só a FENPROF era contra as medidas do Ministério da Educação, ou que, os descontentes eram franjas manobradas partidariamente, foi tremenda, e é necessário que o governo e todos os que por paternidade partidária criticam os professores, retirem as necessárias ilações políticas.
Existem de facto razões de preocupação e devemos perguntar-nos de que lado está a razão. Contudo, claro, não ignoro que os professores poderão não ter razão em toda a extensão do que protestam, mas sei que, já antes, a tutela também se bateu por acções de formação para progressão de carreira e, hoje verifica-se que essas acções são uma palhaçada produto de famigerados pedagogos, e um manhoso negócio entre sindicatos e o Ministério que outorga benefícios de exclusividade de formadores. Os costumeiros tachos político-partidários de que a ISCTE ou a Aberta são exemplos.

Pessoalmente, como cidadão e pai de filhas em idade escolar, confesso que as minhas preocupações são outras, que parecendo básicas não o são. As da escola pública de qualidade para todos no pressuposto da honestidade e justiça. Isto é: A doutrina para inglês ver e preencher estatísticas, baixando o nível de exigência, coloca os professores perante o dilema de avaliar correctamente, desobedecendo à filosofia do ministério, ou benevolamente, fazendo o que o ministério quer. Ora, esta política, é no mais importante um atraso ao que havia e coloca em causa em vez de potenciar o mais importante: a capacidade e o poder dos professores. Sabemos, porque também fomos alunos e jovens, que existe algo pior que um mau professor: um professor bom ou mau deixa de ser importante sem nenhum poder. Um mau professor com poder para “chumbar” um aluno se não estuda nem sabe nada, até nem é tão mau assim. O pior de tudo é a cultura de facilitismo que cria um caldo de mediocridade, oportunismo e rotina que tudo contamina, em sentido vertical, horizontal, tudo. Diplomas universitários, futuros professores, futuros alunos, futuros pais, futuros votantes, futuros políticos, etc., etecetera. Isto é que me preocupa e tem de ser alterado, razão porque, não posso simpatizar mais com a indignação dos professores e menos com a posição do governo. (again)

15 comentários:

José Pires F. disse...

Depois de escrever este post, ouço a ministra dizer que, “100.000 prof’s na rua não é relevante”. E mais à frente, “que não tem importância alguma”.

Bem… bem… bem… esta mulher… bem…deve ser uma inteligência…

…talvez passando uma hyperbole que me dê a chance de uma parábola… senão, fico pelo domínio das quádricas… eu gosto de coisas tropicais.

Anónimo disse...

"100.000 não é relevante"?!

E eu que achava que teria menos problemas com escolas aí por Portugal... Tenho dois meninos, longe da escola pública (aliás, é uma ameaça quando aprontam demais), são de escolas particulares, mas mesmo estas deixam a desejar. Se em uma o Estado é o responsável pela inércia, noutra são os bolsos. Sobramos nós, pobres mortais, que nada entedemos do que seja educação... ;)

Anónimo disse...

Concordaria com os motivos da manifestação dos professores se os mesmos apresentassem razões válidas para o protesto que protagonizaram,
Ora vejamos: Desde que a democracia existe neste país, temos tido sucessivos governos que têm passado pela educação e só efectuaram "remendos" de circunstância, não tendo a coragem de implementar reformas que o nosso sistema de ensino tanto necessita.
Dois exemplos:
- Até à presente data, não havia avaliação nenhuma,os professores progrediam na carreira pelo tempo de serviço e não pelo mérito do seu trabalho. É caso para questionar: Exercer a actividade durante longos anos é sinónomo de competência? Nem sempre, infelizmente.
- Outra questão levantada, é que os professores não aceitam a avaliação efectuada pelas próprias escolas conforme o ministério propõe.
Ora, como é óbvio, poderá haver situações passíveis de alguma subjectividade na avaliação efectuada, considerando que serão colegas que irão avaliar outros colegas, podendo haver algum constrangimento neste factor.
Mas,porque não ver o factor positivo: isto é, a avaliação será efectuada por pessoas que conhecem o contexto próprio da escola onde trabalham, os seus objectivos, e as suas dificuldades, obviamente.
Um avaliação externa poderia ser, eventualmente, mais imparcial, não duvido, mas também, neste caso, os professores estariam a ser avaliados por uma comissão que estaria desligada dos problemas específicos em que cada escola vive.

Termino,Pires, desejando-te um optimo Domingo!

José Pires F. disse...

