Mário Cesariny morreu

Alegre triste meigo feroz bêbedo
lúcido
no meio do mar

Claro obscuro novo velhíssimo obsceno
puro
no meio do mar

Nado-morto às quatro morto a nada às cinco
encontrado perdido
no meio do mar
no meio do mar

Radiograma, Mário Cesariny

Nota: Via Arrastão com o meu aplauso pela escolha.

13 comentários:

Alberto Oliveira disse...

O poema da lucidez enquanto artista... ou a auto-crítica-surreal da estética?

A quem lhe conhece a obra, a interrogação perdura... para além da morte.

abraço.

Verena Sánchez Doering disse...

te dejo un abrazo y que estes muy bien
besitos y una linda semana


besos y sueños

Mocho Falante disse...

Confesso que não conheço muito da obra do senhor mas nunca é tarde para o descobrir...

abraços

Klatuu o embuçado disse...

Já me tinha esquecido desse poema, bem a propósito, uma menina que por cá aparece, recordou-mo.

P. S. Aí o seu amigalhaço, que adora travestir-se, agora escolheu o rosto certo!

Abraço!

Lord of Erewhon disse...

Parece que a ideia do Conto Natalício já tem imitadores:
http://asuperficie.blogspot.com/

Anónimo disse...

Linda homenagem... sábias palavras!
Bjs e obrigada pelo teu carinho.

Maite disse...

Caro PiresF

"A liberdade, a poesia, o amor."

Um bom final de tarde para si

Lord of Erewhon disse...

Apareceu por cá um «anónimo» que lhe deixou um recado... Parece que o seu gosto para nomeações é mauzito! :)

ROADRUNNER disse...

Já fiquei a conhecer a obra poética toda do Cesariny desde que morreu e apenas percorrendo blogs! Vai daí começo a pensar que a velha máxima de que só se dá valor a quem o tem depois de morto começa a fazer sentido...
Saudações!

Lord of Erewhon disse...

P. S. E a criatura ainda teve a lata de ir cagar a sua poia também aqui:
http://cronicasdapeste.blogspot.com/2006/11/o-fim-de-uma-vida-gtica-surreal.html

... devo ter alguma sombra!
Só patetas!

Anónimo disse...

Morreu o homem. A obra fica!
Abraço

Anónimo disse...

Que ao menos a sua morte traga um pouco de justiça há injustiça feita ao esquecimento deste grande homem nos últimos anos.

Cumprimentos Pires

Anónimo disse...

Não conhecia... Mas sempre é tempo...

Perfeito.

[s]s