Timor-Leste por onde vais?


Enquanto esperam por Godot, os timorenses viram ser aprovado no passado sábado dia 15 o programa de Governo, onde, se propõe o indonésio e o inglês como línguas de trabalho.

E sabemos que, o indonésio será a língua de negócios e o inglês será a do conhecimento, num país de 925.000 bacanos com 15 ou 16 línguas indígenas (os números dispensam a precisão) e mais duas línguas oficiais; português e tétum.

Ora, não querendo necessariamente ser controverso, mas sendo isto tão verdade como a actividade humana ser a principal responsável pelo recuo dos glaciares, nada se estranha por cá como não se estranhou quando, um fundador respeitado da República Timorense, passou de Presidente a primeiro-ministro (sem ganhar eleições), por decisão do Presidente que foi primeiro-ministro por nomeação deste (sem igualmente ter ganho eleições), e Portugal com o seu desprendimento material (?), que me dá a sensação de estar a ser comido sem azeite biológico, já entrou com 60 milhões de euros do nosso dinheirinho para projectos de cooperação sobre o ensino da língua e, João Gomes Cravinho admite reforçar o apoio, o que, pode parecer tremendamente justo, mas só se compara a uma típica prova cega de vinhos.

Posto isto, só não admira a distracção dos nossos estadistas (digamos assim para não parecer um esbofeteamento verbal) porque sabemos, que quando Galileu demonstrou que a Terra girava, já os bêbados sabiam disso há séculos.

6 comentários:

Anónimo disse...

abraço- cheio de sol nascente!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!


lorosae perdido nas montanhas

timor das águas quentes e turvas.


petrolíferas.


australianas.

acordos.


e nós sem acordarmos...


_________________


excelente.


_______________
.

beijo.


(e obrigada.)

pela leitura (s).


y.

Maite disse...

Caro PiresF

Uma comparação perfeita. Os acontecimentos em Timor Leste são tão absurdos como uma peça de teatro de Beckett.

Não pude deixar de sorrir com o seu último parágrafo :)

Uma boa noite e uma boa semana para si

José Pires F. disse...

Pois é… quem manda em Timor é a Austrália, mas o maior dador continua a ser Portugal.

Archeogamer disse...

O grande projecto da invasão indonésia não foi o petróleo, mas sim tornar um povo altamente pacífico em bárbaros guerrilheiros e sanguinários. Ninguém se entende por lá e se não criarem trabalho e desenvolvimento será mais uma democracia frágil que caie a cada 2 ou 3 meses em que a sobrevivência é o factor chave, matar para comer.

Jorge P. Guedes disse...

Que eles aprovem o indonésio e o inglês até acho perfeitamente normal.
o "investimento" do governo português é que me custa muito a perceber, já que a língua portuguesa está a ser maltratada e abandonada a cada passo em locais onde existiao ensino do português no estrangeiro e que foram encerrados por "falta de verbas"...

Será que o estado português fica assim tão feliz por se armar em rico junto dos pobrezinhos?
Que triteza, é mesmo "pequenino" este comportamento...

Saudações.
Jorge G.

Rui Martins disse...

é um pais em desagregação completa... e do qual continuaremos a ouvir por mais algum tempo nas notícias, sempre pelas piores razões...