Amiga Mirian Martins, dá vontade de rir, não é? Nós por cá temos de tudo: exigência de excelência e grande falta dela também, no público e no privado. Um exemplo: há quem retire os filho do público, estudante mediano de nota 10, e no privado passa a nota 15 e 16, sendo o contrário também verdadeiro. Mas há pior, a esse propósito, recordo que ao nível do básico (só recentemente o soube) um professor só pode reter (eufemismo para reprovar) uma determinada percentagem (5 por cento, salvo erro) dos alunos e, só depois da aquiescência dos pais. E, mesmo, observando esses “extraordinários” requisitos, arrisca-se ele professor e ela, escola, a terem a respectiva reprimenda. Não se pode querer estatísticas favoráveis a par com rigor na avaliação; seria necessário aceitar um quadro realista das competências dos alunos, em primeiro lugar, e depois partir para a definição de estratégias a implementar.
Com a democratização do ensino, com os rendimentos mínimos, com a cada vez maior ocupação dos pais que não têm tempo para os filhos e , quando o têm não sabem o que hão-de fazer com eles, a Escola tornou-se um autêntico valhacouto. E os professores têm que endireitar o que muitas gerações e educações entortaram, num pluralismo de aptidões só rivalizadas com as dos palhaços nos circos: têm que ser literatos, cientistas, pedagogos, psicólogos, sociólogos, sexólogos e o diabo que os carregue!

Grande abraço e um bom domingo, que por aí ainda é cedo.

José Pires F. disse...

Amigo António Faria, expões sem dúvida questões importantes. Também eu, sobre alguns dos protestos tenho dúvidas e sobre as avaliações (o menor dos problemas actuais, mas o que tem mais soundbytes), outras tantas, Aliás, pelo que vou sabendo, serão poucos os professores que rejeitam o princípio da avaliação. A maioria deseja-a, mas não deste modo. Quer por exemplo que os professores titulares não sejam os mais velhos mas os mais competentes e com melhor currículo académico e profissional. Quer que a avaliação não sirva para lhes cortar a possibilidade de promoção, mesmo que sejam excelentes. Quer que a avaliação não sirva para apagar das estatísticas o insucesso e o abandono que o governo deseja camuflar.
A verdade, amigo António Faria, é que os professores se governam com as regras que ao longo dos anos lhes têm sido impostas por uma tutela cujo objectivo é melhorar as estatísticas baixando o nível de exigências.
Os cenários que relatas, correspondem segundo dizem alguns professores, à realidade exterior, mas não à interior que corresponde apenas à angústia dos professores quando se vêem perante o dilema de avaliar correctamente, desobedecendo à filosofia do ministério, ou benevolamente, fazendo o que este quer.
Há um problema de fundo que tem de ser contrariado. Admitamos, para simplificar o exercício da excelência, a arête, que se traduz numa ‘aristocracia’, o governo dos ‘excelentes’ (nos serviços e nas escolas), como sabes, isso degenera imediatamente numa oligarquia (o governo de uns poucos, que ficam agarrados aos tachos e manobram bem nos bastidores: os medíocres, secundários, frustrados e vingativos, conservadores numa palavra).
É essa degenerescência que em tempos neorwellianos pode ser muito perigosa, veneno substantivo de muito quotidiano, com a escalada subjectiva que poderás imaginar. Os dirigentes têm de ser um lugar transiente, senão isto fica insuportável.
Amigo António Faria, confesso que por não conhecer profundamente todo o processo, tenho alguma dificuldade na leitura dos lados em oposição, por isso no post, a minha opinião é a de observador interessado como cidadão e pai.


Um grande abraço.

Manuel Veiga disse...

100 000 "assustam" muita gente. de facto!

e ainda a procissão vai no adro. enfim. julgo que...

abraço

Gi disse...

Depois do que escreveste e que subscrevo quase na totalidade pouco há a acrescentar. Estou´contudo em crer que:

.a ministra está para ficar;
.as alterações preconizadas vão entrar em vigor ;
. 100.000 assustam muita gente e como tal o que vai ser alterado é o prazo para elas serem implementadas. Vão-no alargando ad eternum cedendo, sem o parecer.

Somos um país que reage mais do que age, aqui não vai ser diferente !

beijinhos

Anónimo disse...

Bom depois da sua resposta para Mirian, acho que só tenho a dizer que concordo com que disse.
Nas terras de cá, em varios estados temos a aprovação automática no ensino fundamental, que para mim é um coisa estranha demais, o aluno pode fazer o que quiser, já que no fim do ano será aprovado. O ministro da educação disse que o país tem sofrido com a repetência exagerada, e muitas vezes injustificável, sendo que a justificativa é claramente o salario (péssimo) para os professores.
Ganhando pouco tem que pegar aulas em varias escolas, não sobrando assim tempo para uma atualização do professor.
Na ultima pesquisa que eu vi, a repetência e evasão escolar de alunos dos ensino fundamental e médio consomem R$ 14 bilhões por ano dos cofres públicos, com esse dinheiro podia bem ajudar na formação de melhores professores e parar com essa idéia de ir jogando o aluno para a serie seguinte para poder ir bem nas estatísticas.
Investir em uma nosso sistema de ensino, que crie uma cidadão consciente e critico ninguém quer :(

É amigo... Futuro me parece cada vez mais complicado.

Grande abraço e ótima semana.

[s]s

Oliver Pickwick disse...

Muda o lugar, as pessoas são outras, mas, pelo visto os problemas são semelhantes. Concordo com o seu ponto de vista.
Aqui no Brasil - no ensino público, há mais ou menos vinte anos, houve uma reforma com este objetivo de "facilitar" a vida do aluno, ou seja, uma tentativa de reduzir ou até mesmo suprimir a reprovação. E a conseqüência imediata disso, foi a perda de poder do professor, como você bem cogitou.
Diante do fracasso desse sistema, de cinco anos para cá, reiniciaram mudanças no sentido de "endurecer" outra vez o ensino, com o aumento do ano letivo, carga horária e inclusão de atividades extra-ensino.
E aqui entre nós, Pires F, acredito que o melhor mesmo é a velha metodologia do meu tempo - e, acredito, também do seu: ou estuda, ou leva pau.
Abraços!

Isabel Victor disse...

Observadora interessada também é a minha posição. Porém, procupa-me o descrédito, o desalento que vejo hoje em muitos professores mal-amados. desrespeitados (e falo de alguns bons, muito bons professores que são engolidos por esta onda de arrogância ). Acho que ninguém ganha com isto. Não é dignificante ! ...

A avaliação (auto-avaliação) é um imperativo para a melhoria contínua, mas tem que envolver as pessoas, tem que conquistar a sua adesão, tem que demonstrar a sua validade. O problema é que estamos a começar a casa pelo telhado. Há muito que se deveria ter implementado em Portugal um sistema de Gestão da Qualidade e padrões de excelência, discutidos e alcançados com as pessoas, progressivamente ... utilizando as ferramentas que hoje se utilizam em quase todos os países que se dizem - que aclamam. que se proclamam " desenvolvidos ". O problema é que esse desígnio nunca foi cumprido porque o dinheiro que ao longo de vários anos, fomos recebendo para implementar esses sistemas foi derretido em ... burocracias e outras antipatias ! Hoje estamos neste estado ...

A avaliação e auto-avaliação (pedagógica e não punitiva !),corolário lógico e desejável de qualquer sistema da Qualidade, estás a ser imposta da pior forma ! A ser destorcida ... a virar-se contra as pessoas. A desacreditar os talentos de cada um ! Não pode se pode atingir a Qualidade, melhorar continuamente e almejar a excelência se não conquistarmos as pessoas para esses processos de melhoria. Isto é autocracia ! isto é, exactamente, o que não se deve fazer ... as pessoas e a sua satisfação são o centro de todo e qualquer sistema da Qualidade.


Atentamente, caro Pires (: desculpe ter-me alongado mas fervo com este assunto ! Não podemos ficar indiferentes a tal alheamento a tal desconsideração ...

Abraço imenso

IV

isabel mendes ferreira disse...

100.001:
não não vou escrever sobre um tão grande número. não me apetece.
PRONTOS!!!!
.


até não estava cá.

e não sou prof. felizmente.

e mais não digo.

isabel mendes ferreira disse...

100.002:


:)~

________________.

isabel mendes ferreira disse...

100.003:


a conta, dizem que deus fez.

:)

.


(vê.se logo que estou bem disposta)

não se vê????


________________.

isabel mendes ferreira disse...

e porque não vou em cantigas de outros inscrevo-me no 100.004.


e pronto. agora saio.

hello???!!!!

e vasi.

Anónimo disse...

sportingggggggggggggggggggggg!!!!!

lá lá lá...


:)

Bom dia!"!!!!!!!!!!.


beijoooooooooo!



de y.